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Malu Jimenez: transformando as próprias dores
Reportagem Seriada

Malu Jimenez: transformando as próprias dores

Pesquisadora, ativista e influenciadora faz dos estudos e do trabalhos nas redes sociais luta política por novos olhares sobre os corpos gordos
Episódio 6

Malu Jimenez: transformando as próprias dores

Pesquisadora, ativista e influenciadora faz dos estudos e do trabalhos nas redes sociais luta política por novos olhares sobre os corpos gordos
Episódio 6
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É lá da Chapada dos Guimarães (MT) que Malu Jimenez ecoa sua voz na luta contra a gordofobia - discriminação feita quando um corpo não está no padrão magro, por isso, é estigmatizado.

Pesquisadora, ativista e influenciadora pelos estudos dos corpos gordos, foi durante o mestrado que Malu reconheceu o forte fenômeno do emagrecimento entre as mulheres mato-grossenses - ali percebeu um terreno fértil para ressignificar o que chama de “pavor da gordura”. "Foi ali que eu falei que precisava estudar esse fenômeno".

E assim o fez. Defendeu uma tese ativista em que se reconhece e possibilita chamar-se de PhD em gordofobia. "Chego em um momento da minha vida que eu tinha dois caminhos: emagrecer, encolher e tentar me encaixar no mundo ou cuidar de mim e lutar contra essa padronização” conta Malu ao O POVO. “Eu denuncio essa violência que acontece através da gordofobia, desde a infância até a hora da morte dela”.

 

 

Sim, dela, porque constata que a gordofobia acontece com todos, mas todas as gordas refletem, ainda, o peso da pressão estética e do machismo de uma sociedade patriarcal.

"Tudo o que conhecemos é através de homens brancos. Eu me considero feminista porque, em primeiro lugar, preciso o tempo todo me colocar enquanto mulher no mundo. Diferente do homem", recorda a filósofa.

Como uma revolução não se faz sozinha, viu a importância de seu trabalho não ficar apenas em uma biblioteca universitária e foi além: baseado no doutorado, fundou o projeto "Lute como uma gorda", se tornou uma das integrantes do coletivo feminista GORDAS XÔMANAS e coordena o @estudosdocorpogordo, voltado para publicações de um novo olhar sobre os corpos gordos.

Também realiza workshops e palestras sobre seus estudos. É nessa rede de apoio que Malu nutre a confiança nela e em outras mulheres em meio a fragilidade das políticas públicas para os corpos gordos no Brasil. “Dá vontade de chorar. Nós estamos muito atrasados”, fala quando relembra da situação.

Enquanto referência para outras mulheres gordas, Malu também traz alguns nomes especiais em sua trajetória: as personalidades e ativistas pelo corpo gordo, Thais Carla; e a jornalista Jéssica Balbino.

Coincidência ou não, O POVO conversou com Malu no Dia Mundial do Combate a Obesidade, 4 de março. Ela sustentou e fez reconhecer - enquanto eu, mulher que não segue diversos padrões estéticos estabelecidos em sociedade - como precisamos avançar ainda mais na luta contra a estigmatização dos corpos femininos e reforçar nossa humanização junto às nossas vivências. Afinal, ter saúde também é ter dignidade.

 

 

Jornalista Marília Freitas(Foto: ACERVO PESSOAL)
Foto: ACERVO PESSOAL Jornalista Marília Freitas

 

 

Marília Freitas, jornalista

Sou graduanda em Jornalismo na UFC, tenho interesse pelos estudos de mulheres na comunicação digital e sou grata em seguir compartilhando vivências por meio da mãe, irmã, avós, editoras e amigas - uma rede de apoio essencial para seguir desafiando e mudando a sociedade a sua maneira.

 

 
5 de março de 2020, Imagem da repórter fotográfica do jornal O Povo, Thais Mesquita. (Foto Thais Mesquita)(Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita 5 de março de 2020, Imagem da repórter fotográfica do jornal O Povo, Thais Mesquita. (Foto Thais Mesquita)

 

 

 

Thais Mesquita, repórter fotográfica

Sou publicitária, artista, professora e fotojornalista do O POVO. Criada por uma família de mulheres fortes, que fizeram florescer a ideia de união, luta e resistência tão pertinentes em mim.
 
 
 
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