
O futebol cearense sofreu seu mais duro golpe ao fim da Série A do Campeonato Brasileiro de 2025. Mesmo com desempenhos distintos ao longo da competição, Ceará e Fortaleza terminaram a 38ª rodada compartilhando o mesmo destino: o rebaixamento. Ambos chegaram à rodada final dependendo apenas de si, mas as derrotas e a sequência de resultados ruins ao longo do ano pesaram mais do que qualquer cálculo possível no último jogo.
Ao longo do Brasileirão, o Ceará alternou semanas de estabilidade no meio da tabela com períodos de estagnação. A equipe manteve competitividade em parte do campeonato, mas uma queda brusca na reta final comprometeu toda a sua trajetória. A pior oscilação ocorreu justamente na última rodada, período em que já não havia mais margem para erro.
O Fortaleza, por sua vez, conviveu por longas rodadas com a parte inferior da classificação. A equipe permaneceu diversas vezes entre os últimos colocados, mas conseguiu esboçar reação sob o comando de Martin Palermo, chegando à rodada final fora do Z4 e dependendo apenas de seus próprios resultados. A derrota para o Botafogo, porém, somada a vitórias de adversários diretos, recolocou o clube na zona ao fim do campeonato.
Agora, ao término do torneio mais importante do País, a Central de Dados O POVO+ passa a examinar os indicadores que moldaram esses caminhos trágicos. A partir da análise das posições na tabela, evolução da pontuação e desempenho ofensivo e defensivo, o levantamento mostra como fatores distintos, mas convergentes, empurraram Ceará e Fortaleza para o rebaixamento no momento mais decisivo da temporada.

A trajetória de Ceará e Fortaleza ao longo das 38 rodadas mostra que ambos viveram fases distintas, mas compatíveis com uma tendência de queda que se consolidou na rodada final. O Ceará começou o campeonato em posições intermediárias e chegou a ocupar o 3º lugar na 2ª rodada, sua melhor colocação.
Já o Fortaleza iniciou com força total, liderando o campeonato na 1ª rodada, mas rapidamente passou a se direcionar para a parte inferior da tabela, chegando a figurar por várias rodadas na 19ª colocação, sua pior marca ao longo da competição.
Ao longo do torneio, as duas equipes alternaram momentos de estabilidade e declínio, mas ambos chegaram à reta final ainda fora da zona de rebaixamento, sustentando chances reais de permanência até a última rodada.
O Ceará ocupava a 15ª posição na rodada 37, enquanto o Fortaleza aparecia em 16º. A combinação permitia que os dois dependessem apenas de seus resultados para escapar da queda, cenário que se manteve até os primeiros minutos das partidas decisivas.
Mas o desfecho negativo ocorreu com a última rodada. As derrotas simultâneas, do Ceará diante do Palmeiras e do Fortaleza diante do Botafogo, somadas às vitórias de Internacional e Vitória, que também lutavam contra o rebaixamento, reposicionaram ambos imediatamente para a zona crítica.
O Ceará fechou o campeonato em 17º lugar, enquanto o Fortaleza terminou em 18º, consolidando o rebaixamento da dupla cearense.

O Ceará apresentou oscilações constantes nos números de ataque e defesa. O time começou com equilíbrio, somando dois gols marcados e dois sofridos na primeira rodada, e chegou ao seu melhor momento defensivo entre as rodadas 7 e 9, quando sustentou saldo positivo e alcançou quatro gols de vantagem na fase inicial do campeonato. Foi o ponto de maior estabilidade do setor ofensivo alvinegro.
A partir da 10ª rodada, a equipe iniciou um movimento de irregularidade que se estendeu até o fim do torneio. As oscilações ficaram evidentes com variações frequentes entre saldos positivos, neutros e negativos. O sistema defensivo passou a sofrer mais, especialmente a partir da metade do campeonato, quando o Ceará teve sucessivas rodadas com saldo abaixo de zero. Nas últimas dez rodadas, o time só registrou saldo positivo uma vez, na 33ª rodada.
O desfecho ocorreu nas rodadas finais, quando o desequilíbrio defensivo ampliou a pressão sobre o ataque. O Ceará terminou o campeonato com 34 gols marcados e 40 sofridos, acumulando saldo de -6.
O Fortaleza iniciou o campeonato com desempenho promissor, registrando saldo positivo nas três primeiras rodadas e alcançando sua maior vantagem logo na oitava rodada, quando somava dez gols marcados e apenas cinco sofridos. Esse período marcou o ápice do rendimento defensivo e ofensivo combinado, demonstrando potencial para uma campanha mais sólida antes da perda de estabilidade a partir da 9ª rodada.
A curva negativa começou a se consolidar no decorrer do primeiro turno, com o número de gols sofridos crescendo de forma contínua. Entre as rodadas 11 e 22, o Fortaleza acumulou saldos negativos sucessivos, chegando a -14, reflexo de uma defesa que passou a ser vazada com regularidade. Embora o ataque mantivesse crescimento moderado, não foi suficiente para compensar a piora defensiva, que se tornou o elemento predominante da trajetória da equipe no campeonato.
Nas rodadas finais, o time manteve ritmo ofensivo que o levou a 43 gols marcados, mas fechou a competição com 58 gols sofridos e saldo de -15.

A elaboração desta reportagem utilizou bases de dados disponíveis no site Transfermarkt, na seção dedicada ao Campeonato Brasileiro 2025. As informações foram extraídas por meio de um script desenvolvido na plataforma de inteligência artificial Perplexity e executado no Google Colab. Após a coleta, os dados foram exportados em formato CSV e organizados e tratados no Google Planilhas.
Com o objetivo de garantir transparência e reprodutibilidade, a Central de Dados O POVO+ disponibiliza botões de download em cada gráfico apresentado na reportagem. Dessa forma, o leitor pode acessar e baixar diretamente as bases utilizadas nas visualizações.