Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
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O vereador Gabriel Aguiar (PSol) fez um alerta na sua conta no Instagram. Disse que, "apesar das diferenças geográficas e geomorfológicas, é possível, sim, que o sombreamento causado pelos mega prédios da Beira Mar venha a prejudicar a praia". Ponderou ser ainda preciso refinar os estudos. Entretanto, afirmou ser já certo que "o paredão de prédios age como uma barreira artificial para conter os ventos que chegam na cidade, deixando toda a cidade por trás dos prédios abafada e com muito calor". Fala em sequestro dos ventos. "Basicamente, os mais ricos da cidade sequestram o vento para eles, enquanto o restante da população precisa investir em ventiladores e ar condicionados".
A conta da outorga onerosa fecha?. Lembre aqui
Em verdade, o parlamentar atirou em um alvo importante, mas errou na mira. O advento da chamada outorga onerosa em Fortaleza, mecanismo recente pela qual o incorporador paga pelo solo criado - ou seja, pelos pisos para cima no edifício-, vem levando a Capital a assistir a difusão de superprédios. Nos mais das vezes, se não todos, sem garagem em subsolo (porque cavar é mais caro). Feio e frio. Repare nas fortalezas. Há apenas paredões, não fachadas ativas, com lojas para gerar tráfego a pé e mais segurança. Quanto à postagem do vereador, vejamos o que disseram alguns profissionais.
Jayme Leitão, arquiteto e incorporador, o respondeu dizendo que a altura dos prédios não é um problema, desde que respeitado o índice de aproveitamento. "Melhor prédios altos e grandes recuos para liberar a ventilação do que ter a quadra apinhada de prédios menores". Leitão apontou outro flanco. "Um aspecto muito mais importante e que escapou ao comentário sem embasamento técnico nenhum é a relação dos prédios com a rua! Fachadas ativas, passeios largos e arborizados sem carros em cima, lojas e serviços criando um deslocamento atrativo para o pedestre".
Traço do arquiteto
O traço do arquiteto é o desenho do que não se vê em Fortaleza. "A grande discussão aqui deveria ser a de estabelecer limites para o índice de aproveitamento em casos de outorga e coibir completamente a adoção de estacionamentos aéreos, gerando paredões que são uma ofensa à Cidade e aos vizinhos". Ele adverte: "Todos esses "perus num pires" vão pagar um preço alto em termos de desvalorização pelo mal que farão ao seu entorno". Leitão é um histórico defensor de que o grande problema é a terceirização de mão de obra no serviço público de planejamento urbano. Para ele, não se faz planejamento sem um corpo de arquitetos, urbanistas e engenheiros concursados, estáveis e que passem além dos mandatos dos prefeitos.
Em debate paralelo sobre a outorga, a arquiteta Laura Rios é crítica do que considera densidade demasiada. "Estamos preparados para esse nível de densidade? Qual é o critério da Prefeitura? A outorga é uma regra pontual, e parece que está sendo usada como regulamentação base para esses edifícios". O arquiteto Gustavo Amorim observa o momento singular: "a revisão do Plano Diretor, que, por princípio, deve mediar tudo isso que estamos tratando. Tenho conseguido participar de alguns momentos desse processo. As próximas etapas serão decisivas".
Professora aponta enganos
A professora de projeto arquitetônico da UFC, por ora afastada para pós-doutoramento na USP, Márcia Cavalcante, fez outro reparo na postagem bem intencionada do edil. "Prezado Gabriel, pelo visto a sua postagem gerou bastante polêmica! Porém gostaria de alertar para o fato de que a sua narrativa contém enganos. Como professora doutora da Universidade Federal do Ceará venho aqui me manifestar que estamos a 3 graus do Equador, a nossa insolação é quase vertical e nunca viveremos a situação do Balneário Camboriú! A sua foto certamente foi tirada perto do solstício de verão quando o sol se põe ao sudoeste, realmente no final da tarde pode ocorrer este sombreamento". Ele usou uma foto de imenso sombreamento no calçadão.
