Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Mesmo depois de reunião com o ministro Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, o grupo liderado pelo senador Cid Gomes manteve convocação do diretório estadual para o dia 7 de julho.
Na pauta da reunião, entre outros pontos, está a eleição de uma nova executiva do partido no Ceará.
De acordo com pedetistas ouvidos pela coluna, o encontro foi preservado conforme deliberado pelos membros do diretório reunidos por Cid na última segunda-feira, 26, em Fortaleza.
Nesse dia, após encontro com aliados em meio ao racha no partido, Cid sentou à mesa com Lupi, que viajou às pressas para a capital cearense na tentativa de apaziguar os ânimos e evitar uma guerra aberta pelo comando da legenda no estado.
Atualmente sob presidência do deputado federal André Figueiredo, o PDT se dividiu em dois blocos, um alinhado a Cid e outro a Ciro Gomes, a Roberto Cláudio e ao próprio Figueiredo, além do prefeito José Sarto.
Em coletiva de imprensa depois da agenda de segunda, Cid afirmou que o grupo do qual faz parte demanda que ele assuma o diretório local pedetista.
O mandato de Figueiredo na executiva, porém, vai até dezembro deste ano. Em conversa com a coluna, o deputado avaliou que não há hoje motivação para que ele seja afastado da presidência da agremiação no Ceará.
Insatisfeitos, os membros do diretório sob condução de Cid não querem esperar até o fim do ano para uma troca de guarda no PDT. Essa ala cidista está disposta inclusive a ‘bater chapa”, ou seja, disputar no voto o controle do partido.
Lupi então tentou negociar tempo. O ministro contou que irá se reunir com o também ministro Camilo Santana (PT) para ajudar a pactuar uma solução que garanta a entrada do PDT na base do governador Elmano de Freitas, mas conservando o mandato de Figueiredo até dezembro.
Esse meio-termo, porém, não contempla os aliados de Cid, que postulam que apenas o senador pode representar o partido neste momento da política cearense, atendendo a interesses de prefeitos, deputados estaduais, vereadores e deputados federais.
Segundo cálculos próprios, o grupo contaria com 53 dos 84 membros titulares do diretório, de acordo com informações da coluna publicadas na segunda-feira, 26.
O número, caso se confirme, é suficiente para votar uma alteração na composição da executiva, destituindo o presidente da sigla no estado.
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