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O diferente nem sempre é errado ou desonesto
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Hugo de Brito Machado Segundo é mestre e doutor em Direito. Membro do Instituto Cearense de Estudos Tributários (ICET) e do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT). Professor da Faculdade de Direito da UFC e do Centro Universitário Christus. Visiting Scholar da Wirtschaftsuniversität, Viena, Áustria.

O diferente nem sempre é errado ou desonesto

O conhecimento humano é essencialmente falível. Nenhuma crença que alimentemos, em torno de qualquer tema, jamais será absolutamente segura de ser certa e estará imune ao erro
Tipo Opinião
O respeito ao outro deve ser um princípio a ser seguido por todos (Foto: DIVULGAÇÃO TSE)
Foto: DIVULGAÇÃO TSE O respeito ao outro deve ser um princípio a ser seguido por todos

Tem sido muito comum ouvir pessoas se referirem àqueles que têm pensamento divergente como carecendo, obrigatoriamente, de inteligência, ou de honestidade. De forma mais vulgar, e direta: para discordar de suas ideias, o sujeito só pode ser burro, ou desonesto.

Pense, leitora, que a ideia, embora comum, é não só errada, mas até arrogante. Ela parte da premissa de que é impossível o autor da ideia contestada estar errado.

Entretanto, o conhecimento humano é essencialmente falível. Nenhuma crença que alimentemos, em torno de qualquer tema, jamais será absolutamente segura de ser certa e estará imune ao erro.

Pode ser, então, que discordem de nós não por serem ignorantes ou desonestos, mas simplesmente porque nós - sim, nós - estamos errados.

O que se está dizendo aqui vale para qualquer convicção, mas o momento atual evidencia esse comportamento, sobretudo, na eleição que se avizinha. Se se tem preferência por um candidato, acha-se que o sujeito que prefere o outro é alienado, desinformado, ou compactua com os piores defeitos atribuídos ao seu candidato.

É o caso de pensar, contudo. Quanto à eleição, metade do Brasil está certa, e, a outra, é necessariamente desinformada ou mal intencionada? Não é uma conclusão razoável. Deve haver motivos para que metade do país tenha uma posição diferente.

Isso não quer dizer que não devamos ter nossas convicções. E que não acreditemos que elas sejam melhores que as dos que se opõem a elas. O que se deve é respeitar o outro, pois ele, embora nos pareça errado, pode eventualmente estar certo. E mesmo que não esteja, o mesmo respeito que queremos de quem pensa que estamos errados, devemos dedicar àqueles que não nos parecem certos.

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