De repente saímos da rotina de deixar nossas casas todos os dias rumo à escola, à faculdade ou ao trabalho. A pandemia de Covid-19 afetou a todos, obrigando-nos a manter o isolamento social e agora voltados para nossas próprias residências, passamos a observar coisas que antes eram irrelevantes. A cor de uma parede ou a aparência de determinado móvel passaram a saltar aos olhos, juntos com a necessidade de querer realizar mudanças, reformas ou verdadeiras transformações, como as que propõem o influenciador digital Eduardo Wizard, o nosso convidado do programa UP Gamer+ desta semana no OP+.

Paranaense, ele é uma verdadeira potência nas redes sociais com a produção de conteúdos do tipo “faça você mesmo” e de decoração. São mais de 126 milhões de visualizações somente no YouTube, onde ele ensina e dá dicas de como fazer com que quase e qualquer ambiente ganhe vida e se torne mais agradável e aconchegante. No UP Gamer+, ele conta detalhes de sua trajetória em frente às câmeras e revelou o lançamento de um curso para que seus seguidores consigam uma renda extra.

No programa ele disputou corridas de Boom Karts Multiplayer Racing e ainda contou como ganhou mais de 800 mil seguidores no Instagram no perfil @casadoedu em três meses. 

Assista na íntegra a entrevista com Eduardo Wizard abaixo:

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O POVO- Como foi atravessar esse período de pandemia para a sua produção de conteúdos?

Eduardo Wizard - Durante a pandemia, o meu canal cresceu muito. Ele deu um boom muito bacana. Muita gente ficou mais em casa e acabou percebendo mais o ambiente. (Geralmente) A gente passa a maior parte do dia fora de casa. Quem trabalha, fica o dia inteiro fora, chega à noite, já cansado e quer descansar. Às vezes não presta muita atenção para o ambiente. Aí eu percebi que na pandemia muita gente começou a trabalhar em casa, os jovens ficaram em casa.

Acredito que todo mundo queria melhorar o ambiente, a casa, então eu comecei a dar muitas dicas de home office, de decoração para quarto, comecei a atrair outros tipos de público também de todas as idades. Bastante gente me conheceu e foi muito bacana nesse sentido.

É claro que a pandemia não foi nada legal, mas foi uma experiência para todo mundo conhecer a própria casa, o ambiente em que vive e deixá-lo do seu jeito, um lugar aconchegante, gostoso para estar. Eu também falo muito de plantas, no meu canal, e na pandemia cresceu muito a venda de planta de decoração. Foi bem bacana.

O POVO- Com esse desejo das pessoas de reformarem seus espaços, as lojas de construção ficaram muito lotadas nesse período. Você conseguiu sentir isso e como?

Eduardo Wizard - Senti demais. Eu trabalho com muitas marcas do ramo de arquitetura e construção, que teve uma demanda muito grande. Também teve muita falta de matéria-prima, então as coisas subiram muito de preço, porque tinha muita demanda e não tinha produto. Para você ter um exemplo, na época que eu estava construindo um lavabo na minha casa estavam dando um prazo de quatro meses para entregar uma bacia sanitária. Tudo relacionado à decoração ficou muito escasso, agora está voltando ao normal, as feiras começaram a apresentar produtos, então começou a andar nos trilhos de novo. Mas foi uma loucura assim para todo mundo.

Enquanto isso, muita gente querendo mudar, né? Muita gente construiu, reformou e transformou casas. O pessoal ficou em casa começou a ver tudo. Quando você não está em casa, não tem o porquê mudar, agora quando passa o dia inteiro em casa, vai ter alguma coisa que vai te incomodar, vai ter uma parede que vai querer pintar, uma cadeira que seja mais confortável. A pandemia meio que movimentou todo um mercado aí e foi bacana para todo mundo dessa área.

O POVO- Você já participou do programa É de Casa, da TV Globo. O que representou para você apresentar seu trabalho feito na internet fora dela?

Eduardo Wizard - Sim, participei. Você andou pesquisando a minha vida, hein… (risos).
O convite para ir para a Globo foi uma das coisas mais surreais na história do meu canal até hoje. Na época eu tinha uns 200 mil inscritos, não era tão grande. Recebi um email com o convite da produção do programa e é óbvio que eu não acreditei. Pensei: “Não é possível, eu ainda sou pequeno.” Fiquei logo com medo e estarem querendo me sequestrar.” (risos)

Eu tinha uma conhecida no Instagram que já tinha participado do programa e perguntei à ela sobre a veracidade do email. Ela disse que era o mesmo email que tinha recebido quando tinha ido. Quando ela confirmou, eu quase tive um ataque do coração e respondi o email na mesma hora. Foi uma experiência muito legal tanto para minha carreira, quanto para mim mesmo, que me ajudou muito e abriu muitas portas para mim porque querendo ou não é a maior emissora do Brasil. Eu colho frutos até hoje.

