Zeca Camargo fala sobre o Ceará, ESG, desigualdade e turismo
Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Unifor e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da equipe de reportagem do Anuário Ceará e da editoria de Economia do O POVO. Atualmente é Editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO
Zeca Camargo fala sobre o Ceará, ESG, desigualdade e turismo
Em entrevista exclusiva ao O POVO, apresentador fala da paixão pelo Estado, como meios de comunicação podem abordar temas relevantes com sustentabilidade, entre outros assuntos
O apresentador do 1001 perguntas e do Splash Entrevista, Zeca Camargo esteve pela quinta vez no Ceará, somente este ano, e concedeu entrevista exclusiva à coluna Carol Kossling do O OPOVO no Cumbuco, onde conduziu a palestra durante o Winds For Future (WF4).
O administrador de empresas e publicitário por formação, sim, Zeca não cursou jornalismo, é bem carismático e tem amor em compartilhar suas experiências ao redor do mundo e fazer as conexões com o que se pode adaptar para melhorar a vida no Brasil. Ele encontrou o seu propósito.
Nascido em Uberaba, Minas Gerais, Zeca entrou no jornalismo como freelancer na Folha de S. Paulo até ser contratado. De lá foi para a MTV, famoso canal na década de 90 que explorava os principais clipes musicais internacionais e nacionais da época. Por lá passaram outros nomes da comunicação como Marcos Mion, Astrid Fontenelle, Dani Calabresa e Tatá Werneck.
Teve duas passagens pela Capricho, revista teen da Editora Abril, e novamente pela Folha, até que em 1996 começou na Globo, onde ficou por 24 anos. Por lá, comandou e participou de muitos programas como Fantástico, No Limite, Hipertensão, o Vídeo Show e o É de Casa.
Confira a entrevista com Zeca Camargo
O POVO: As boas práticas de ESG finalmente chegaram no Brasil e aos poucos as empresas estão aderindo. Como a comunicação pode ajudar na propagação destas ações?
ZECA CAMARGO: Acho que dando credibilidade. Eu acho que o que era apenas um assunto marginal há algumas décadas, hoje virou um assunto principal da pauta mais importante que a gente tem que fazer. Então nós, comunicadores, os veículos, todos têm que dar um espaço razoável, mas não como uma obrigação. Antes a gente brigava por um espaço no jornal, hoje, essa briga não existe, o que a gente precisa avançar é na credibilidade de quem tem que falar sobre assunto. Que vai reportar e os personagens que você procura têm que ser pessoas engajadas e que realmente tenham paixão pelo que fala, pelo que vai reportar. É essa verdade que vai fazer com que as pessoas prestem mais atenção nessas causa.
O POVO: A transparência é fundamental?
ZECA: O que não é verdade não vai passar. Essas pessoas que trabalham com meio ambiente têm um nível de alerta muito grande, elas desconfiam de tudo que é simplesmente só vendido para agradar, elas querem a verdade, elas querem pessoas realmente engajadas e querem mudanças concretas ali para nossa vida.
O POVO: Infelizmente questões em defesa do meio ambiente, desigualdade social, de gênero e classe não têm espaço no atual governo. Como podemos mobilizar a sociedade, a iniciativa privada e a imprensa em prol destas pautas?
ZECA: Sem descanso. Se o ambiente e o entorno parece nocivo a isso, parece combater isso é justamente que a gente deve redobrar esse esforço. É um papel importante. Novamente digo que não é um favor que a gente está fazendo, pois hoje em dia nessa sociedade que a gente defende e acredita, isso faz parte do painel das pessoas... toda essa diversidade. Então, naturalmenten que você tem que ter isso como uma preocupação da sua empresa, do seu veículo de comunicação ou que seja da sua ONG. Essas coisas são tão importantes na pauta como respirar, como ter o dia a dia, isso deixou de ser um favor há muito tempo e passou a integrar o cotidiano das pessoas. Quem não apostar nisso certamente vai perder o norte.
O POVO: Como avalia que suas viagens ao redor do mundo podem ajudar nesse propósito?
ZECA: Acho que sempre observando as culturas diferentes. Quando você viaja, você viaja para conhecer o diferente, para ter acesso a uma cultura diferente e para aprender com a cultura diferente. Eu não gosto da palavra exótico porque parece que você coloca um selo e você não liga mais para aquilo, quando na verdade você tem que tentar absorver o diferente. O que essas viagens ensinam é que têm lições ali. Eu fiz uma série em 2010 sobre as maiores cidades do mundo e eu tentava achar paralelos de como os problemas dessas cidades eram resolvidos. E como São Paulo, que é a maior cidade que temos no Brasil, poderia aprender com elas. Esse intercâmbio, claro que as razões, os problemas e as nuances são diferentes, mas as buscas pela solução são sempre iguais. É possível aprender com isso, você vê um exemplo bacana feito em algum lugar e vai tentar adaptar para sua realidade. Então, esse aprendizado é fundamental para que você estimule isso, mesmo no seu mercado, mesmo no seu país, mesmo dentro da sua cultura.
O POVO: Fala um pouco sobre sua relação com o Ceará
ZECA CAMARGO: Sou muito fã do Ceará. Há bastante tempo desde a minha época de mochileiro quando eu vinha para cá, depois voltei fazendo muitas reportagens e, finalmente, conhecendo essa riqueza aqui e voltando voluntariamente. Já tenho amigos e eu fico neste roteiro a mais de vinte anos. Claro que, inevitavelmente, acabo visitando mais Fortaleza, mas já visitei boa parte do litoral também que é belíssimo, incomparável. Visitei também o Cariri. Então eu me sinto em casa e quero sempre procurar mais criadores, artistas e artesãos daqui. Tudo faz parte de uma cultura que a gente vai sempre aprendendo. Acho o Ceará sobretudo uma mina e uma fonte inesgotável de inspiração.
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