O Carnaval de 2024 se foi, mas deixou marcas. Além do glitter, da bebida quente, os odores duvidosos e das fantasias mirabolantes, a festa mais popular do Brasil contou com elementos particulares neste ano.
De prefeito pop descolorindo cabelos e ditando moda entre outros políticos à desavença pública entre as cantoras Ivete Sangalo e Baby do Brasil (ex-Consuelo), o que não faltou foi notícia nesse período.
Então diante da efervescência e da energia pós-Carnaval, O POVO+ separou alguns registros inesquecíveis ao longo dos dias 9 e 13 de fevereiro. Parece que faz tempo né. Mas foi nesta semana. Para refrescar suas lembranças ou para informar a quem não acompanhou de perto, vamos lá.
Veja abaixo seis fatos que marcaram o Carnaval 2024. Mas lembre-se, como toda lista, você pode discordar desta. Então deixe nos comentários a sua!
Em meio a toda a agitação carnavalesca, concorrendo com artistas de renome nacional e internacional, um brilho especial se direcionou a um prefeito. Mais especificamente João Campos (PSB), de Recife. Longe de roupas e trejeitos formais, o gestor de apenas 30 anos adotou um estilo que melhor combina com o Carnaval e chamou atenção de todo o Brasil.
Desafiado a “nevar”, ele descoloriu os cabelos e usou suas redes sociais para promover a festa na capital pernambucana – que começou ainda na quinta-feira, 8, e se estendeu até a Quarta-feira de Cinzas, 14. A mudança capilar, justifica ele, ocorreu com intuito de valorizar a cultura periférica local e combater o preconceito que recai principalmente sobre os jovens que aderem essa tendência.
Acompanhado por 2 milhões de seguidores no Instagram, João Campos compartilha um perfil irreverente, cativando públicos inclusive de outras cidades e estados. Filho do ex-governador Eduardo Campos e namorado da deputada federal Tábata Amaral, ele é o prefeito de capital mais bem avaliado do Brasil, com 81% de aprovação, segundo o Atlas Intel.
Jovem, descontraído e extrovertido, ele foi responsável por promover um Carnaval que movimentou R$ 2,4 bilhões na economia de Recife, que recebeu mais de 3,5 milhões de foliões e contou com atrações como Gilberto Gil, Ludmila, Luísa Sonza, Matuê e outras centenas espalhadas por 49 diferentes polos.
Prestes a completar 30 anos de carreira, a cantora Ivete Sangalo vivenciou um momento inusitado no Carnaval 2024. Em apresentação em Salvador, a artista abriu espaço para uma fala da também cantora Baby do Brasil (ou Baby Consuelo). A ex-integrante da banda Novos Baianos, porém, aproveitou o espaço para anunciar que o apocalipse bíblico estaria prestes a acontecer.
"Todos atentos porque nós entramos em apocalipse. O arrebatamento tem tudo para acontecer entre cinco e dez anos. Procure o Senhor enquanto é possível achá-lo", anunciou Baby. Surpresa com a intervenção, Ivete respondeu de imediato: “Eu não vou deixar acontecer, porque não tem apocalipse quando a gente maceta o apocalipse.”
“Macetando” foi a música chiclete lançada por Ivete e Ludmilla para o Carnaval 2024. A palavra tem como possíveis significados "golpear com maceta", que seria uma espécie de martelo de cabo curto; mas também ganha conotação mais obscena, remetendo a pegação ou mesmo ao ato sexual.
O diálogo entre Ivete e Baby ganhou repercussão e viralizou nas redes sociais.
O cantor cearense Ednardo surpreendeu os foliões que estavam na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica, em Fortaleza. Na segunda-feira, 12, o artista fez uma participação especial durante a apresentação do bloco Luxo da Aldeia – uma das atrações do Carnaval 2024 na Capital.
Cantor do bloco, João Paulo Martins anunciou do palco que naquele mesmo dia havia recebido uma ligação com uma grata novidade: iria dividir a apresentação com Ednardo, o qual tem diversas músicas de seu repertório reproduzidas pelo Luxo da Aldeia.
É de uma das músicas de Ednardo, a propósito, em que surge o nome do grupo. Na canção “Terral”, criada em 2002, são cantados os seguintes versos: “Eu sou a nata do lixo / Sou o luxo da aldeia / Eu sou do Ceará". Tanto “Terral” como "Maresia" foram interpretadas em parceria.
As duas músicas fizeram a alegria dos foliões, muitos dos quais se emocionaram com o encontro.
Maior campeã do Carnaval de São Paulo, a escola de samba Vai-Vai levou ao Sambódromo do Anhembi muito hip-hop, discussões sociais e, particularmente, críticas a polícia. Na sua ala “Sobrevivendo no Inferno”, a escola destacou personagens policiais como detentores de chifres e asas que remetiam a figuras demoníacas. A apresentação gerou repercussão entre apoiadores e críticos.
Desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França, o desfile pretendeu mostrar a rua como espaço de constante disputas pela arte em São Paulo. Ela também celebrou os 40 anos de cultura do hip-hop no Brasil, contando na avenida com um dos principais nomes da cena no País: Mano Brown, do Racionais MC’s.
É de um dos álbuns do grupo de rap, inclusive, que saiu o nome da ala “Sobrevivendo no Inferno”. Nela, o batalhão de policiais foi retratado como demônios, algo visto com maus olhos pela categoria. Diante disso, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) divulgou uma nota de repúdio ao enredo, o qual teria atuado com “escárnio a figura de agentes da lei”.
A exemplo da Catuaba e do Corote em outros carnavais, o Carnaval de 2024 teve uma fortíssima candidata em Fortaleza. Trata-se do São Braz Pink, uma bebida alcóolica composta por uma mistura de vinho branco com sabores de tutti frutti, produzida pela industria de alimentos nordestina São Braz.
Concorrendo com as latinhas de cerveja e cachaças, a bebida com forte teor alcóolico se destaca por ser muito doce e especialmente barata. Somado ao calor da cidade e das pessoas dançando, o drink colorido então foi um dos queridinhos dos foliões cearenses.
Com o lema “refresca e transforma”, o coquetel rosa podia ser encontrado por valores entre R$ 12 e R$ 14.
No meio da folia do Carnaval do Rio de Janeiro, uma fantasia brilhou mais do que as outras. Foi a da atriz Paolla Oliveira na escola de samba Acadêmicos do Grande Rio. A rainha de bateria foi à avenida com uma fantasia de onça. Acionada por um controle, uma estrutura descia sobre seu rosto como uma máscara que simulava a cabeça do animal, com olhos fumegantes.
Ovacionada no desfile, Paolla virou assunto na internet. Inclusive, ela chegou a ganhar uma votação popular na categoria de melhor figurino de rainha de bateria do Rio de Janeiro. Promovida pelo portal Extra, a enquete mostrou a atriz em primeiro lugar, com 50,81% dos votos públicos.
Viviane Araújo, do Salgueiro, ficou em segundo lugar, com 23,61%. Já Bianca Monteiro, da Portela, ficou em terceiro lugar, com 9,17%.