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Eleições em Fortaleza: desconhecidos do governo e figurões da oposição
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Eleições em Fortaleza: desconhecidos do governo e figurões da oposição

Tipo Opinião
Renato Roseno (Psol) vai para a terceira eleição (Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO Renato Roseno (Psol) vai para a terceira eleição

O prefeito Roberto Cláudio (PDT) ainda não tem candidato à sucessão. Seja quem for, será um estreante em disputas majoritárias - a não ser que não escolha nenhum dos cinco pré-candidatos. A hipótese não deve ser descartada quando se lembra que, em 2014, os Ferreira Gomes tinham também cinco pré-candidatos a governador e não escolheram nenhum deles - foi Camilo Santana (PT), de outro partido e não mais conhecido que as outras alternativas. Pode acontecer de novo? Até pode, mas o processo agora é público. Submeter os cinco a isso para não escolher nenhum é pouco lisonjeiro com eles.

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Sendo um dos cinco, o candidato do prefeito largará atrás. A campanha é mais curta desde 2016. E atípica de maneira como nunca foi, pois há a pandemia. Para completar, do outro lado estarão nomes bem conhecidos dos eleitores.

Uma ex-prefeita no páreo

Salvo um cada vez menos provável acordo, o candidato do prefeito enfrentará Luizianne Lins (PT). Foi prefeita por oito anos. Em 2016, teve 193 mil eleitores, 15% dos votos válidos. Em entrevista na sexta-feira passada, na série com os pré-candidatos a prefeito na rádio O POVO CBN, Luizianne demonstrou esperança de que se sairá melhor agora. Faz sentido. Na eleição passada, o PT estava em seu pior momento, em meio ao impeachment de Dilma Rousseff (PT). Vale também observar os desempenhos eleitorais de Luizianne para deputada federal, desde que deixou a Prefeitura. Em 2014, teve 130 mil votos e foi a nona mais votada. Foi decepcionante para quem vinha de dois mandatos como prefeita. Em 2018, mais longe do período como prefeita, a tendência seria ela cair mais, certo? Bom, teve 173 mil votos e foi a terceira mais votada.

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A competitividade de quem já passou perto

Heitor Férrer (SD) concorreu em três das últimas quatro eleições municipais. Só não em 2008 porque perdeu a disputa no PDT para Patrícia Saboya. Em 2004, teve 38 mil votos e ficou em sexto. Em 2012, teve 262 mil votos, 20% dos válidos. Roberto Cláudio foi àquele segundo turno com 23%. Heitor teve muito mais do que apontavam as pesquisas. Ele as responsabilizou pela derrota. Numa eleição muito polarizada, se Heitor chega ao segundo turno, não era desprezível a perspectiva de ele virar prefeito.

Mas, em 2016, foi outro Heitor. O mais destacado opositor da família Ferreira Gomes perdeu seu Nêmesis quando Cid Gomes (PDT) deixou o governo. Teve 90 mil votos, pouco mais de um terço da votação de quatro anos antes. Ficou em quarto lugar, com 7%. Conseguirá Heitor ser competitivo como já foi?

Ares de favorito

Capitão Wagner (Pros) disputa a Prefeitura pela segunda vez com o histórico de quem foi vereador (2012), deputado estadual (2014) e deputado federal (2018) mais votado. Provavelmente estará na liderança nas primeiras pesquisas. Wagner é muito forte e o desempenho em 2016 mostra isso. Ele teve 46,43% no segundo turno contra um Roberto Cláudio sentado na cadeira de prefeito. RC teve 53,57%. Terá o prefeito força para transferir votos a ponto de derrotar um adversário que ele próprio venceu de forma tão apertada?

Renato Roseno (Psol) vai para a terceira eleição
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO
Renato Roseno (Psol) vai para a terceira eleição

A força do Psol

Renato Roseno (Psol) será candidato pela terceira vez. Em 2008, teve 67 mil votos. Foi o quarto colocado, com 5% dos votos. Em 2012, chegou a 148 mil votos, 11% do total. Foi o quinto colocado numa eleição disputadíssima, muito à frente de partidos como PSDB e nomes como Inácio Arruda (PCdoB).

Não é pequena a hipótese de o candidato do prefeito começar a campanha atrás desses quatro candidatos mais experientes e com recall eleitoral.


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