Picanha, fotos e 'não' ao Legislativo: o almoço de Ciro com o União
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Picanha, fotos e 'não' ao Legislativo: o almoço de Ciro com o União
Ciro sentou-se ao lado de Roberto Cláudio e à frente de Capitão Wagner. Entre uma carne e outra, fotos com Caiado, ACM Neto e fãs. Até Wagner teve que virar fotógrafo
Foto: Divulgação/Ascom Danilo Forte
CIRO Gomes almoçou com
membros do União Brasil
O almoço estava marcado para 13 horas, mas todo mundo chegou antes à churrascaria mais chique de Brasília. O local, que fica no centro da capital, foi escolhido a dedo. Por ser perto da sede do União Brasil, o local seria o escolhido por outros políticos para a refeição. E isso, realmente, ocorreu. Assim que cheguei, dei de cara com Danilo Forte. "Você agora é colunista de social?", perguntou o deputado, numa brincadeira que faz comigo desde que noticiei os implantes capilares e procedimentos estéticos da bancada.
Danilo entrou e logo se acomodou ao lado dos que já haviam chegado. A mesa, de 12 lugares, já tinha oito integrantes. O meio dela ainda aguardava a chegada de Ciro Gomes. Não demorou e Ciro desceu de um carro elétrico prata, que, nas redes sociais, o colocaria como esquerdista. Acompanhado de Roberto Cláudio, entrou no restaurante sem querer conversar muito. Cumprimentei os dois e fiz a pergunta de praxe. "Boa tarde, governador! Podemos conversar?".
A resposta foi direta. "Não". Mas o sorriso amenizou a negativa, que veio acompanhada de uma justificativa. "Nada contra você, Biage, é que eu não estou falando, mesmo", explicou. Guardei o celular e tentei novamente. Perguntei sobre a ida ao evento da federação União Progressista e Ciro classificou como visita de cortesia. "Essas visitas eram comuns, mas, depois desse ódio de PT e do bolsonarismo, parece novidade", disparou Ciro.
Entendi a resposta como uma possível abertura e aguardei a saída. Até cogitei entrar e pegar uma mesa próxima para tirar fotos melhores, mas o valor do rodízio (R$223,00 p/ pessoa) afastou a ideia. Fiquei do lado de fora monitorando a mesa, que estava perto da porta de entrada.
Não demorou e o local começou a encher. Primeiro, Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, chegou. Logo depois, foi a vez de ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, entrar no restaurante. Ele parou para cumprimentar Ciro e tirar uma foto. Por último, Ronaldo Caiado - governador de Goiás e pré-candidato à presidência. Ele também tietou Ciro Gomes.
Só depois disso, o rodízio rendeu. Picanha? Toma! Ancho? Quero! Frango? Mé dá! Ciro e a comitiva mastigavam e, entre uma garfada e outra, conversavam sobre política e sobre o Ceará. Wagner era o mais falante. Ciro e Roberto ouviam mais, mas também opinavam. Cogitaram Ciro no Senado, mas ouviram que ele não é político para o legislativo. Ciro pode até ser candidato, mas ao Executivo.
Depois de uma hora de pura mastigação, a conta foi paga. É hora de ir para o compromisso: A oficialização da federação União Progressista. Danilo logo saiu. "Tu vai lá?", me perguntou. "Vou", respondi e já emendei. "Conversaram sobre o que, líder?". Danilo sorriu. "Amenidades", disse antes de entrar no carro.
Wagner também se preparava para sair, mas encontrou um cliente de um restaurante ávido por uma foto. Pegou o celular para fotografar o grupo, que tietava Ciro. Essa foi a penúltima foto, antes de Ciro sair do restaurante. A última foi com o manobrista e, depois de ouvir Ciro por alguns minutos, fui o responsável pelo clique.
Tive que voltar ao jornalismo antes de me despedir. "O que eu posso publicar, governador?". "O que você quiser", respondeu. Aperto de mãos e a piadinha para quebrar o gelo "Tomei café com o Camilo e o almoço com o sr. Será que Cid me recebe para um lanche?". O sorriso desconcertante encerrou a interação. Ciro seguiu para o carro elétrico prata e eu fui atrás do meu almoço. É bom demais ser colunista de política e de social.
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