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Artista multilinguagem Noá Bonoba ministra oficina sobre travestilidade e cinema
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João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.

João Gabriel Tréz arte e cultura

Artista multilinguagem Noá Bonoba ministra oficina sobre travestilidade e cinema

São, no total, seis aulas semanais a partir de 29 de julho. Noá, que é roteirista, realizadora, preparadora de elenco e curadora, estuda o tema em doutorado na UFC
Noá Bonoba é também atriz
 (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Noá Bonoba é também atriz

“Falta disponibilidade para conhecer e incentivar financeiramente os trabalhos de pessoas trans e travestis, criando possibilidades de novos acessos descentralizadores”, atesta, em texto publicado no Vida&Arte de 26 de janeiro deste ano, Noá Bonoba, artista multilinguagem e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Ceará. A partir do próximo dia 29 de julho, a realizadora, roteirista e atriz irá ministrar a oficina Travestilidade e Cinema, que busca apresentar um estudo sobre narrativas, personagens e cinematografias trans e travestis. A formação, que segue com inscrições abertas até 28 de julho, acontece dentro do Festival Cultural CCJF em Casa, do Centro Cultural Justiça Federal.

Serão, no total, seis aulas semanais, sempre às quintas e de 19 às 21 horas e podem se inscrever pessoas interessadas na temática. Noá tem experiências múltiplas no audiovisual, já tendo dirigido e roteirizado filmes como “Terra ausente” (2018) e “Nebulosa” (2020) e, também, participado como atriz em produções como “Preces Precipitadas de um Lugar Sagrado que Não Existe Mais”, de Rafael Luan e Mike Dutra, e o vencedor da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes “Canto dos Ossos”, dirigido por Petrus de Bairros e Jorge Polo.

 
 
 
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Doutoranda em Comunicação pelo PPGCOM/UFC, Noá pesquisa no programa sobre a temática da travestilidade e da transgeneridade no cinema. Outro ponto de interesse da artista e pesquisadora é a promoção de reparações históricas e redistribuições de acessos para pessoas trans e travestis.

Produção coletiva, 'Canto dos Ossos' foi gravado em Canindé, Búzios e Fortaleza. Filme foi o vencedor da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Em cena, Noá Bonoba (Foto: reprodução)
Foto: reprodução Produção coletiva, 'Canto dos Ossos' foi gravado em Canindé, Búzios e Fortaleza. Filme foi o vencedor da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Em cena, Noá Bonoba
 

Em diferentes ocasiões, Noá abordou os temas em entrevistas ao Vida&Arte. Na série de matérias prévias à 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes publicadas pela coluna, em janeiro de 2020, ela falou sobre a experiência enquanto “uma atriz que cria” em “Canto dos Ossos”.

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“É importante também falar do meu lugar de atriz travesti. Quando você se coloca no lugar de garantir a permanência de uma pessoa trans ou travesti na equipe, também é garantir que exista uma estrutura segura e de proteção", reforçou.

Já no início deste ano, a artista ministrou, com a realizadora Bárbara Cabeça, uma oficina de roteiro voltada para pessoas trans. Na ocasião, destacou o crescimento no interesse em “narrativas que abordam a transgeneridade enquanto tema”, mas contrapôs o fato ao “engessamento da forma de narrar”.

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“Muitas vezes passa por um olhar que tem o limite cognitivo da cisgeneridade”, ressaltou. “A gente precisa que (as pessoas trans) contem as próprias histórias também, inclusive podendo não querer tratar sobre esses assuntos, e escolham suas maneiras de narrar”, avançou.

CCJF Em Casa

A oficina formativa ministrada por Noá ocorre dentro da programação do Festival Cultural CCJF em Casa, do Centro Cultural Justiça Federal. O evento virtual irá promover, ainda, outras formações, além de performances, shows, apresentações teatrais, exibições de filmes, palestras, bate-papos, entre outras atrações.

O CCJF oferta infraestrutura virtual a produtoras e produtores culturais interessados e ainda emitirá certificados de participação. Pessoas interessados em propor projetos podem entrar em contato com a Divisão de Cultura do centro pelo e-mail cultura.ccjf@trf2.jus.br. A programação completa do festival pode ser acessada clicando aqui.

Oficina Travestilidade e Cinema

Quando: dias 29/7, 5, 12, 19 e 26/8 e 2/9, sempre de 19 às 21 horas
Investimento: R$ 150
Inscrições: noabonoba@gmail.com
Mais informações: @ccjfrj e @noabonoba

Foto do João Gabriel Tréz

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