João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Taxa de 10%, imposta por Trump a bens e produtos brasileiros, pode afastar compradores americanos, mas aproximar China e União Europeia do país, opinam deputados
Foto: FÁBIO LIMA
ANDRÉ Figueiredo é o
líder da maioria na Câmara Federal
Primeiro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifa de 10% a produtos brasileiros, o que fez o parlamento brasileiro responder. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram a Lei da Reciprocidade, que permite ao Brasil retaliar países e blocos que tentarem prejudicar empresas com sobretaxas. O texto foi aprovado pela unanimidade dos senadores e com apoio de mais de 80% dos deputados.
Mesmo assim, parlamentares cearenses enxergam o tarifaço de Trump como oportunidade para o Brasil expandir negócios com outros países. "Nós temos a convicção de que isso tudo pode impactar, principalmente na indústria do aço, na parte de petróleo bruto, na parte das carnes exportadas, mas o Brasil também tem outros países que podem compensar uma eventual redução do processo comercial com os Estados Unidos.", afirmou o líder da maioria na Câmara, André Figueiredo.
Para André, o Brasil pode até buscar reforçar a parceria com a China, que também foi sobretaxada por Trump. "A própria China, com certeza, pode ser um grande mercado para os nossos produtos aí. Então, eu acho que o Brasil sai dessa e a gente não poderia, em hipótese alguma, não aprovar uma reciprocidade a essa agressão que os Estados Unidos está fazendo com o mundo, que é impor o seu poderio econômico", opinou o deputado.
Danilo Forte tem o mesmo pensamento, mas, para ele, a oportunidade brasileira está na Europa. "Crise é oportunidade, mas nós temos que aproveitar esse momento para nos juntarmos com a União Europeia. Agora, é botar diplomacia para trabalhar, fortalecer o comércio e buscar novos mercados. O Brasil tem condição de fazer uma grande parceria, inclusive com a indústria alemã, que nós temos o ferro e temos a energia barata. O Brasil pode fazer uma grande parceria com todos os países que precisam, tanto do hidrogênio verde, que agora é o futuro", avaliou.
O deputado do União Brasil criticou a política de Donald Trump, classificada por ele de isolacionista. "Então, a gente pode mudar o patamar. Eles podem tentar inibir a ação do comércio do Brasil nos Estados Unidos. Mas tem muito mercado para crescer em cima do discurso isolacionista do governo americano", apontou Danilo.
Dobradinha garante Lira na relatoria do IR
O governo arquitetou uma dobradinha para garantir que o projeto de Lei que trata da isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil tenha tramitação acelerada na Câmara dos Deputados. Durante a viagem para o Japão e para o Vietnã, Lula conversou pessoalmente com Arthur Lira para ser o relator da matéria.
Em Brasília, foi o líder do presidente na Câmara, José Guimarães, o responsável pela articulação. Em reunião com Hugo Motta, presidente da Câmara, Guimarães reforçou a vontade do governo em ver Lira à frente do texto. A dobradinha deu certo e Lira assumiu a responsabilidade de construir o relatório e garantir a votação.
Para o governo, ter Arthur Lira à frente do principal projeto de Lei para 2025 é a certeza de aprovação da matéria. Para a Câmara, Lira garante a tramitação do texto no tempo determinado por Hugo Motta. Para Lira, é mais capital político para garantir a eleição ao Senado em 2026. Bom para todos.
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