A cotação de Samuel Dias na disputa para ser o candidato do PDT
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Samuel Dias iniciou o processo de debates entre os pré-candidatos do PDT como favorito para concorrer a prefeito de Fortaleza. Aliados próximos ao Palácio do Bispo avaliam que, após mais de um mês de discussões, o nome dele ficou mais forte do que quando entrou. Existe a avaliação de que o ex-secretário de governo respondeu bem às principais interrogações que havia sobre ele. Que ele conhece a cidade pouca gente duvida - secretário da Infraestrutura quatro anos e de governo por três anos e meio. Ao menos do ponto de vista gerencial, dos relatórios, ele conhece. Ter noção exata da vida da cidade, as sensibilidades, é outra coisa. Mas, isso se sabe mesmo na campanha e numa eventual gestão. A dúvida que os aliados tinham, no momento, era sobre a desenvoltura. O tímido Samuel nunca pareceu lá muito eloquente. Nunca foi de oratória destacada. Como se sairia num debate? No primeiro teste, ele saiu-se de forma satisfatória. Mostrou sinais de media training, falas ensaiadas e com discurso pronto para dar determinados recados. Por vezes soa artificial. A lógica retórica, os raciocínios, revelam influência do estilo Roberto Cláudio. Ao longo das lives pedetistas, percebeu-se sensível melhora da qualidade de imagem, iluminação, cenário, enquadramento, foco. Cortou o cabelo também. São preparativos de quem espera ser candidato.
Obviamente que uma coisa é um debate entre pares, amistoso. Outra coisa é pegar pela frente Capitão Wagner (Pros), Luizianne Lins (PT), Heitor Férrer (SD), Renato Roseno (Psol). Nos debates, o candidato do prefeito será um alvo preferencial. A um teste desse tamanho Samuel não foi submetido. Mas, teve ao menos uma moderadíssima amostra. Era mais do que teve na vida.
Para pessoas que têm interlocução com o Paço Municipal, o candidato tende a ser ele. Hoje, a impressão é de que Samuel só não será o escolhido no PDT se o comando da própria sucessão for tirado das mãos de Roberto Cláudio e se houver uma imposição dos Ferreira Gomes. Não é algo que os aliados do prefeito esperem partindo de Cid Gomes (PDT).
Outra hipótese na qual ainda há quem acredite seria a eventualidade de o candidato não ser do PDT. Nem Samuel nem nenhum outro, em nome de um acerto com PT e MDB. Essa possibilidade nunca foi forte e fica mais fraca a cada 15 minutos.
O PDT tem diversas opções de perfil. Samuel é talhado para representar a continuidade. Da tradição política, há Sarto Nogueira e Salmito Filho. Sarto é mais experiente e mais ligado aos Ferreira Gomes. Aliás, por esse último critério ele é imbatível. Salmito talvez tenha as experiências mais plurais: academia, presidente de Legislativo, secretário do Executivo. Idilvan Alencar traz a força da área na qual o grupo governista, no Estado, é mais reconhecido: educação. Trabalhou com Cid em funções estratégicas. Foi quem demonstrou mais carisma e naturalidade nos debates. Ferruccio Feitosa talvez seja dos cinco quem trabalhou mais perto tanto dos Ferreira Gomes quanto de Roberto Cláudio. Uma das críticas das quais o prefeito já é alvo é de trabalhar para a Aldeota e esquecer a periferia. Nesse sentido, colocar o secretário da Regional II como candidato a prefeito poderia receber várias leituras - tanto de seguir priorizando aquela área como de levar a toda a Cidade o trabalho naquela região. Ferruccio foi preterido em 2012, quando o escolhido foi Roberto Cláudio em 2012. Não parece mais cotado agora.
OAB-CE cria comissão para promover igualdade racial
A Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE) criou a Comissão de Promoção da Igualdade Racial. A presidente é a advogada Raquel Andrade, que propôs a comissão. Ele defende ações afirmativas para além da advocacia, em toda a sociedade. "Ocupar esse espaço não representa apenas que a Raquel é a presidente de uma comissão na OAB, mas que mulheres negras e periféricas podem sim ocupar espaços de poder e decisão e promover políticas para que mulheres, negros, indígenas e quilombolas enxerguem na OAB um espaço de promoção da igualdade e da luta pela não discriminação em razão da raça e da etnia."
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.