Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
As pesquisas começam a entrar numa fase em que para termos alguma surpresa real é necessário que apareça expressa nos seus números uma novidade grande, que o movimento que apresentem seja capaz de balançar o cenário de fato.
Não é o caso deste O POVO Datafolha de hoje, que tem grande importância num outro aspecto, aquele em que permite que as posições sejam melhor acomodadas para um acerto mais exato na montagem das estratégias da decisiva reta final de campanha. O que temos, dá pra dizer, é um quadro de polarização se consolidando.
Os candidatos Capitão Wagner (Pros) e José Sarto (PDT) apontam uma tendência de descolamento da terceira colocada, Luizanne Lins, que já aparece a uma distância expressiva de oito pontos do bloco superior.
Sua tarefa, agora, é trabalhar para não perder os dois de vista e parece claro que a campanha petista precisa passar por algum tipo de realinhamento para, nos 10 dias que restam até a eleição, recuperar a ideia de que está na briga de verdade por uma das vagas à próxima etapa eleitoral em Fortaleza.
Pode-se dizer que está funcionando a estratégia pedetista de impor à campanha geral um ritmo em que a temperatura do momento seja sempre aquela que lhe interessa. Fria hoje, quente amanhã, neutra depois, escolhendo a hora de bater, definindo a hora de propor, e até estabelecendo o momento de se vitimizar, como, por exemplo, é o tom predominante dos últimos dias.
Sarto, que durante bom tempo usou seus horários para ir na jugular dos adversários, revezando o alvo de cada ação entre Wagner e Luizianne, mais recentemente tem aparecido lembrando que campanha é um espaço para discutir ideias.
Por conveniência, e esperteza, descobriu isso exatamente na hora em que poderia começar a apanhar com mais firmeza.
Por outro lado, a liderança numérica que o Capitão Wagner mantém por mais uma pesquisa está longe de representar, para ele, um fator de tranquilidade. Ou, muito menos, de comemoração.
Os seus movimentos são no sentido descendente e a fase final parece encontrá-lo ainda sem um roteiro muito bem definido acerca do que precisa ser feito para ver restabelecida a ideia de favoritismo em torno do seu nome e candidatura, que já houve em momentos anteriores.
Sem outras movimentações no bloco de baixo que chamem atenção, a campanha de Fortaleza, expressa no retrato de um momento que o novo Datafolha captou nas ruas da cidade, desenha um cenário muito favorável ao candidato José Sarto, quando visto em perspectiva.
Agora, tempo há para que o Capitão Wagner e Luizianne Lins consigam encontrar uma linha que lhes deixe menos dependente do ritmo que a campanha pedetista lhes impõe, desde o começo.
Basta que saibam extrair dos números as informações que neles estão embutidos e são realmente valiosos, para além da utilidade real que podem ter como meras peças de propaganda.
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