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2025: chegamos a um quarto do século. O que vivemos?
Reportagem Seriada

2025: chegamos a um quarto do século. O que vivemos?

Esta é uma retrospectiva que atravessa o tempo em seis eixos fundamentais deste 1/4 de século — tecnologia, política, saúde, meio ambiente, comportamento e Fortaleza. Mais do que recontar os fatos, buscamos entender os caminhos que nos trouxeram aqui e o que eles podem nos dizer sobre o futuro
Episódio 4

2025: chegamos a um quarto do século. O que vivemos?

Esta é uma retrospectiva que atravessa o tempo em seis eixos fundamentais deste 1/4 de século — tecnologia, política, saúde, meio ambiente, comportamento e Fortaleza. Mais do que recontar os fatos, buscamos entender os caminhos que nos trouxeram aqui e o que eles podem nos dizer sobre o futuro Episódio 4
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Vinte e cinco anos atrás, o mundo se despedia do século XX com promessas de um futuro que parecia irromper em luz: repleto de profecias, previsões e conjecturas de uma nova era.

Eis que, em 2025, chegamos ao primeiro quarto de século deste novo milênio — um limiar que nos empurra adiante e, ao mesmo tempo, pede pausa.

O tempo de 2000 para cá foi um período de transformações profundas, de avanços que reescreveram nosso cotidiano e de desafios que redefiniram nossas prioridades.

A tecnologia liderou muitas dessas mudanças, nos levando do analógico ao digital em um piscar de olhos. O que era antes um fio de conexão tornou-se uma teia global, e a inteligência artificial, que um dia habitava apenas ficções, hoje molda realidades.

O planeta nos cobrou. As crises climáticas não apenas alertaram sobre o futuro, mas também trouxeram realidades inadiáveis ao presente. Secas, inundações e temperaturas extremas nos lembraram de que a relação com a Terra é de atenção e cuidado.

A política tornou-se um palco de tensões globais e locais. Democracias enfrentaram seus próprios limites, enquanto guerras, novas e antigas, desenharam mapas de instabilidade e redesenharam fronteiras e destinos.

 

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Em contraste, movimentos sociais e novas gerações emergiram com força, trazendo novos significados para palavras como identidade, resistência, representatividade e comunidade.

A saúde revelou-se como o centro de nossas fragilidades e forças. Uma pandemia global paralisou o mundo, testou os sistemas de saúde e a resiliência coletiva, ao mesmo tempo em que acelerou avanços científicos e revelou a urgência de cuidar não apenas do corpo, mas também da mente.

A saúde mental, tantas vezes deixada de lado, ganhou protagonismo em um mundo cada vez mais ansioso e conectado.

Nas ruas, nas casas, nos corpos, o comportamento humano se reinventou. Culturas se misturaram. A música, a arte, a palavra — tudo se tornou espaço de criação.

E então voltamos para casa: Fortaleza, que em vinte e cinco anos cresceu em direção ao céu, mas nunca perdeu o cheiro de maresia. Aqui, no encontro das ruas e do tempo, cada história tem sua geografia.

Este especial é uma retrospectiva que atravessa o tempo em seis eixos fundamentais — tecnologia, política, saúde, meio ambiente, comportamento e Fortaleza. Mais do que recontar os fatos, buscamos entender os caminhos que nos trouxeram aqui e o que eles podem nos dizer sobre o futuro.

Porque refletir sobre vinte e cinco anos não é apenas olhar para trás: é perguntar, com olhos atentos, o que ainda queremos construir.

 

 

O efeito dominó da política do século XXI

A política é uma linha de costura, um eterno efeito dominó. Em um mundo cada dia mais midiatizado, cada vez mais estreito, pequenos empurrões nas peças são capazes de provocar longas sequências de acontecimentos, sentidos ao redor do mundo - com maior ou menor intensidade.

Após um século XX de guerras diretas ou indiretas, ditaduras e corridas espaciais, as primeiras décadas do novo século trouxeram instabilidade a democracias recém-estabelecidas, aumento na participação popular e nas organizações internacionais, retomada de intervenções de grandes potências em conflitos locais e problemas humanitários.

Paula Vieira, cientista política e integrante do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídias (Lepem-UFC), volta os olhos para o passado. Em um mundo frenético, é preciso notar de onde vêm as amarras que nos prendem ao agora. “Temos que estar rememorando todo esses períodos que chegam de uma forma não institucionalizada, com tentativas de golpes, consequências de golpes. [Ignorá-los] acaba com a chegada de um outsider salvador, que se transforma em um mito. Temos que nos atentar”, disse.

