Há dez anos, em junho de 2013, o País parava para assistir ao que seria uma das maiores revoltas populares da história recente. Nas ruas de várias capitais do Brasil, milhares de pessoas saíram para pedir mudanças. As pautas e objetivos eram diversos e muitas vezes contrastantes, mas algo era comum a todos: a insatisfação.
Uma data que marca o início dessa ebulição é 6 de junho de 2013, Naquela quinta-feira, manifestantes lutavam contra o aumento das tarifas do transporte público, que haviam encarecido de R$ 3 para R$ 3,20 em São Paulo. Estudantes e trabalhadores se reuniram para protestar contra o aumento da tarifa de ônibus na Capital Paulista. Aos poucos o movimento ganhou força, novas pautas foram adicionadas, e as revoltas se espalharam por diversas cidades brasileiras.
Amplamente estudados pelas ciências políticas, os eventos que marcaram junho de 2013 deixaram rastros em várias esferas brasileiras. No campo artístico não poderia ser diferente. Os olhos, que atentos observaram a intensa mobilização ocorrida naquele período refletiram suas inquietações no audiovisual, na literatura e na música.
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Produtor da iniciativa independente de audiovisual Nigéria Filmes, Roger Pires explica que, quando as manifestações eclodiram, as pessoas não tinham muita “noção” sobre o que estava acontecendo. Observando hoje, ele avalia que junho de 2013 “se tornou um momento histórico” e um dos principais eventos para o videoativismo no Brasil.
“Esse foi um marco para a gente como comunicadores, como documentaristas. É um orgulho olhar para trás e ver que a gente conseguiu registrar o que aconteceu aqui em Fortaleza”. Ele conta que foram quatro grandes manifestações e a Nigéria pôde cobrir todas elas de perto.
Roger relembra que à medida que as movimentações se espalhavam, mais ele enxergava a importância daquele momento. "Depois a gente foi entender que aquilo foi aumentando e não era algo isolado, que estava acontecendo em várias partes do Brasil, e que sim, merecia um registro audiovisual nosso, uma documentação, então foi assim que nasce a ideia do ‘
"Foi um fenômeno que a gente nem esperava. A gente sabia que as pessoas estavam interessadas nesse assunto, tanto é que a gente se mobilizou para fazer um filme, mas a repercussão do “Com Vandalismo” foi realmente impressionante. Nos três primeiros meses foram mais de 100 mil visualizações só no YouTube”, destaca ele.
A cineasta cearense Roberta Marques entende que as jornadas de junho de 2013 foram importantes para que o audiovisual voltasse novamente o olhar para temáticas sociais e políticas que despontaram ali, além de passar a dar mais importância para os efeitos das reivindicações populares, resultando em uma “produção audiovisual imensa”.
Segundo Roberta, a última vez que ela viu mobilizações políticas se refletirem dessa forma na produção artística foi durante o final da ditadura militar, quando as pessoas foram às ruas para pedir o retorno da democracia no País.
Roberta Marques, além de cineasta, é fotógrafa e entusiasta da tecnologia. Durante as jornadas de junho de 2013, a cearense não estava no Brasil, mas sim em Nova York, apresentando o seu Filme "Rânia" no Brazilian Film Festival. Roberta lembra que acompanhou todas as manifestações através da tela do celular e foi isso que despertou seu olhar artístico e curioso para produzir algo sobre a ascensão das redes e o engajamento da juventude em um momento como esse.
Uma semente plantada em 2013, apenas com uma ideia, finalmente chegou ao GloboPlay em 2022. A série "Meninas do Benfica", dirigida e roteirizada por ela, se inspira nos protestos de junho de 2013 e mergulha no debate sobre gravação e transmissão em tempo real de conteúdos nas redes sociais.
A trama conta a história de quatro estudantes do curso de Comunicação Social que têm um canal de comunicação independente e que acabam se envolvendo nas manifestações de 2013. A série tem 6 episódios e transporta quem assiste para o clima de efervescência política de 2013.
