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Usina de dessalinização e outros três projetos têm aprovação adiada pelo Coema
Reportagem Seriada

Usina de dessalinização e outros três projetos têm aprovação adiada pelo Coema

|ENTRAVES| Pedidos de vista atrasaram em, pelo menos, 14 dias votação sobre empreendimentos que vão de aterro a planta de H2V. Complexo solar em Jaguaruana foi única exceção

Usina de dessalinização e outros três projetos têm aprovação adiada pelo Coema

|ENTRAVES| Pedidos de vista atrasaram em, pelo menos, 14 dias votação sobre empreendimentos que vão de aterro a planta de H2V. Complexo solar em Jaguaruana foi única exceção
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O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) adiou para o próximo dia 19 a análise sobre a aprovação de quatro projetos iniciada ontem.

Entre eles o da Dessal do Ceará, uma parceria público-privada entre a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e o Consórcio Águas de Fortaleza para produzir água dessalinizada, e a planta de Produção de Hidrogênio Verde (H2V) da Fortescue no Complexo do Pecém.

O adiamento da análise desses projetos ocorreu em virtude de pedidos de vistas de diferentes conselheiros do Coema.

Também foram adiadas as votações dos projetos para a construção do Aterro Sanitário Regional de Pacajus e da Linha de Transmissão da Portocem.

O único projeto aprovado na reunião de ontem foi o da construção do Complexo Fotovoltaico Arapuá, em Jaguaruana (a 183 km de Fortaleza), que havia recebido pedido de vista na reunião realizada em 5 de setembro.

A reunião de ontem foi marcada por críticas aos sucessivos pedidos de vista realizados, o que levou à convocação extraordinária para que os projetos em análise sejam apreciados com mais celeridade, uma vez que, normalmente as reuniões ocorrem com frequência semanal.

A condução da sessão foi dividida entre a secretária estadual do Meio Ambiente, Vilma Freire, e o titular da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), Carlos Alberto Mendes.

No caso específico da usina de dessalinização prevista para ser construída na Praia do Futuro, o pedido de vistas foi feito pelo promotor de Justiça e representante do Ministério Público do Ceará (MPCE), Ronald Rocha, que alegou precisar de mais tempo para analisar o projeto, dada a complexidade da obra, e também por questões pessoais.

Ele citou, ainda, a polêmica envolvendo os responsáveis pela obra e as empresas de telecom instaladas na região.

“O Ministério Público compreende a importância de se garantir segurança hídrica, mas a matéria é tecnicamente complexa e a pauta (da sessão) foi feita com poucos dias de análise, o que não permitiu uma compreensão razoável desse projeto e dos questionamentos que ele levanta, alguns já esclarecidos, como a questão da conectividade”, em referência ao alegado risco do empreendimento ao hub de cabos submarinos que chegam à Fortaleza pela Praia do Futuro.

Da parte da Dessal do Ceará, a apresentação do projeto ao Coema foi feita pelo presidente da Cagece, Neuri Freitas; pelo pesquisador do Laboratório de Gestão Integrada da Zona Costeira da Universidade Estadual do Ceará (Lagiz/Uece); e pelo supervisor de assessoria técnica ambiental da HL Soluções Ambientais, Filipe Rolim.

Segundo o presidente da Cagece, Neuri Freitas, apesar do adiamento da análise para obtenção de licença prévia (LP) da usina pelo Coema, serão mantidos os prazos de início e término das obras, previstos para 2024 e 2026, respectivamente, com valor total do contrato acima de R$ 3 bilhões.

Ele também comemorou o fato de não ter havido questionamentos ao projeto propriamente dito, que deve gerar 1 metro cúbico (m³) de água por segundo e beneficiar cerca de 720 mil pessoas em, pelo menos, dez bairros de Fortaleza. O custo de implantação é estimado em R$ 526 milhões.

“O impacto maior nós já tivemos, que foi ter de reestudar a localização dos tubos (de captação e dispersão da água do mar) por mais de um ano. Esses períodos que são necessários para que a pessoa possa emitir uma opinião mais confortável não atrapalham”, minimizou.

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