Datafolha mostra cenário diferente do Ibope: Sarto sobe, mas Capitão Wagner resiste
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O Datafolha mostra cenário com diferenças significativas em relação à pesquisa Ibope realizada nesta semana. Há uma tendência em comum. Sarto Nogueira (PDT) sobe em ambas. Mas, no Datafolha sobe menos que no Ibope. Capitão Wagner (Pros) oscila negativamente, no mesmo ritmo. Os dois estão tecnicamente empatados. E aí está a principal diferença entre Ibope e Datafolha: os dois fariam o segundo turno, segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje e se o instituto conseguiu captar o real sentimento do eleitor.
Porque, no Datafolha, Luizianne Lins (PT) se sai pior que no Ibope. O Datafolha aponta cenário claro entre os candidatos de Pros e PDT no segundo turno. O Ibope mostra tríplice empate, com Sarto, Wagner e Luizianne embolados e sem ser possível dizer quem iria ao segundo turno.
Pelo Ibope, qualquer cenário era possível, com segundo turno entre Sarto e Wagner, ou qualquer um deles ficar de fora. Havia possibilidade de Luizianne ir para o segundo turno e enfrentar qualquer dos dois. O Datafolha não colocava essa possibilidade.
A não ser que haja reversão de tendência de Luizianne ao longo das pesquisas. Numericamente, não é hipótese descartável. A postura de Luizianne nos próximos dias merecerá atenção. Quais movimentos restarão a ela?
Na liderança, embolados, estão os candidatos que se acreditava que polarizariam a eleição. A conferir, também, como irão se comportar Wagner e Sarto em confronto cada vez mais direto entre eles.
Por que a diferença entre as pesquisas?
Como entender essas diferenças? Há vários motivos: o cenário se move. Já escrevi que, nestes últimos dias de campanha até o primeiro turno, muita gente está de fato decidindo o voto. Haverá muitas oscilações. Há fatos novos: operação da Polícia Federal sobre o hospital de campanha do estádio Presidente Vargas, suspensão de atos que possam gerar aglomeração por decisão da Justiça Eleitoral. Além disso, nunca é demais lembrar, as pesquisas erram. Há margens de erro. E o intervalo de confiança é de 95% - o que significa que há 5% de risco de o resultado da pesquisa estar fora da margem de erro.
Quase todas as diferenças entre Datafolha e Ibope estão dentro da margem de erro. Há uma exceção: Luizianne Lins.
A candidata do PT talvez seja a principal afetada pela nova rodada de pesquisas. O Ibope a colocava no bolo, na briga pelo segundo turno. O Datafolha, no cenário de hoje, a coloca fora.
Pesquisas erram e, além disso, elas não são futurologia. Elas não pretendem dizer quem ganhará a eleição em 15 de novembro. O que a pesquisa mostra é em quem as pessoas dizem que votariam se a eleição fosse hoje. Mas, a eleição não é hoje e o quadro pode mudar. Aliás, está mudando. É o que a sequência de pesquisas mostra.
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