O POVO- Você é formado em arquitetura?

Eduardo Wizard - Não, não sou formado. Eu terminei o ensino médio na força do ódio, porque eu detesto estudar. Tinha trauma de escola. Eu sempre fiquei pensando “o que vou fazer da minha vida?”, mas também queria mostrar que eu ia ser alguém na vida. Trabalhei muito tempo em loja como vendedor e comecei a fazer as coisas que eu queria, mas não tinha dinheiro para comprar. Comecei a fazer ideias de papelão, postava no Facebook e as pessoas pediam para ensinar. Daí surgiu a ideia do primeiro vídeo e não parei mais.

O POVO- Você mora em uma cidade de 25 mil habitantes e tem milhões de seguidores nas suas redes sociais. Você tem dimensão do alcance do seu trabalho?

Eduardo Wizard - O Instagram começou a bombar agora. Em três meses, meu perfil cresceu em 800 mil seguidores (hoje são 1 milhão de seguidores), então chegou muita gente nova e os reels começaram a dar um resultado muito legal e aí eu comecei a ter essa dimensão. O meu público, a maioria é de mulheres de 30 a 60 anos, isto é: feminino e adulto. Daí eu comecei a receber muitas mensagens de amigos dizendo que foram na casa da avó e ela estava me assistindo na TV; ou que a mãe foi mostrar uma decoração e o vídeo era meu. Isso começou a acontecer muito e eu fico muito emocionado. Agora que eu comecei a ter uma maior noção de onde está indo o meu trabalho. Ele chega muito longe.

O POVO- Você tem planos para fora das redes sociais?

Eduardo Wizard - Todos os projetos que tenho envolvem rede social. Vamos lançar um curso muito bacana que é de ajudar com renda extra, tudo voltado para “faça você mesmo”. É um projeto que estou trabalhando já há quase dois anos e estou muito ansioso para lançar e que vai ajudar muita gente. É um curso de planta suculenta. Como fazer jardim; ideias de fazer lembrancinhas de casamento, batizado; ideias criativas para vender… São dez módulos, todos voltados para decoração com suculenta, que é uma planta que quase todo mundo é apaixonado.

Quando eu faço uma decoração, gosto sempre de colocar uma plantinha e eu percebi que as pessoas gostavam e perguntavam sobre como cuidar. O meu curso começa desde como plantar, preparar a terra, cuidar, fazer muda. É todo um caminho até você fazer um vasinho bonitinho para vender.

O POVO- Você acha que seu trabalho consiga dar a oportunidade de outras pessoas conseguirem uma renda extra e sonharem em conquistar aquilo que você conquistou?

Eduardo Wizard - Com certeza. Um dos vídeos mais lindos do meu canal que já gravei foi o especial de 1 milhão de inscritos, onde conto minha história. Muita gente chegou no Instagram e viu tudo isso aqui pronto (fala apontando para a sala de sua casa), não viu de onde eu vim, o quanto eu trabalhei para ter isso. As pessoas chegaram com a impressão de que eu sempre tive isso. No Instagram a comunicação é mais difícil com o pessoal, para entenderem tudo o que eu passei para ter isso aqui, mas estou conseguindo. Aos poucos vou explicando para o pessoal ver que é possível.

O pessoal do YouTube vem caminhando comigo desde o início, quando eu não tinha dinheiro para comprar uma tinta para transformar um ambiente. Era tudo do mais simples: galho seco, papelão, cano PVC. Eu nunca apaguei os meus primeiros vídeos, porque são meio estranhos de assistir hoje, exatamente para o pessoal ver que é possível.

Se você for no meu primeiro vídeo, o cenário era com papel de presente, umas fotos e pôsteres colados na parede. O meu tripé era um cabo de vassoura com o celular amarrado com fita crepe. Então é muito louco, eu fico até emocionado de lembrar de tudo do início, a trajetória, mas desde sempre eu acreditei que daria muito certo porque era uma coisa que eu gostava de fazer e não desisti.