Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Ex-titular do posto no Executivo à época de Camilo, o jornalista volta ao cargo com alguns super-poderes e missões prioritárias, uma das quais reorganizar a máquina, extraindo rendimento maior do secretariado e melhorando o fluxo da comunicação palaciana
O governador Elmano de Freitas (PT) não apenas começou uma reforma administrativa, a segunda em poucos meses. O petista retomou o modelo da gestão de Camilo Santana, alterando a composição do núcleo duro do Abolição, consumada no movimento de saída de Max Quintino e de chegada de Chagas Vieira, que assume a Casa Civil.
Ex-titular do posto no Executivo à época de Camilo, o jornalista volta ao cargo com alguns super-poderes e missões prioritárias, uma das quais reorganizar a máquina, extraindo rendimento maior do secretariado e melhorando o fluxo da comunicação palaciana. A intenção é recolocar a gestão no trilho do "camilismo", que deixou o segundo mandato com alta popularidade para se eleger senador e alçar Elmano ao poder estadual.
Trata-se, nesse sentido, de uma reformulação de parte das estratégias adotadas pelo governador lá atrás, quando tentou conferir mais vida própria à administração, mas acabou esbarrando em dificuldades de toda ordem, todas mais ou menos relacionadas ao gigantismo estadual e ao descompasso entre o perfil de alguns auxiliares e as funções para as quais foram designados.
À coluna, Chagas explicou que sua tarefa primordial é "intensificar o diálogo em todas as áreas e potencializar as entregas para a população, com as secretarias em permanente movimento".
Seu nome vai ao plenário da Casa nesta sexta, 13. Os únicos votos contrários foram de Sargento Reginauro, do União Brasil, e de Carmelo Neto, do PL.
Durante a sabatina, houve ao menos três momentos de tensão, um dos quais se deu logo no início, quando foi questionada por Carmelo sobre episódio envolvendo investigação aberta em relação a suspeita de compra de votos por uma assessora, conforme o deputado bolsonarista – a postulante rebateu dizendo que tinha "vida limpa".
Secretária "blindada"
Outro ponto de atrito, levantado por Reginauro, girou em torno da autonomia que Onélia teria, uma vez conduzida ao TCE, para julgar as contas de prefeituras administradas por aliados de Elmano e Camilo, com quem é casada – somadas, as administrações municipais de PT e PSB no Ceará passam de uma centena.
Onélia ainda foi interpelada sobre o peso que o vínculo com o ministro teria para sua indicação ao cargo de conselheira, que é vitalício, mas minimizou a ponderação ao afirmar que tem uma trajetória pública independentemente do marido.
Para um deputado de oposição, a secretária foi "blindada" do início ao fim do rito, não apenas porque nenhuma indagação mais espinhosa tivesse espaço para ser formulada, mas porque jornalistas foram impedidos de apresentar perguntas ao final – Onélia saiu do local sem dar entrevistas.
Izolda diz não para Evandro
Convidada para a Secretaria da Educação de Fortaleza, a ex-governadora Izolda Cela (PSB) disse não para o prefeito eleito Evandro Leitão (PT). Fontes relataram que a pessebista declinou da oferta do gestor sem dedicar tanto tempo para pensar, como outro interlocutor havia confidenciado.
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