Hortaliças, legumes e frutas dividem nos supermercados um espaço próprio, o hortifrúti. Neste mês, o projeto Preço Comparado Supermercados, em parceria com o Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza), analisa esses itens, que apresentaram variações na Capital de até 233% nos valores praticados em igual tipo, peso ou quantidade do mesmo produto.
Em abril, a pesquisa da entidade ocorreu entre os dias 1º e 11 e, a partir dela, O POVO selecionou 20 alimentos pesquisados em 13 supermercados. Nesta edição, destacamos em azul o menor preço e em vermelho o maior de cada um dos itens levantados.
A lista completa traz 100 produtos comercializados em 36 estabelecimentos, localizados em diferentes regionais da Cidade.
A maior variação de preços neste mês foi justamente da batata-doce. No Nidobox Passaré o quilo custa R$ 2,99, enquanto no Cometa Supermercados, da Cidade dos Funcionários, a mesma quantidade sai por R$ 9,98. A diferença entre os preços nos dois supermercados ficou em R$ 6,99.
Em seguida, com uma variação de 155,5%, aparece o quilo do mamão formosa. No Carnaúba Supermercados do Jangurussu o quilo do item custa R$ 2,29. Já no Supermercado Pinheiro de Messejana a etiqueta mostra R$ 5,85, uma diferença de R$ 3,56.
O terceiro item com maior variação nos preços é a beterraba. O quilo da raiz tuberosa custa R$ 5,49 no Nidobox Passaré e R$ 13,69 no Mercado Extra do bairro de Fátima. São R$ 8,20 de discrepância.
Em contrapartida, o quilo da banana prata é o item que apresenta menor variação. Tanto no Carnaúba Supermercados do Jangurussu quanto no Supermercado Pinheiro de Messejana, a etiqueta marca R$ 6,49. E o quilo da mesma fruta custa R$ 8,49 no Guará Supermercado da Praia de Iracema. A diferença de R$ 2 representa uma variação de 30,8%.
Já maracujá tem uma escala que vai a 48,5%. No Centerbox do Jangurussu, no Frangolândia da Varjota e no Pão de Açúcar do bairro Aldeota a fruta custa R$ 8,99 o quilo. Já no Super Mercadinhos São Luiz da Aldeota o preço é R$ 13,35. São R$ 4,36 de diferença.
E o coentro ficou a R$ 1,99 no Nidobox Passaré e no Supermercado Pinheiro de Messejana. Enquanto o GBarbosa do Edson Queiroz apresenta o maior preço, R$ 2,96. A diferença é de R$ 0,97, representando uma variação de 48,7%.
Em abril, o Nidobox Passaré foi o supermercado que apresentou os melhores preços de seis itens analisados pelo Preço Comparado - Supermercados. Na outra ponta, cinco dos 20 itens analisados estão mais caros no Guará da Praia de Iracema.
A partir da pesquisa dos meses de março e abril de 2024, o projeto também detectou que os itens de hortifrúti são os que registram maiores variações no preço médio. O preço médio do pimentão verde mais do que dobrou, saltando de cerca de R$ 8, em março, para R$ 16,40 em abril.
O tomate subiu de uma média de R$ 6,75 em março para R$ 10,60, representando um aumento de 57%. (Alexandre Cajazeira/Cientista de Dados O POVO)
A alta geral dos preços de alguns itens de hortifrúti está diretamente relacionada ao período chuvoso no Estado, conforme explica Odálio Girão, analista de mercado das Centrais de Abastecimento do Ceará S/A (Ceasa-CE).
“Com a questão climática, estamos sentindo que as hortaliças estão muito sensíveis, principalmente as folhosas, no caso, a cebolinha, o coentro, o alface, a couve-flor, a couve manteiga, o repolho”, diz.
Outros itens como o tomate, o pimentão verde, a cenoura e a cebola roxa também pesam no bolso do consumidor final. “O tomate chega a R$ 9,60 no atacado. Isso é um preço bastante elástico para o consumidor. E quando chega no varejo, vai a R$ 12”, descreve Girão.
Por outro lado, limão, feijão verde e milho verde já registram algumas quedas de preços. O período chuvoso também beneficia a colheita de algumas frutas, como o abacate, o maracujá, a melancia e o mamão formosa.
Observar a sazonalidade dos alimentos pode ser uma boa alternativa para quem deseja uma alimentação saborosa sem pesar no bolso e, em paralelo, ainda ajuda o meio ambiente.
“Os alimentos da época geralmente são colhidos no auge da maturação, contribuindo para a melhora do sabor. Também têm um teor mais elevado de nutrientes. E é uma forma de apoiar práticas agrícolas mais sustentáveis, uma vez que reduz a necessidade de transporte de longa distância e conservação prolongada”, descreve a nutricionista Marília Cabral Mendes, especialista em Fisiologia do Exercício e em Nutrição Clínica Funcional.
Segundo Marília, outros pontos positivos do consumo de itens de hortifrúti são os benefícios para a saúde, com uma variedade de nutrientes, a exemplo das vitaminas, minerais, fibras e dos antioxidantes.
“Também são facilmente encontrados em mercados e feiras de bairro, a um custo geralmente acessível, o que os torna uma opção econômica para compor uma dieta saudável”, diz a nutricionista.
Confira abaixo algumas dicas dadas por Marília para introduzir hortaliças, legumes e frutas na sua alimentação diária:
Introduza pequenas porções em suas refeições diárias. Comece com as que você gosta e experimente novidades aos poucos. Defina metas alcançáveis, como comer uma porção de fruta ou verdura em uma refeição por dia, e vá aumentando aos poucos.
Experimente diferentes formas de preparar frutas e verduras, como comer cruas, cozidas, grelhadas, assadas, em saladas, sucos ou smoothies. A forma de preparo modifica o sabor, e você pode encontrar a forma que mais gosta.
Prepare receitas que incluam frutas e verduras, combinando-as com outros alimentos que você gosta. Adicione frutas a iogurtes, cereais ou saladas, e misture verduras em pratos que você já gosta, como massas, omeletes e sanduíches.
Mantenha frutas e verduras visíveis e acessíveis em casa. Tenha uma fruteira na cozinha e deixe vegetais lavados e cortados prontos para consumo na geladeira.
O projeto Preço Comparado - Supermercados é uma parceria entre O POVO e o Procon Fortaleza. Mensalmente, são analisados 100 itens de 36 supermercados da Capital e gerado um conteúdo exclusivo para os leitores do OP+