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A eleição mais apertada da história do PT e da redemocratização
Reportagem Seriada

A eleição mais apertada da história do PT e da redemocratização

Desde 1989 que o PT participa das eleições presidenciais. Foram 5 vitórias e 4 derrotas. No pleito de 2022, o partido conheceu sua eleição mais apertada, com uma diferença de "apenas" 1,8 ponto percentual frente a Bolsonaro
Episódio 31

A eleição mais apertada da história do PT e da redemocratização

Desde 1989 que o PT participa das eleições presidenciais. Foram 5 vitórias e 4 derrotas. No pleito de 2022, o partido conheceu sua eleição mais apertada, com uma diferença de "apenas" 1,8 ponto percentual frente a Bolsonaro
Episódio 31
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A votação realizada em 30 de outubro de 2022 marcou, para além do retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República pela terceira vez, a eleição mais apertada da história do PT e da redemocratização do Brasil. Após uma campanha bastante polarizada entre Lula e Jair Bolsonaro (PL), as urnas mostraram um País dividido, pendendo para a esquerda por pouco mais de 2 milhões de votos.

Quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou a apuração de 100% das urnas eletrônicas, foi registrado que 50,90% dos brasileiros optaram por Lula, enquanto outros 49,10% com a preferência por Bolsonaro. Uma diferença de 1,8 ponto percentual entre eles, a menor já registrada em mais de 30 anos.

Desde 1989, data da primeira eleição direta após a Ditadura Militar, o Partido dos Trabalhadores concorre à Presidência da República. Derrotado nas três primeiras por Fernando Collor de Mello (1989) e por Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998), obteve sua primeira e mais expressiva vitória em 2002.

 

 

Acompanhe o histórico de votação do PT na disputa pela presidência da República

Você pode ver clicando no percentual de votação ou na posição do partido. A qualquer momento, é possível repetir o movimento

 

Três vezes segundo colocado, Lula foi para o pleito do início do século contra José Serra (PSDB). Em um segundo turno relativamente tranquilo, o metalúrgico ascendeu ao cargo mais alto do Poder Executivo do Brasil com 61,28% dos votos, frente aos 38,72% do tucano.

Depois disso, foram três outras vitórias seguidas. Com o próprio Lula (em 2006) e com sua sucessora Dilma Rousseff (em 2010 e 2014). A reeleição da petista, a propósito, se tornaria a disputa mais apertada para o partido até então, com 51,64% dos votos válidos contra 48,36% de Aécio Neves (PSDB).

 

 

 

Quatro anos depois, após escândalos de corrupção, um processo de impeachment que tirou Dilma da Presidência em 2016 e a prisão de Lula em 2018, a imagem do PT se desgastou. Em contrapartida, o nome de Jair Bolsonaro (então do PSL) se fortaleceu e o credenciou à disputa e à vitória de 2018. Sobre Fernando Haddad, o Bolsonaro venceu com 55,13% dos votos.

Agora sem impedimento judicial, Lula retorna ao Palácio do Planalto com 60.345.999 de votos (50,90%), vencendo em 3.123 dos 5.568 municípios brasileiros. Bolsonaro, por sua vez, conseguiu 58.206.354 votos (49,10%). A diferença entre eles foi de “apenas” 2.139.654 votos em um País com mais de 124 milhões eleitores que compareceram ao pleito.

 

 

 

Assim como no primeiro turno, e nas eleições anteriores, Lula mostrou nas urnas a força do PT, principalmente no Nordeste. Na região, ele alcançou superioridade em 1.774 cidades, enquanto que Bolsonaro conseguiu vencer em somente 20. Foram municípios nordestinos que, a propósito, deram as maiores vantagens ao agora presidente eleito.

Os votos conseguidos no Sudeste também ajudaram bastante para que Lula e o PT pintassem de vermelho o mapa da votação brasileira e chegasse à sua terceira eleição.


 

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