 

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Negligências na Terra e corridas ao espaço: o meio ambiente e a ciência no século XXI

Conferências e acordos climáticos marcaram as décadas finais do século XX. Eram feitas promessas para o futuro, muitas não cumpridas pela falta de adesão e compromisso de grandes potências globais.

Ao mesmo tempo, a linha de emissões de carbono seguiu crescente, a temperatura global escalonou, assim como a flexibilização com agrotóxicos e, em consequência, os eventos extremos. Enchentes, queimadas, tsunamis, terremotos tiveram sua intensidade aumentada.

Tornou-se impossível não atrelar a pauta ambiental aos eventos cotidianos. Estava ali, na frente dos olhos de todos, os impactos da negligência climática.

Apesar disso, o mundo apresentou algumas mudanças, ainda que aparentemente singelas, significativas. O processo de transição energética ganhou foco, o buraco na camada de ozônio minguou, o Nordeste brasileiro destacou-se em energias renováveis, além de haver uma maior participação dos jovens, que dizem lutar pelo direito, simplesmente, de um futuro.

 

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O caminho do comportamento e dos movimentos sociais no século XXI

“Eu gostaria de destacar que a luta política, principalmente da sociedade civil, não é linear. Não é um processo contínuo e progressivo. Nós temos avanços, mas também retrocessos, porque os movimentos sociais não estão dissociados do contexto maior. Não é um processo contínuo e progressivo. Nós temos avanços, mas também retrocessos, porque os movimentos sociais não estão dissociados do contexto maior”.

A frase é da doutora em educação com pós-doutorado em Sociologia e professora titular da Universidade Federal do Ceará (UFC), Celecina de Maria Veras Sales. A opinião da docente está relacionada às mudanças nos diversos movimentos sociais e comportamentos ligados à essência do ser humano.

Novas formas de manter uma relação amorosa, conquistas de grupos minoritários e pautas políticas que carregam a forte influência do movimento religioso marcam questões importantes dentro do contexto brasileiro ao longo do século XXI.

 

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A tecnologia no centro do século XXI

Os quase 25 anos do século XXI evidenciam o poder da tecnologia no cotidiano da sociedade. No mercado de trabalho há o surgimento de novas profissões por conta da tecnologia, mas também o fim de outras.

Na comunicação, as redes sociais assumem um protagonismo, definindo até mesmo tendências e comportamentos. Por outro lado, abrem a discussão em torno de informações falsas e a questão da privacidade.

As mudanças são numerosas, mas essenciais para entender a revolução deste segmento e até mesmo o impacto dele nos próximos anos.

 

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Saúde: o equilíbrio entre mente e corpo mostra que respirar é uma dádiva

O setor da saúde no Brasil e no mundo passou por profundas transformações nas últimas décadas. No cenário brasileiro, a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2000, marcou um novo capítulo na regulação do setor privado. 

Paralelamente, iniciativas como a Lei dos Transplantes e a ampliação do Sistema Nacional de Transplantes salvaram milhares de vidas. Assim como o Programa Farmácia Popular, lançado em 2004.

A saúde pública também enfrentou desafios globais e locais. O surto de ebola na África Ocidental, entre 2013 e 2016, e a pandemia de Covid-19, iniciada em 2020, evidenciam a solidariedade internacional e a fragilidade dos sistemas de saúde e a necessidade de fortalecimento do SUS.

Durante esse período, questões como saúde mental também ganharam destaque, com a OMS reconhecendo a síndrome de Burnout como doença ocupacional, evidenciando os impactos do trabalho e da pandemia no bem-estar psicológico.

 

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Fortaleza, a capital do Norte e Nordeste

A Fortaleza do século XXI é uma cidade de contrastes que se moldou como metrópole. Ao longo das últimas duas décadas, combinando desenvolvimento acelerado com desafios históricos, a capital cearense testemunhou um crescimento vertiginoso — tanto no número de habitantes quanto em sua relevância econômica e cultural.

Desde antes de despontar e se consolidar como protagonista regional, a urbe também é palco de requalificações urbanas e disputas sociais que perduraram nas últimas décadas; contrastando entre a valorização imobiliária e os desafios de conciliar turismo e direito à cidade para a população.

A Copa do Mundo de 2014 simbolizou esse movimento: com obras grandiosas, como o VLT e a reforma da Arena Castelão, trouxe modernização, mas também desapropriações e remoções que ainda ecoam na memória de comunidades afetadas. Fortaleza evoluiu, mas seus desafios permanecem tão complexos quanto suas conquistas.

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  • Concepção gráfica Gil Dicelli
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  • Produção e textos Karyne Lane, Ludmyla Barros e Révinna Nobre
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