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Ensaios de morar
Reportagem Seriada

Ensaios de morar

Uma investigação sobre os processos criativos de cinco artistas em áreas diversas, a partir do espaço de criação de cada um. Esse especial faz um passeio pelo ateliê e palco, onde desvendamos moda música, balé, artes plásticas e dramaturgia..., linguagens que expressam e seduzem
Episódio 1

Ensaios de morar

Uma investigação sobre os processos criativos de cinco artistas em áreas diversas, a partir do espaço de criação de cada um. Esse especial faz um passeio pelo ateliê e palco, onde desvendamos moda música, balé, artes plásticas e dramaturgia..., linguagens que expressam e seduzem
Episódio 1
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No bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte, o Edifício JK irrompe na paisagem urbana. Projetado por Oscar Niemeyer há quase 70 anos, o prédio abriga passado, presente e futuro na memória das paredes — uma cartografia íntima de cada morador, hóspede, trabalhador ou fortuito visitante.

Nos idos de 2016, a poeta mineira Ana Martins Marques alugou por um mês o apartamento do escritor cearense Eduardo Jorge, que viajara para a França, localizado na edificação do maior expoente da arquitetura modernista brasileira.

Enquanto morou ali, a inquilina trocou e-mails com o locador: de início, a correspondência se resumia a questões práticas, cotidianas. Mas, depois, as missivas se transformaram em poemas sobre o habitar. "Quando alugamos um apartamento/ alugamos uma paisagem alugamos vizinhos com os quais/ cruzamos no elevador/ (...) alugamos a memória futura/ de um apartamento e o direito de metê-lo/ num poema", versou Ana Martins Marques.

O projeto Como se fosse casa empresta, abandonando o artigo definido, o título das cartas poéticas entre Ana Martins Marques e Eduardo Jorge publicadas em 2017 pela Relicário, Como se fosse a casa: uma correspondência.

O Vida&Arte se avizinhou das casas de criação de cinco artistas em áreas diversas: a designer de moda Marina Bitu; o musicista Caio Castelo; a bailarina contemporânea Rosa Primo; o artista plástico Sérgio Gurgel e o dramaturgo Orlângelo Leal.

Passeamos pelos ateliês e espaços artísticos dos criadores, apresentando essas casas em devir que guardam memória e atravessam os limites físicos dos pisos, tetos e paredes ao disseminar arte e cultura como janelas. Nas palavras de Eduardo Jorge, "Como se casa fosse/ a casa, como se a casa fosse/ fóssil, casca, espaço físsil/ momento preciso, decisão/ de cisão do mundo".

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