Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL
A bioeconomia e os negócios de impacto socioambiental ganham força no Brasil ao oferecer caminhos concretos para unir desenvolvimento econômico, inclusão produtiva e preservação ambiental
Foto: Hanna Vadasz/Divulgação
NOANNY Maia, a mãe e as irmãs
criaram a Cacauaré, no Pará
Mais do que tendência, a bioeconomia e os negócios de impacto socioambiental vêm ganhando protagonismo no debate sobre o desenvolvimento sustentável no Brasil. Com a pressão por soluções de baixo carbono, cidades e empresas encontram nesses modelos caminhos concretos para conciliar crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental.
Iniciativas baseadas no uso responsável da biodiversidade, na regeneração de ecossistemas e na inovação social têm impulsionado novos investimentos, ampliado cadeias produtivas sustentáveis e fortalecido territórios urbanos e rurais.
Um bom exemplo é a Cacauaré Amazônia, negócio familiar feito por mulheres que atua na valorização do cacau nativo através da bioeconomia. Com foco no resgate da ancestralidade e da tradição do cacau, Noanny Maia e sua família desenvolvem há quatro anos produtos de alto valor agregado para impactar positivamente a cadeia do cacau na Amazônia.
Hoje, são referência no desenvolvimento de soluções para fortalecer o conceito da Floresta em pé através de cacau. E pautam os pilares do negócio na sustentabilidade, inovação e protagonismo feminino.
Amazônia em pé
Noanny Maia é uma mulher afropanamazônica brasileira, advogada, administradora e marketeira. Uma profissional multifacetada que inspira-se na floresta para desenvolver produtos e serviços de valor agregado e alto impacto social. Em 2021 fundou com sua mãe e irmãs a Cacauaré Amazônia, negócio dedicado a desenvolver a cadeia do cacau nativo, valorizando a floresta, as pessoas e a sócio biodiversidade.
Já teve o seu trabalho reconhecido por organizações como o Google Workspace, o Sebrae nacional, TEDX. É co-autora do livro “Protagonistas”, um best seller que conta a história de mulheres que transformaram suas vidas através do empreendedorismo. Na Amazônia, atua de forma ativa e participativa, em frentes como Coalisão pelo Impacto, Açaí Valley, AssoBio e Sistema B Brasil.
A agenda das novas economias esteve muito presente na COP30, segundo Lucas Ramalho Maciel, secretário-adjunto de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Em conversa exclusiva com a coluna, ele disse que viu uma centralidade crescente de temas como economia verde, economia circular, bioeconomia e economia de impacto, todas elas apontando para um novo paradigma, no qual a solução dos desafios sociais e ambientais passa necessariamente pela transformação das atividades econômicas.
“O anúncio do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) é um exemplo emblemático dessa visão, assim como o EcoInvest, que já capta recursos internacionais com taxas mais vantajosas do que as do endividamento público tradicional. Também é muito simpática a presença de diversos negócios de impacto na COP.
Empresas como a Mamba Water, que direciona parte de seus lucros para garantir acesso à água potável em comunidades vulneráveis, ou a Mangue,que atua na despoluição de manguezais, promovendo educação ambiental e renda local, demonstram como essa agenda já está acontecendo na prática”, destacou Maciel.
Para ele, a COP30 evidenciou um amadurecimento global sobre o potencial transformador das novas economias. Há uma compreensão crescente de que desenvolvimento econômico e impacto socioambiental positivo caminham juntos, e de que, esse é o caminho para enfrentar os grandes desafios do nosso tempo.
O Brasil, hoje, tem várias iniciativas que servem de modelo para outros países, como a Estratégia de Economia Circular, o Simpacto na agenda de impacto, o Selo Verde Brasil, destaca Lucas Ramalho Maciel. “E a maneira como a gente valoriza a sociobiodiversidade e integra desenvolvimento com inclusão produtiva na Amazônia realmente inspira outros países”.
Em relação às referências internacionais, ele cita a União Europeia, que avançou bastante em taxonomia sustentável, e países asiáticos como China e Japão, que têm modelos fortes de economia circular. Mas o mais importante é que o Brasil não copia e sim adapta ao contexto local e constrói soluções próprias.
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