O período que separa a 30ª e a 31ª edições do Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema trouxe mudanças positivas em relação ao contexto da pandemia. Em 2020, o evento conseguiu se manter, mas adaptando-se ao formato híbrido, com atividades presenciais reduzidas e somando novas janelas remotas. Em 2021, com o desenvolvimento da vacinação no País, o Cine Ceará aposta novamente no hibridismo, ampliando a porção presencial e trazendo novidades também na remota. A programação vai de 27 de novembro a 3 de dezembro e inclui mais de 40 filmes, debates, homenagens e outras programações.
"Fazer um festival no formato híbrido é um desafio muito grande porque, na realidade, você está 'fazendo' dois", define Wolney Oliveira, cineasta e diretor executivo do Cine Ceará, que avalia a experiência em 2020 como exitosa. "Apesar de todos esses problemas, que não só o Cine Ceará vem enfrentando, ele foi realizado no ano passado com sucesso. Infelizmente, tivemos grandes eventos que não aconteceram", ressalta.
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overflow:hidden; padding:8px 0 7px; text-align:center; text-overflow:ellipsis; white-space:nowrap;"><a href="https://www.instagram.com/p/CWsrSFcsfAY/?utm_source=ig_embed&utm_campaign=loading" style=" color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:normal; line-height:17px; text-decoration:none;" target="_blank">Uma publicação compartilhada por 31º Cine Ceara (@cineceara)</a></p></div></blockquote> <script async src="//www.instagram.com/embed.js"></script></div>
O Cineteatro São Luiz — palco principal do festival que acolhe as exibições de longas e curtas da competição e, ainda, longas da Mostra Olhar do Ceará — teve no ano passado somente 150 dos 1050 lugares disponibilizados para ocupação. Já em 2021, a capacidade do equipamento saltou para 50%, possibilitando cerca de 500 pessoas em cada sessão. Além das atividades presenciais no Cineteatro, o Cinema do Dragão volta a acolher sessões de curtas da Olhar do Ceará. Uso de máscara e apresentação do passaporte vacinal são obrigatórios.
No âmbito da experiência remota, houve também aprimoramento. No ano passado, a parceria com o Canal Brasil disponibilizou virtualmente longas da competição. Em 2021, eles serão transmitidos simultaneamente também na TV. Será possível assisti-los on-line nas plataformas Canais Globo e Globoplay Canais ao Vivo. "Estamos repetindo a parceria de sucesso com o Canal Brasil, que continua de maneira mais efetiva. Isso abriu uma janela imensa para os longas do Cine Ceará", ressalta Wolney. Outras janelas de exibição seguem, como a dos curtas da Mostra Olhar do Ceará disponíveis também no Youtube do festival e na grade da TV Ceará. "O que fica de estofo (do formato híbrido) é essa experiência com o virtual, porque existe uma democratização do acesso à programação", compreende o diretor.
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Curadora e diretora de programação do festival, Margarita Hernández aponta que os números de inscrições na edição revelam um bom momento do audiovisual. "A gente teve em geral mais filmes inscritos, mais brasileiros. Me chamou muita atenção no caso dos nacionais e, em especial, nos do Ceará, algo que tem a ver com a Lei Aldir Blanc. Isso pode ter dado um impulso", avalia. Neste ano, o número de longas do Ceará inscritos no festival bateu recorde, chegando a 16.
Há dois cearenses entre os seis da competição ibero-americana: "Fortaleza Hotel", de Armando Praça, vencedor do 29º Cine Ceará com "Greta"; e "A Praia do Fim do Mundo", de Petrus Cariry. Completam a seleção os documentários "5 Casas", de Bruno Gularte Barreto, e "Bosco" (Uruguai), de Alicia Cano Menoni; e as ficções "Perfume de Gardenias" (Porto Rico), de Macha Colón, e "Vácio" (Equador), dirigido por Paul Venegas.
Além das obras citadas, há mais produções do Estado nas mostras de curtas, na qual Petrus Cariry também foi selecionado com o filme "Foi Um Tempo de Poesia", e Olhar do Ceará. Nesta, foram selecionados três longas e 17 curtas. Chama a atenção, especialmente, a presença forte do documentário no recorte: são do gênero os três longas selecionados — "Transversais", de Émerson Maranhão, "De uma distância esquizoide", de Gabriel Silveira, e "Minas urbanas", de Natália Gondim — e 10 dos curtas.
"No último ano, vivemos um estado muito específico nas nossas vidas, dentro da introspecção. Posso entender que se expressar pelo audiovisual tenha sido uma maneira de expor alguns sentimentos. Acredito que o documentário foi uma forma mais íntima que cada pessoa artista tenha encontrado", avalia Desirée Langel Rondón, que assina a curadoria da Olhar do Ceará.