Sentimentos e narrativas são transpassados por meio de uma tela, como se o espectador estivesse lá, no meio dos protestos. Como se pudesse sentir os dramas vividos pelas protagonistas da série. Como se fosse ele que sentisse na pele a repressão policial que tentou silenciar as milhares de vozes que estremeciam as ruas.
Roger Pires conta que embora tenham existido outras tentativas de reproduzir algo similar ao que aconteceu em junho de 2013 elas acabaram falhando devido à forte repressão policial. Em 2014, outra onda de protestos atingiu o País, dessa vez com pautas mais específicas, com bandeiras de sindicatos e partidos mais presentes. A quantidade de pessoas envolvidas já não era nem parecida com a de 2013.
"Ficou em 2013, aquela pulsão, aquela revolta coletiva. Onde várias pessoas se encontraram e conseguiram convergir quanto ao lugar onde iriam ao que iriam de alguma maneira fazer, mas não necessariamente as pautas. As bandeiras eram completamente diferentes, mas as pessoas queriam protestar”, relembra o produtor. “Eu acho que essa é a grande conclusão que a gente tem. Elas protestaram, cada uma à sua maneira, cada um sobre o tema que queria, mas sentiram vontade de ir à rua e protestar”.
Roberta fala que uma das singularidades de 2013 era a diversidade de bandeiras defendidas e foi uma das únicas vezes que a história brasileira registrou tanta diversidade de pautas nas ruas em um único movimento. “Naquele julho de 2013, as bandeiras eram muitas”, resume.
"Foi um momento bem importante para o vídeoativismo”, ressalta o produtor. Ele afirma que o cinema também mergulhou nessas temáticas, mas isso só foi acontecer anos depois. “A gente vê produções do cinema e de séries de TV, e elas vêm dois, três anos depois”. Roger cita produções como o filme “Cabeça de Nêgo”, lançado em 2021, e a série “Meninas do Benfica”, citada anteriormente, as duas produções utilizaram algumas imagens gravadas nas manifestações”.
Ele destaca que o momento foi fundamental para que o audiovisual, principalmente o vídeoativismo, pudesse encontrar uma nova forma de fazer cobertura política, fazendo o que a grande mídia não costumava fazer, atuando diretamente de dentro das manifestações e contribuindo para uma pluralidade de vozes.
"A Internet traz uma emergência e uma aproximação do espectador com a verdade, com a realidade, que eu acho que combina com esse tipo de situação. Acho que foi um momento de catarse para muitas pessoas que já produziam audiovisual nesse sentido ativista”, afirma ele, citando como exemplo a
“Eu acho que a Nigéria fez algo parecido com isso. Desenvolveu uma linguagem, desenvolveu uma forma de contar essa história e as pessoas se engajaram e se mobilizaram”, pontua.
Na visão de Roberta é necessário refletir na produção artística momentos como esse, até mesmo para "lembrar que usaram o junho de 2013 para puxar o tapete do Brasil e levar o Brasil ao que aconteceu depois. Depois de 2013 tudo começou a descer. Tudo começou a dar para trás. Então, em 2016, teve o golpe contra a Dilma, e aí vai. Começou tudo a piorar muito mais”, afirma, traçando paralelo entre as manifestações e o impeachment de Dilma Rouseff (PT).
Gabriel Aragão, vocalista da banda Selvagens à Procura de Lei, conta que embora não tenha participado diretamente das manifestações que aconteceram naquela época, coincidiu que, pouco antes dos protestos se espalharem, o segundo álbum da banda, o disco homônimo "Selvagens à Procura de Lei", havia sido lançado, com músicas que continham fortes críticas sociais.
"Quando a gente lançou esse primeiro single (a música "Brasileiro"), acho que uns dez dias depois começaram as manifestações", lembra o cantor.
