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Para chegar ao segundo turno, André precisa ir além do bolsonarismo
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais

Para chegar ao segundo turno, André precisa ir além do bolsonarismo

Impulsionado pelo apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal chegou aos 14% na pesquisa O POVO/Datafolha e se aproximou do atual prefeito, José Sarto, mas ainda está muito atrás de Capitão Wagner
Tipo Opinião
O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, André Fernandes (PL) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, André Fernandes (PL)

Com 14% das intenções de voto em um dos cenários na corrida pela prefeitura de Fortaleza e 12% em outro, André Fernandes (PL-CE) se consolidou na terceira colocação nas pesquisas.

Mais jovem entre os pré-candidatos, 26 anos, e com a menor carreira política, Fernandes conta com a base bolsonarista para crescer ainda mais. Aqueles que declaram apoio incondicional ao ex-presidente somam 25% no território nacional, número que, se refletido em agosto, pode fazer o atual deputado federal beliscar uma vaga no segundo turno.

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André Fernandes, porém, esbarra na divisão da direita no município. Capitão Wagner e Eduardo Girão abocanham parte do eleitorado bolsonarista e colocam um teto no crescimento do candidato do PL. Existe também o fogo amigo local.

Fernandes não é unanimidade na sigla, sofre resistência dentro do partido e pode ver até o presidente do PL em Fortaleza, Carmelo Neto, endossar a campanha de Capitão Wagner, que se consolida como representante da direita no pleito. Mesmo sem contar com o apoio do ex-presidente, Wagner tem o carinho de parte dos bolsonaristas fortalezenses.

Com o candidato do União Brasil, André Fernandes tem relação cordial. Os dois já chegaram a um acordo: se, em setembro, um deles não tiver chance de segundo turno, abre mão da candidatura para apoiar o outro.

Fernandes esperava roubar votos de Wagner, que se mantém firme em primeiro lugar. É inesperado, contudo, que André deixe de se candidatar para cumprir tal acordo.

É inegável, porém, que foi essa veia polêmica que trouxe André Fernandes para onde está. Deputado federal mais votado em 2022, com quase 230 mil votos, e autor do requerimento que instaurou a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, Fernandes é um dos expoentes da oposição bolsonarista na Câmara dos Deputados.

O destaque, porém, se dá pelas discussões e brigas, sempre com voz estridente ao microfone, mas nem sempre bem-sucedidas. É impossível não lembrar de quando Flávio Dino nocauteou André Fernandes na Comissão de Constituição e Justiça da casa.

Ainda sem projeto definido e se apoiando mais no bolsonarismo do que propostas que André Fernandes cresce e se consolida como forte candidato à prefeitura fortalezense.

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