A nova edição do Anuário do Ceará reserva um capítulo dedicado exclusivo para a cultura, em 37 páginas. Chama-se "Ceará da Cultura", contendo em sua íntegra o cenário atualizado sobre o tema. Nele, é possível ter acesso a uma lista detalhada, com a dimensão histórica de cada, de todos os "bens tombados pelo Iphan, pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de Fortaleza", apresenta Joelma Leal, editora-executiva responsável pelo Anuário.
A publicação enumera 200 ao total, contemplando, entre eles, a Assembleia Provincial (Museu do Ceará), no Centro de Fortaleza, e o Sobrado do Barão de Aracati (Instituto do Museu Jaguaribano), em Aracati. Também entram nessa lista, o Casarão Hotel (sobrado que reflete a aristocracia de Barbalha do século XIX) e a Vila dos Ingleses (campo de concentração da seca de 1932), em Senador Pompeu, atualmente em processo de tombamento.
"Há, ainda, a lista dos Tesouros Vivos e os maiores mecenas", ressalta Joelma. Os Tesouros Vivos, sendo 106 mestres, 13 grupos, e três coletividades, identificados por foto e principal contribuição à cultura cearense, somam-se a outros detalhes, revelados ao decorrer da publicação, como os cinco maiores investidores do Edital Mecenas 2020-2021, e o Ceará em números. "Uma das novidades desta edição 2021-2022", observa Joelma, "é a lista de museus existentes no Estado". São 180, sem falar na quantidade de bibliotecas e teatros. Estes passam dos 200. Saiba que tem o Minimuseu Firmeza, mas também o Museu da Motocicleta (Moto Museu Século XX) e o Museu do Humor Cearense e mais.
"Embora laico, por conta da relevância social e política", consta em sua abertura, o Anuário se centra na entrega de um "mapa das dioceses". Também informa "quem é quem na cúpula da Igreja Católica no Ceará"; alguns espaços religiosos, como a Igreja Matriz de Santana, em Iguatu, no interior do Ceará, que tem suas fachadas tombadas pela União, aparecem junto a outras, como um patrimônio da arquitetura e da tradição histórico-social, em diversas localidades do Estado.
A publicação - já disponível - continua com uma retrospectiva dos mestres e mestras das tradições. Uma delas, lembrada na página "de 2007", é a pioneira nas artes plásticas Nice Firmeza (1921-2013) - Mestra Dona. Se viva fosse, este ano, seria centenária.
Com 680 páginas, o Anuário é dividido em 13 capítulos. Nesta edição, homenageia os 60 anos do Museu de Arte da UFC (Mauc) e apresenta 20 obras de 15 artistas que expõem no Museu. Na capa, está a obra "Conselheiro pregando sertão adentro", da Coleção Descartes Gadelha, do Mauc. A obra "Gato", de Aldemir Martins, foi escolhida para ilustrar o capítulo correspondente da cultura.
"O Anuário do Ceará é uma publicação que se renova a cada ano. Tem uma mesma matriz de dados, que são atualizados constantemente. Destaco o aspecto utilitário informativo dele, com atualização de estatísticas, tabelas e gráficos, por exemplo", comenta Jocélio Leal, editor-geral do Anuário. De acordo com ele, o conteúdo mais analítico do Anuário se fortaleceu desde a edição passada. "O Anuário faz uma leitura econômica do Ceará, vislumbrando o cenário pós-pandemia também. O capítulo especial foi muito feliz neste ano, com a celebração dos 60 anos do Mauc", enfatiza.
A primeira edição do Anuário foi publicada em 1872, sendo assim a mais antiga publicação em circulação no Estado. A segunda mais antiga é O POVO, fundado em 1928.
Para adquirir o Anuário
Onde comprar: bancas, livrarias e sede do O POVO
Venda avulsa: R$ 99
Venda para assinantes: R$ 79
Mais informações: no site e @anuariodoceara no Instagram
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