Lançado em em um momento de forte agitação política e social, o single “Brasileiro” se tornou popular entre jovens de Fortaleza e passou a ser entoado no meio das manifestações. Naquele momento, ele conta que a banda não tinha muito a percepção da importância e nem sabia os rumos e proporções que aquilo tomaria no futuro. O cantor lembra que muita gente se "apropriou" da música para pautas nas quais ela não tinha sido pensada.
“Depois que passou um tempo ficou na cara de que a direita pegou essa pauta com muita sagacidade e foi para cima”, relembra.
As músicas com críticas sociais contidas no álbum, como é o caso de “Brasileiro” e “Massarrara” sugiram em contextos anteriores à tensão que antecede as manifestações de 2013, como os escândalos do mensalão que tiveram os réus julgados no ano 2012, quando o caso voltou a repercutir. A música também se inspirou na composição “Vossa Excelência” dos Titãs.
Os acontecimentos que marcaram 2013 foram e são até os dias de hoje estudados de forma minuciosa por pesquisadores. Os eventos geraram múltiplas interpretações e tiveram um grande número de obras que debateram o tema. O POVO selecionou quatro livros que discutem as manifestações de junho de 2013 e podem ser utilizados como ferramenta de análise dos eventos que marcaram a história do país. Confira:
Neste livro o cientista político Marcos Nobre traça uma linha do tempo entre os eventos que sacudiram o País em junho de 2013 até as eleições de Bolsonaro. Marcos analisa momentos importantes para a história do Brasil, como o impeachment de Dilma Rousseff e a operação Lava Jato.
O ensaísta Francisco Bosco analisa a ascensão de protagonismos, nas redes e nas ruas, e o fortalecimento e surgimento de novas vozes. Bosco debate uma série de eventos polêmicos que aconteceram nos últimos anos envolvendo questões identitárias. Além de levantar discussões do panorama político a partir de junho de 2013 e o cenário brasileiro após as jornadas.
Com uma seleção de nove artigos e um ensaio visual compõem a obra que tenta dissecar os acontecimentos de junho de 2013 sob diferentes perspectivas. O livro lançado dez anos após uma das maiores mobilizações da história analisa os impactos deixados. Além de textos dos organizadores, a obra reúne contribuições de Camila Rocha, Jones Manoel, Lucas Monteiro, Mateus Mendes, Paula Nunes, Raquel Rolnik, Roberto Andrés e Vladimir Safatle, prólogo da ex-presidente Dilma Rousseff, além de fotografias das manifestações feitas por Maikon Nery.
CBrasil em Movimento, organizado por Maria Borba, Natasha Felizi e João Paulo Reys O livro tenta desvendar a movimentação efervescente de 2013 e os seus novos protagonismos, refletindo sobre um novo Brasil que se delineia a partir da polarização política e mobilização popular. Lançado um pouco mais de um ano depois de junho de 2013 a obra se desprende de uma análise dos impactos deixados e foca nas motivações da ebulição política daquele ano.
Para entender um pouco mais sobre o tema e como a literatura e pesquisadores se debruçaram sobre esse tema, o O POVO convidou Ângela Alonso para um bate-papo sobre o tema. Ângela é professora titular do Departamento de Sociologia da USP, pesquisadora do Cebrap e autora do livro "Treze: A política de rua de Lula a Dilma", que analisa os eventos de junho de 2013.
O POVO - Como esse momento marcou a história do país?
Ângela Alonso - Eu acho que marcou de duas maneiras. Por um lado, é o primeiro grande fenômeno de rua, de manifestação com muita gente na rua, desde a redemocratização. Desde as campanhas por ‘Diretas Já’, e da campanha ‘Fora Collor’. Com a diferença de que naquelas duas ocasiões havia uma única pauta e em 2013 haviam muitas pautas e muitos grupos. É um marco da história da política de rua no Brasil. De outro lado, é um momento que marca também o início de uma de uma crise mais aguda da relação entre o governo e os movimentos sociais.
OP - Você falou que esse foi um momento marcado por muitas bandeiras. Por que você acha que isso aconteceu?
