Bolsonaro: pior presidente da história com despedida mais vergonhosa
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: EVARISTO SA / AFP
Jair Bolsonaro, ex-presidente
Sobre Jair Bolsonaro (PL), há quem diga que não gosta dele, mas votou para evitar a vitória dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva (em 2022) ou de Fernando Haddad (em 2018). O governo de Bolsonaro foi pior que os de Lula. Pior que os de Dilma Rousseff (PT). Pior que o de Michel Temer (MDB). Que o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Que o de Itamar Franco. Ou de Fernando Collor de Mello. Pior que qualquer um que veio antes. É o pior presidente da história da República no Brasil. Salvo aventuras completas alheias à política — como o aliado dele, vulgo padre Kelmon (PTB) — é pior que qualquer dos candidatos que o enfrentaram.
Porque Bolsonaro foi um presidente disfuncional. Há governos bons e ruins, governos com acertos e erros. O presidente que abandonou o País simplesmente não se enquadra nisso. Recusou-se a cumprir as obrigações elementares. É coerente, então, que vá embora sem passar a faixa para o sucessor eleito. Ele nunca se comportou como presidente. Não respeitou os ritos do cargo. Não respeitou a democracia ou o povo.
Para um presidente tão absolutamente desprovido de virtudes, é coerente que a saída seja a mais vergonhosa e envergonhada da história. Arrombou a porta dos fundos.
Nem no País está. Outros se recusaram a passar a faixa. Aliás, até nisso copia, para pior, seu inspirador desqualificado, Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. Trump não foi à posse de Joe Biden, mas ao menos ficou no país dele. Bolsonaro seguiu o mesmo destino: foi para o país de Trump.
Nas últimas décadas, os únicos presidentes que não passaram o cargo para o sucessor foram os que sofreram impeachment — Collor e Dilma — e o último militar ditador, João Figueiredo. Bolsonaro achou pouco a ausência e deixou o País. Custeado pelo povo brasileiro, numa viagem que não interessa em nada ao povo que paga a conta. O último ato foi se valer do erário para fins pessoais. Não se trata de agenda oficial.
A República brasileira foi instituída por militares. Quando o primeiro civil, Prudente de Morais, foi tomar posse, o antecessor, marechal Floriano Peixoto, não transmitiu também o cargo.
No último dia de mandato, Floriano subiu em um bonde, pagou a passagem do próprio bolso e foi para a casa no subúrbio do Rio de Janeiro. Nunca mais voltou à vida pública.
Floriano foi mesquinho ao não cumprir o rito final do cargo, mas ao menos teve a dignidade de não tirar um último naco de proveito do povo brasileiro.
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