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"O Candidato": Rodrigo Alvarez faz sátira política sobre o Brasil em livro
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"O Candidato": Rodrigo Alvarez faz sátira política sobre o Brasil em livro

|m nova ficção, Rodrigo Alvarez faz ponte entre passado e presente em sátira política sobre governo Bolsonaro
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Jornalista e escritor Rodrigo Alvarez chega ao seu segundo livro de ficção com a sátira
Foto: Divulgação Jornalista e escritor Rodrigo Alvarez chega ao seu segundo livro de ficção com a sátira "O Candidato"

Por meio do humor e, ao mesmo tempo, da crítica à ditadura e ao Brasil atual, o jornalista e escritor Rodrigo Alvarez chega ao segundo livro de ficção: "O Candidato". Autor best-seller e ex-jornalista da Rede Globo, Alvarez concedeu entrevista exclusiva ao Vida&Arte sobre a construção da nova obra, publicada pela editora Citadel.

Na trama, Almeida — conhecido pela alcunha de Almeidinha e nascido em Taperoá, na Paraíba — é um jornalista, sociólogo e cientista político visto como uma pessoa bastante inteligente e disputado por políticos brasileiros.

Em Brasília, ele é conhecido como o maior escritor de discursos da história da República. Entretanto, o homem "sonhador e pragmático" sofre um grande abalo quando em 2018 é eleito para a presidência Jairo. Ele decide ir para o exterior com a família, mas a viagem é interrompida quando recebe uma chamada telefônica que o faz voltar para 1958.

No passado, ele se depara com figuras históricas como Juscelino Kubitschek, grandes nomes da Bossa Nova e fica encantando com um País em que aparentemente tudo dava certo. Entretanto, ele também encontra militares que arquitetavam o golpe militar que aconteceria em poucos anos no Brasil. Surge, então, um improvável herói: Almeidinha terá que fazer de tudo para não permitir que a ditadura se estabeleça no Brasil.

Em "O Candidato", Rodrigo Alvarez homenageia grandes nomes das artes brasileiras, ressalta a importância dos jornalistas diante de ataques constantes manifestados durante o governo de Jair Bolsonaro e aponta para a necessidade de se defender a democracia cada vez mais.

Na ponte entre presente e passado, Almeidinha percebe detalhes da realidade brasileira dos anos 1960 que se conectam com os tempos atuais, principalmente quando riscos de ruptura democrática se intensificam. O seu desejo é claro: o de dias melhores para o Brasil. "O livro fala um pouco disso, dessa expectativa pela volta da 'utopia brasileira', do afeto brasileiro, para que paremos de nos odiar e voltemos a construir o Brasil", detalha.

Nas palavras de Rodrigo Alvarez, pelos temas e pela forma como trabalha o enredo, "O Candidato" reúne referências de obras como "De Volta Para o Futuro", "Meia-Noite em Paris" e "Forrest Gump".

Entretanto, apesar da nostalgia envolvida no enredo a partir do retorno a uma época dita como "maravilhosa", o autor do livro revela outra intenção. "Nós costumamos sempre recorrer a certa nostalgia e dizer: 'Poxa, mas naquela época é que era boa'. O que eu quero dizer com o livro — e que o nosso personagem acaba nos mostrando — é que o bom é agora. É importante podermos olhar para trás com saudade, mas temos que olhar para o hoje, porque só hoje somos capazes de fazer algo", diz.

Rodrigo ressalta: "Precisamos estar presentes. Não podemos deixar que a história nos faça vítimas, temos que continuar sendo protagonistas como é o Almeidinha: pegar a história pelas mãos e fazer algo no presente".

A narrativa do protagonista pode até ser ficcional, mas o autor precisou recorrer a muitas pesquisas históricas em livros e em edições de jornais que apresentavam o que ocorria nos anos vividos por Almeidinha. Nesse caso, mais um aspecto que demonstra a importância da imprensa.

"Você lê os jornais e entende o que está acontecendo. Como vai ser no futuro quando voltarmos para saber o que está acontecendo agora, com todas as fake news que têm circulado? Em quem vamos acreditar? Na imprensa. Então, ela precisa sobreviver, e que bom que ela está sobrevivendo", enfatiza.

Na sua extensa carreira como escritor, Rodrigo publicou majoritariamente livros de não-ficção, como "Jesus, O Homem Mais Amado Da História", "Humano Demais, A Biografia Do Padre Fábio De Melo" e "Aparecida". Ao enveredar para o lado ficcional da literatura, porém, não esquece de um dos aspectos das histórias dele: a humanidade.

"Estou interessado naquilo que nos faz humanos, naquilo que é a nossa essência. Não podemos esquecer de onde viemos, o que nos forma, o que queremos e porque fazemos o que estamos fazendo. 'O Primeiro Imortal', minha primeira ficção, fala muito disso: da trajetória da humanidade".

Sobre o lançamento mais recente, ele afirma: "'O Candidato' traz isso para um contexto brasileiro, a trajetória do Brasil de hoje, de onde viemos, como foram nossas décadas anteriores e o que isso está fazendo conosco. Então, há uma preocupação com o humano, em olhar para o passado, para compreender o presente".

Considerada por Rodrigo Alvarez como o "recurso artístico preferido" atualmente, a ficção ainda o acompanhará por mais tempo na escrita. Afinal, ele já tem pronto o próximo livro, a ser lançado em 2023, que discutirá a relação dos jovens com as redes sociais, a fim de debater a influência da tecnologia.

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Confira na íntegra

A conversa completa com Rodrigo Alvarez estará disponível nos principais agregadores de podcast do Vida&Arte nesta quinta-feira, 25. O jornalista também comenta sobre a construção de personagens, trajetória como escritor, os ataques de Jair Bolsonaro a jornalistas, o descaso governamental diante do setor cultural e a Carta em Defesa da Democracia

 

Capa do livro
Capa do livro "O Candidato", de Rodrigo Alvarez

"O Candidato"

de Rodrigo Alvarez

Editora Citadel

304 páginas

Quanto: R$ 59,90

Onde comprar: Amazon

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