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"Não tinha mulher e eu vi um espaço"
Reportagem Seriada

"Não tinha mulher e eu vi um espaço"

Rostinho carimbado em transmissões de diversos campeonatos de esportes eletrônicos no Brasil, Ana Xisdê compartilhou sua trajetória, iniciada ainda na infância e que lhe levou às honrarias internacionais. Hoje ela está concorrendo pela terceira vez seguida ao Esports Awards, maior prêmio de games do mundo. Conheça sua história, contada durante partidas de Fall Guys no UP Gamer+
Episódio 17

"Não tinha mulher e eu vi um espaço"

Rostinho carimbado em transmissões de diversos campeonatos de esportes eletrônicos no Brasil, Ana Xisdê compartilhou sua trajetória, iniciada ainda na infância e que lhe levou às honrarias internacionais. Hoje ela está concorrendo pela terceira vez seguida ao Esports Awards, maior prêmio de games do mundo. Conheça sua história, contada durante partidas de Fall Guys no UP Gamer+
Episódio 17
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Na cara e na coragem, a jovem Ana Xisdê tomou para si um protagonismo próprio dentro do cenário dos esportes eletrônicos. Apaixonada pelos games desde a infância, ela trilhou um caminho convencional até se descobrir um super talento em um mercado do futuro. Formada em Pedagogia, chegou a lecionar para crianças, mas logo viu que a sala de aula preferida acontecia em frente às câmeras.

Na apresentação de inúmeros campeonatos de e-sports, ganhou respeito, fãs e reconhecimento. Já eleita a melhor apresentadora do Brasil algumas oportunidades, atualmente está concorrendo ao Esports Awards, maior premiação mundial dos esportes eletrônicos. Sobre isso e muito mais ela conversa no UP Gamer (disponível na plataforma O POVO ) durante algumas disputas de Fall Guys.

 

> Assista todas as entrevistas UP Gamer+ clicando aqui

 

 

O POVO - Como você ingressou no universo dos games?

Ana Xisdê - Meu pai trabalhava com tecnologia e eu nasci nos anos 1990, que foi uma época que teve muito avanço tecnológico. Os computadores começaram a ficar mais acessíveis, a gente viu a chegada da internet, dos aparelhos telefônicos. De alguma forma, meu pai precisava ficar atualizado, por dentro do que estava rolando. Ele trabalhava o dia todo e quando chegava em casa tinha que estudar essas mudanças, e eu o sentia cansado. Como eu tinha algum grau de interesse naquilo, ele me colocava para testar as coisas e foi meio que dessa forma meu pai me fez gamer.

Ana Xisdê foi indicada em 2022, pela terceira vez seguida, ao Esports Awards, maior premiação de games do mundo(Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Ana Xisdê foi indicada em 2022, pela terceira vez seguida, ao Esports Awards, maior premiação de games do mundo

O POVO - Ainda assim você se formou em pedagogia…

Ana Xisdê - Eu sempre joguei a minha vida inteira, mas nunca olhei para isso como possibilidade de profissão, até porque nessa época não tinha como trabalhar com games se não fosse para desenvolver. Quando eu terminei o ensino médio, não fui para nenhuma faculdade, arranjei um emprego em uma escola, fui para pedagogia e me formei. Na pedagogia eu me frustrei, pois percebi que não era bem a minha paixão. Eu me perguntei: 'o que eu aguento fazer todos os dias, que não é repetitivo e que eu goste de verdade de fazer?' Foi aí que eu olhei para os jogos (de 2015 em diante).

Nessa época já existiam alguns campeonatos, principalmente de League of Legends (LoL), que eu já jogava. Eu olhei e pensei que seria algo que eu poderia fazer, ainda mais porque não tinha nenhuma mulher e eu vi um espaço a ser preenchido. Tentei me profissionalizar no LoL e não consegui, depois migrei para o Overwatch e consegui minhas primeiras oportunidades, tanto amadoras como profissionais.

O POVO - Você já conseguiu receber várias premiações e fazer um barulho em sua carreira que não é tão longa assim...

Ana Xisdê foi indicada em 2022, pela terceira vez seguida, ao Esports Awards, maior premiação de games do mundo(Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Ana Xisdê foi indicada em 2022, pela terceira vez seguida, ao Esports Awards, maior premiação de games do mundo

Ana Xisdê - Pois é, em 2019 eu fui eleita a melhor caster pelo Prêmio Esports Brasil, que é o maior título latino-americano dos esportes eletrônicos. A partir daí, em 2020, 2021 e agora em 2022, eu tive a honra de ser finalista como apresentadora no Esports Awards, que é a maior premiação de esportes eletrônicos do mundo. Sou a única latino-americana lá.

O POVO - Você acredita sua trajetória possa ser uma porta para que outras pessoas também consigam viver por meio dos games?

Ana Xisdê - Com certeza, os games num geral ainda são muito novos. A construção desse ecossistema está sendo feita em um tempo real. Os games atraem muita gente. A internet é uma ferramenta muito poderosa e os gamers são intrínsecos da internet, então com o crescimento das redes sociais, esse mercado como um todo ganhou muita atenção e investimento.

O POVO - Você acha que seu trabalho pode abrir os olhos de mais mulheres para o universo gamer?

Ana Xisdê - Eu acredito que sim. É até estranho quando as pessoas me perguntam como eu me sinto sendo inspiração. Qualquer coisa que eu faço, sei que estou pavimentando o caminho para outras mulheres. Eu sinto que tudo o que faço, acabo representando alguém de alguma forma. Se eu estou na frente da câmera, estou representando uma comunidade, uma empresa, a mim mesma, as mulheres, as minorias.

 

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