A curadora destaca, ainda, características da produção feita no Estado. "Além do aumento na produção de títulos, há a cada ano um acúmulo na quantidade de profissionais e pessoas estimuladas a trabalhar no meio que foram formadas nas universidades e nas escolas de arte. Ao mesmo tempo, os incentivos nos editais de produção foram estimulando a produção e contribuindo para aperfeiçoar o conhecimento", afirma.
Uma temática percebida por Desirée nos filmes da Olhar do Ceará se relaciona não só com as outras mostras, mas todo o evento: "Há nostalgia e bem querer em muitas obras. Brilho nos olhos ao viver encontros, vontade das pessoas estarem conectadas umas às outras, serem visíveis e assimiladas, incentivadas e valorizadas".
O encontro, ou reencontro, parece ser o mote principal desta edição do Cine Ceará. "Estamos felizes de voltar com a sala um pouco mais cheia, com debates presenciais, deixar um pouco o on-line e voltar ao ao encontro cara a cara, a festa, aquele calor. Esse ano ainda não será perfeito, mas estamos nos encaminhando para isso", dialoga Margarita.
"Ainda bem que estamos num período que diminuíram bastante (os índices da covid-19), mas não se pode relaxar. O Cine Ceará será uma possibilidade das pessoas se reverem, se abraçarem — com máscara, usando álcool gel, com todo cuidado —, o momento de entrar no cinema lindíssimo e maravilhoso que é o Cineteatro São Luiz e no Centro Dragão do Mar", convida Wolney.
31º Cine Ceará
Quando: de 27 de novembro a 3 de dezembro
Onde: presencial, no Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro) e Cinema do Dragão (rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema); virtual, no Canal Brasil, Canais Globo e Globoplay e no canal "31º Cine Ceará - Oficial" no YouTube
Mais info: www.cineceara.com ou @cineceara
Gratuito
Seleção do 31º Cine Ceará
"5 casas", de Bruno Gularte Barreto
"A Praia do Fim do Mundo", de Petrus Cariry
"Bosco", de Alicia Cano Menoni
"Fortaleza Hotel", de Armando Praça
"Perfume de Gardenias", de Macha Colón
"Vacío", de Paul Venegas
"Ato", de Bárbara Paz
"Ausências", de Antônio Fargoni
"Chão de Fábrica", de Nina Kopko
"Como respirar fora d'água", de Júlia Fávero e Victoria Negreiros
"Encarnado", de Otávio Almeida e Ana Clara Ribeiro
"Foi um tempo de poesia", de Petrus Cariry
"Hawalari", de Cássio Domingos
"Mar Concreto", de Julia Naidin
"O amigo do meu tio", de Renato Turnes
"O Durião Proibido", de Txai Ferraz
"O Resto", de Pedro Gonçalves Ribeiro
"Sideral", de Carlos Segundo
"De uma distância esquizoide", de Gabriel Silveira
"Minas urbanas", de Natália Gondim
"Transversais", de Émerson Maranhão
"2020", de Oziel Herbert
"A casa que eu vivo hoje não é casa", de Lara Muniz e Marcus Antonius
"Arte na palha", de Augusto Cesar dos Santos
"As aventuras de Ana e João", de Augusto Cesar dos Santos
"Boi coração", de Marcelo Alves e Angela Gurgel
"Corpas", de Arthur Almeida
"Curva sinuosa", de Andréia Pires
"Entre o passado", de Larissa Estevam
"Estilhaços", de Gabriela Nogueira
"Fôlego vivo", da Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas – Umari
"Ibiapaba, como nascem as montanhas", de George Alex Barbosa
"Joelhos", de Yasmin Gomes
"Memória da memória", de Idson Ricart
"Muxarabi", de Natália Maia e Samuel Brasileiro
"Saudade dos Leões", de João Paulo Magalhães
"Sebastiana", de Cláudio Martins
"Zé Tarcísio, Testemunha", de Delano Gurgel Queiroz
"O Marinheiro das Montanhas", de Karim Aïnouz
"Pequenos Guerreiros", de Bárbara Cariry (O Primeiro Filme a Gente Nunca Esquece)
"Se Arrependimento Matasse", de Lilia Moema Santiago (Acessibilidade)
"Amália, a Secretária", de Andrés Burgos
"Água-Viva: e se a água tivesse vida?", de Emily Coelho
"Rachel", de Isaac Apolônio e Fernando Lessa
"Água e Resistência", de JJ
"JEANStopia", de Gabriel Viggo e Murilo da Paz
"A falta de algo básico", de Sara Agatha