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Popularizado em lives, QR Code pode ser diferencial para empresas
Reportagem Seriada

Popularizado em lives, QR Code pode ser diferencial para empresas

Natália Miyabara, chefe de produtos financeiros da MovilePay, fintech do Grupo Movile, encerra o especial sobre automação na pandemia nesta entrevista e diz que a utilização da ferramenta de código deve crescer ainda mais no Brasil
Episódio 4

Popularizado em lives, QR Code pode ser diferencial para empresas

Natália Miyabara, chefe de produtos financeiros da MovilePay, fintech do Grupo Movile, encerra o especial sobre automação na pandemia nesta entrevista e diz que a utilização da ferramenta de código deve crescer ainda mais no Brasil
Episódio 4
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Utilizado no Brasil há mais de uma década, o QR Code, código de barras bidimensional que pode ser escaneado através das câmeras de celulares, ficou definitivamente conhecido do grande público durante a atual crise pandêmica, principalmente por conta das transmissões ao vivo - lives - solidárias, popularizadas por artistas para arrecadar doações.

Além de redirecionar o usuário para sites, e-mails ou contatos, a ferramenta também é bastante utilizada para efetuar pagamentos e funciona como uma importante aliada de diversos estabelecimentos no Brasil.

Em entrevista ao O POVO, Natália Miyabara, chefe de Produtos Financeiros da MovilePay, fintech do Grupo Movile que permite aos consumidores pagarem contas em restaurantes pelo QR Code no aplicativo do iFood, falou sobre a popularização da ferramenta no Brasil e como isso será importante para que as empresas tenham acesso a um meio de pagamento rápido e prático, que não exige qualquer tipo de contato, em uma realidade pós-crise. Ela aposta que a utilização do código seguirá crescendo e que as novas tecnologias também ganharão mais espaço.

Natália Miyabara, head de produtos financeiros da MovilePay, fintech do Grupo Movile(Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Natália Miyabara, head de produtos financeiros da MovilePay, fintech do Grupo Movile

O POVO - O QR Code passou a ser mais conhecido pelo grande público por conta das lives. a utilização deste mecanismo continuará em alta após a pandemia?

Natália - Acredito que sim. Quem tinha uma resistência inicial com o QR Code pode ter se motivado a testar para fazer uma doação, ou até mesmo testar com transações que podem ter valores mais baixos. Com isso, as pessoas vão se acostumando com a ferramenta e as facilidades que ela permite, e tendem a utilizá-la também no futuro, em outros momentos.

OP - Como era a utilização do QR Code antes da crise? Já é possível notar crescimento?

Natália - A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) conduziu uma pesquisa em junho de 2019 na qual 82% dos lojistas já apontavam que pretendiam adotar aplicativos e QR Code como meio de pagamento. A pesquisa também apontava que 17% dos pagamentos já eram realizados via QR Code, mas ainda não tivemos acesso a pesquisas após o isolamento social.

Hoje, o uso do QR Code é feito de forma totalmente segura. Nosso desafio principal é do ponto de vista educacional, para superar a barreira de falta de informação e de fazer quem ainda não costuma usá-lo, enxergar a ferramenta como uma opção prática, segura e confiável de pagamentos.

OP - A questão da segurança ainda é uma barreira para pagamento via QR Code?

Natália - Um estudo realizado em janeiro deste ano pela Capterra, empresa que presta serviços de comparação entre softwares empresariais, mostrou que 57% dos consumidores consultados já pagaram usando QR Codes. Na mesma pesquisa, rapidez e facilidade foram as vantagens citadas por 71% e 75%, respectivamente como motivos para adotar essa tecnologia. Hoje, o uso do QR Code é feito de forma totalmente segura. Nosso desafio principal é do ponto de vista educacional, para superar a barreira de falta de informação e de fazer quem ainda não costuma usá-lo, enxergar a ferramenta como uma opção prática, segura e confiável de pagamentos.

OP - Qual o impacto que a utilização do QR Code pode trazer para as empresas?

Natália - O QR Code traz para os negócios a vantagem de ser um meio de pagamento rápido e prático para os consumidores. Essa tecnologia reduz filas, pois vários pagamentos podem ser feitos ao mesmo tempo, basta o consumidor escanear o QR Code. Outro benefício é ser a ferramenta que viabilizará o PIX (pagamento instantâneo), uma modalidade que acontece em tempo real, permitindo que pagamentos e transferências sejam realizados em questão de segundos. A expectativa é de que o PIX traga, tanto para os estabelecimentos como para os consumidores, não apenas segurança e rapidez, mas também custos menores nas transações.

OP - Há outras vantagens que se destacam para empresas e consumidores?

Natália - Para o estabelecimento, há a vantagem de um custo menor por transação, principalmente pensando na implantação do PIX em novembro deste ano. Além disso, esse meio de pagamento proporciona um controle mais simples das finanças e um prazo menor para recebimento do dinheiro. Para o consumidor, gera segurança na transação e diminui a necessidade de circulação com dinheiro físico. Em países como a Suécia e a China, o pagamento em dinheiro já não é mais uma realidade. E, principalmente nesta época de pandemia, o QR Code limita o contato necessário na hora de realizar um pagamento presencial.

A chegada de novas tecnologias, como, por exemplo, a expansão recente de fintechs e contas digitais, abre espaço para que parte da população que não tinha necessariamente acesso a estes serviços financeiros, os tenham de forma 100% digital.

 

 

OP - Para além do "comprar", o QR Code ganhou destaque por ser uma ferramenta de responsabilidade social. Essa é uma tendência que também deve continuar?

Natália - A medida que as pessoas entendem que a tecnologia é segura e pode faciitar seu dia a dia, tendem a adotá-la em diversas áreas, tanto para compras quanto para doações - um tema que tem sido muito abordado por conta da pandemia. As lives popularizaram o uso do QR Code, que já vinha crescendo bastante, e acredito que tanto organizações sociais quanto empresas podem se beneficiar do uso dessa tecnologia. É uma ferramenta que veio para ficar, por ser prática e confiável, e por abrir caminho também para a adoção de novas tecnologias de pagamento no futuro, como é o caso do pagamento instantâneo (PIX) que mencionei.

OP - Acredita que a automação e utilização de novas tecnologias ganharão mais espaço?

Natália - Acredito sim. A chegada de novas tecnologias, como, por exemplo, a expansão recente de fintechs e contas digitais, abre espaço para que parte da população que não tinha necessariamente acesso a estes serviços financeiros, os tenham de forma 100% digital. Na minha opinião, essas tecnologias ampliam, desburocratizam e criam um ambiente que pode proporcionar custos mais baixos para os mais diversos serviços, ao mesmo tempo que os tornam acessível a uma parte muito maior da população.

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