Ângela - Porque desde que o Lula assumiu o governo, em 2003, passaram a apoiar o governo os movimentos do campo socialista, que tradicionalmente faziam protesto contra o governo, que antes eram de centro e de direita. Com um partido de esquerda no governo, a rua passou a ser ocupada paulatinamente por movimentos que foram se formando ao longo do governo Lula e que foram se organizando em três grandes campos: um de movimentos autonomistas, um campo de movimento neo-socialistas e um grande campo que se auto nomeou de ‘patriota’.
Então, durante o governo Lula, esses movimentos foram se formando em torno de grandes temas: redistribuição de recursos e oportunidades, como acesso da universidade; moralidade, e aí não só corrupção, mas também propriedade privada, questão do aborto, do casamento entre pessoas de mesmo sexo; e a questão da violência, como segurança pública. Por outro lado, o governo Lula perdeu o estatuto do desarmamento, que ele mesmo organizou. Isso gerou a formação de uma frente armamentista, na qual Bolsonaro era um dos líderes.
"Eu acho que a maneira correta de nomear o que aconteceu é chamar de ‘Ciclo de Protestos’ quando muitos movimentos diferentes foram à rua simultaneamente, empurrando o governo em posições diferentes."
OP- Porque você acredita que a literatura e tantos autores se debruçaram tanto para falar sobre temas como esse?
Ângela - Olha, eu acho que primeiro a gente precisa distinguir um pouco os tipos de literatura. Muita gente que escreveu sem nenhuma pesquisa, escreveu digamos impressões, análises baseadas em fenômenos, que não são baseadas em pesquisa. A maioria das coisas escritas não é baseada em pesquisa. Os trabalhos que têm mais ambição interpretativa, são trabalhos que de certa maneira ainda estão lutando com o fenômeno. Existem quatro grandes maneiras de explicar junho e que apareceram em junho de 2013 ainda.
Uma é que era um protesto de esquerda por mais políticas públicas; outra que era um protesto de esquerda, mas de uma nova esquerda inovadora; uma terceira que dizia que era uma crise de representação, e uma quarta que dizia que era um protesto que nasceu da esquerda e foi sequestrado pela direita.
Eu não concordo com nenhuma dessas teses. Por isso que eu escrevi um livro com pesquisas longas. Porque eu acho que todas essas teses consideram que era um movimento com um único sentido. Eu acho que a maneira correta de nomear o que aconteceu é chamar de ‘Ciclo de Protestos’ quando muitos movimentos diferentes foram à rua simultaneamente, empurrando o governo em posições diferentes.
" Eu identifiquei sete grandes temas, que dizem respeito à modalidade privada, moralidade pública, a terra seja em urbana, rural ou floresta, à políticas públicas, relações capital e trabalho, violência política e segurança pública. São os temas mais relevantes e não são todos na mesma direção."
OP - Como se deu o seu processo de investigação sobre esse momento?
Ângela - Eu comecei a fazer algumas entrevistas ainda em junho de 2013. Fiz uma pesquisa preliminar para publicar um artigo, mas depois continuei a pesquisa para frente, acompanhando os ciclos de protesto subsequentes, acompanhando até o impeachment da Dilma. Mas aí percebi que muita gente começou a explicar tudo que veio depois pelo o que tinha acontecido em junho, sem que tivesse esclarecido muito bem o que junho tinha sido. Então aí eu orientei a minha pesquisa para entender junho. Eu fiz um levantamento nacional. Levantei todos os protestos de 2013 que aconteceram ao longo de junho de 2013, dia a dia no país inteiro. Com isso eu montei um banco de dados e eu identifiquei quais eram os organizadores principais, em que cidade aconteceram, quantas pessoas tinham, quais seus temas, quais slogans.
Então, a partir daí que eu construí a minha investigação, não do ponto de vista de que tenha sido um protesto iniciado pelo MBL ou então em torno de transportes. Mas a partir do que esse meu banco de dados me ofereceu e o que parece nessa pesquisa é que transporte é um tema marginal.
