Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Mas não o ex-governador do Estado, que, num comentário ligeiro sobre a indicação da cônjuge para o posto, o único de que se tem notícia até aqui, disse ao colega do O POVO João Paulo Biage que se tratava de "assunto da Assembleia". Não deixa de ter razão - e de não tê-la também.
Em seu discurso, lido em tom comovido para a plateia, entre a qual se encontravam o sogro Eudoro Santana e o cunhado Tiago Santana, Onélia mapeou as origens no Cariri e elencou credenciais acadêmicas que, para 36 dos 46 deputados, bastaram para cacifá-la ao cargo. Em seguida, concluído o ato, a integrante do TCE saiu sem dar entrevistas.
Por razões diferentes, o governador Elmano de Freitas (PT) deixou nessa quinta (19) o evento de diplomação de Evandro Leitão (PT) e Gabriella Aguiar (PSD) sem conceder palavra aos jornalistas reunidos por lá, na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE), talvez para evitar um assunto tóxico: a aprovação, também pela Alece, de projeto que libera o emprego de drones para pulverizar venenos em plantações no Ceará, bem ao gosto da agenda de um Ricardo Salles, ex-ministro de Jair Bolsonaro.
Trata-se de tema espinhoso, sobretudo para Elmano, coautor da lei estadual nº 16.820/19, batizada de "Lei Zé Maria do Tomé", proposta pelo colega de Legislativo do petista, Renato Roseno (Psol), e referendada pelo STF em 2023. Como escrevi ontem, o parlamento cearense faz as vezes de Papai Noel às avessas, com um pacote de maldades ambientais que é um verdadeiro presente para aqueles setores cujos aliados pretendiam passar a boiada.
A escalação de Helena Barbosa para a pasta da Cultura da gestão de Evandro é oportunidade para voltar as atenções ao Centro Dragão do Mar, que, até dias atrás, estava circundado por areal de obras paradas - filigranas contratuais, segundo me disseram, mas capazes de travar o andamento de trabalhos cuja previsão de término era 2024, mas que chegam ao fim do ano sem perspectiva, justo esse período durante o qual a capital cearense está repleta de turistas à procura de nossos pontos de visitação incontornáveis, entre os quais o Dragão tem papel de relevo.
Quando da gestão de Sarto, havia por certo uma dificuldade de diálogo emperrando a qualificação da praça e do entorno do equipamento, vitais para a retomada de sua pujança. Bom, esse obstáculo agora desapareceu.
Fim de ano se aproximando, e com ele suas inevitáveis listas - ou listas de listas, já que a moda de indicar leituras tem se convertido num gênero jornalístico. De todas as listas que li e cujas recomendações anotei diligentemente, compartilho algumas, entre obras de ficção e não-ficcionais, literatura nacional ou estrangeira, ensaios e textos inclassificáveis.
Seguem, sem qualquer ordem nem justificação, apenas a garantia de que, num país que produz mais não-leitores do que leitores, esses livros fisgaram minha atenção: "A obrigação de ser genial", de Betina González (Bazar do Tempo); "Vida, velhice e morte de uma mulher do povo", de Didier Eribon (Editora Âyiné); "História potencial", de Ariella Aisha Azoulay (Ubu); "As aulas de Hebe Uhart", de Liliana Villanueva (WMF); "A clínica rebelde", de Adam Shatz (Todavia); "O homem não existe", de Lígia Gonçalves Diniz (Zahar); e "De onde eles vêm", de Jeferson Tenório (Cia das Letras).
Política como cenário. Políticos como personagens. Jornalismo como palco. Na minha coluna tudo isso está em movimento. Acesse minha página
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