Eu tenho no livro várias tabelas mostrando como que acontece. Eu identifiquei sete grandes temas, que dizem respeito à modalidade privada, moralidade pública, a terra seja em urbana, rural ou floresta, à políticas públicas, relações capital e trabalho, violência política e segurança pública. São os temas mais relevantes e não são todos na mesma direção. Por exemplo, a terra, tem gente se manifestando por direito à terra indígena e gente se manifestando pelo direito do agronegócio ocupar essas terras com produção de grãos. Então na verdade o meu ponto é que você tem muitas partes se manifestando ao mesmo tempo e pressionando o governo em direções diferentes e mesmo antagônicas.
"Tem uma tendência meio generalizada agora de criar uma linha reta entre 2013 e as eleições de Bolsonaro. Um pedaço do que se manifestou na rua em 2013 é um pedaço que apoiou Bolsonaro, mas não é todo mundo."
OP - Quais reflexões você acha que o Brasil pode ter hoje, 10 anos depois, sobre as jornadas de junho de 2013?
Ângela - Acho que uma primeira reflexão importante seria parar de chamar de jornada, jornada vem da tradição francesa de esquerda, de Maio de 68, a Comuna de Paris, significa pensar que aquilo foi uma manifestação homogeneamente de esquerda. É o primeiro ponto importante para reflexão: pensar que aquilo foi mais variado e que também não foi um processo do MBL ou em torno de transporte. Foi muito mais do que isso. Os impactos que vieram dessas manifestações precisam ser pensados com cautela. Porque nem tudo que veio depois é culpa de 2013. Tem uma tendência meio generalizada agora de criar uma linha reta entre 2013 e as eleições de Bolsonaro. Um pedaço do que se manifestou na rua em 2013 é um pedaço que apoiou Bolsonaro, mas não é todo mundo.
Por Maria Carlotto
Os protestos de Junho de 2013 foram as maiores manifestações de rua desde as "Diretas já". Houve um paralelo no Fora Collor, mas ainda assim, de proporção muito menor. Isso tem enorme importância histórica porque foi a primeira vez, no contexto democrático e especialmente dos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), que várias cidades do País se mobilizaram em torno de pautas comuns.
Embora não fosse inicialmente contra o PT, o fato de ter ocorrido sob governos petistas, que tradicionalmente representavam a esquerda brasileira, também tem importância, afinal, a esquerda estava perdendo, depois de décadas, o monopólio das ruas. Então marcou por ser uma novidade política: novos temas, novos repertórios, novos atores. O cenário realmente mudou depois dali, a temperatura política do país subiu muito, digamos assim, e ainda não baixou.
2013 esboçou um evento insurrecional o que, por si só, é um tema forte para a literatura. Impossível não pensar na "Educação Sentimental", de Flaubert; ou no "Germinal", de Zola. Romances fundamentais que tinham como tema a revolta. Isso está no centro da literatura moderna e vale para o Brasil. São inúmeros os romances e poemas que tratam da indignação social e da revolta.
"O cortiço", "O ateneu", "Grande Sertão Veredas", "Vidas Secas", "Macunaíma"... a lista é quase infinita. Eu não sou especialista em literatura contemporânea brasileira, mas alguns trabalhos que li e que foram escritos nos últimos dez anos ecoam temas de junho: "Torto Arado", de Itamar Vieira; "Essa gente", de Chico Buarque; e "A Noite da Espera", de Milton Hatoum. Todos romances políticos e que, na minha opinião, falam das promessas do ativismo.
Maria Carlotto é doutora em sociologia pela USP e se dedicou a analisar os eventos que marcaram junho de 2013. Recentemente, junto com Breno Altman, organizou o livro "Junho de 2013: a Rebelião Fantasma" e ao longo dos anos publicou vários artigos relacionados ao tema. Atualmente é professora da Universidade Federal do ABC.
Uma década depois de uma das maiores ondas de manifestações que o Brasil já conheceu, os impactos e as transformações que se sucederam