Márcia também advertiu para o outro mito recorrente, o alegado aquecimento de Fortaleza por conta dos edifícios da Beira Mar. "Em relação a ventilação em Fortaleza, ela vem predominante do Leste e Sudeste!!! Nunca do Norte! Como biólogo de formação e líder político peço que se informe melhor antes de fazer postagens, pois sua responsabilidade de lidar com fatos bem embasados é maior do que a de qualquer leigo!".
SÍNDROME DE APERT
A experiência de lidar como mãe e pai de João, 6, nascido com a Síndrome de Apert, uma condição genética que leva à fusão de ossos do crânio, mãos e pés, fez do casal Natália Jereissati e Igor Cunha dois militantes em defesa da melhoria do tratamento pelo SUS. O percurso começou na busca por respostas. Logo após o diagnóstico, eles se mudaram para os EUA e marcaram cirurgia no Hospital Infantil de Boston, referência no tratamento de crianças com a Síndrome. Lá, os bebês diagnosticados são tratados por equipes multidisciplinares, formadas por especialidades como cirurgia craniofacial, genética, ortodontia, fonoaudiologia, cirurgia plástica, neurocirurgia e cirurgia de pés e mãos, entre outras. O avanço no tratamento vem melhorando a vida de João e vigorando o a luta dos pais. Vão além da retórica. Aproximaram o Boston Children's Hospital (BCH) do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP), em Bauru. As duas instituições firmaram parceria e nos dias 14 e 15 de março haverá o primeiro simpósio sobre craniossinostose sindrômica. Mira no intercâmbio entre profissionais e na visibilidade às síndromes. Estas afetam um a cada 2.500 nascimentos em todo o mundo. O que mais dói é a dificuldade em diagnóstico e tratamento. As inscrições estão abertas para diversos públicos, desde estudantes a profissionais especializados. Informações como a programação e painelistas estão disponíveis no site https://simposiocs.com.br/. O evento pretende chamar a atenção da classe médica para discussão da importância de o SUS estar preparado para conduzir eventuais casos na rede pública.
Para o prof Dr Nivaldo Alonso, coordenador de Cirurgia Craniofacial do HRAC-USP e docente da disciplina de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), esta é a oportunidade de destacar o trabalho realizado por centros no Brasil e ampliar o conhecimento de profissionais em diferentes especialidades sobre as síndromes associadas às craniossinostoses: “Temos grandes desafios no tratamento de craniossinostose sindrômica no Brasil, e uma delas é a integração de especialidades médicas. Obstetras e pediatras, por exemplo, precisam saber melhor sobre as síndromes, para que o diagnóstico aconteça cada vez mais cedo. A proposta do simpósio é incluir diferentes abordagens e experiências, enriquecendo o conhecimento sobre as síndromes e trazendo o assunto para a pauta de saúde pública”.
Além da participação de profissionais de diferentes especialidades, o Simpósio destaca a presença da sociedade civil no engajamento com a causa. Contando com abordagens clínicas, a programação terá ainda painéis para discutir a política e defesa de direitos de pacientes com doenças craniofaciais, de que forma superar as barreiras existentes nos serviços de saúde e como o Brasil pode avançar nesse setor, criando acesso universal e acessível a pacientes.
Na maioria das vezes, os pacientes precisam de várias cirurgias e procedimentos até o pronto restabelecimento das funções dos órgãos envolvidos. Para o Prof Dr John Meara, Chefe do Departamento de Cirurgia Plástica do Hospital e especialista em casos relacionados a craniossinostose, o Simpósio é a oportunidade de integrar técnicas aplicadas no exterior e que podem fazer a diferença aos pacientes brasileiros: “Conhecemos a Natalia e o Igor em 2017 e desde então, presenciamos a evolução do tratamento do João. Acompanhamos também o trabalho de excelência do Dr Nivaldo e sua equipe no HRAC e acredito que a iniciativa do simpósio vem mostrar a importância da abordagem assertiva de diferentes especialidades com um só objetivo: restabelecer as condições para que crianças portadoras de síndromes tenham melhores oportunidades”.
O evento conta com apoio da InciSioN, Organização Não Governamental de defesa a cirurgias acessíveis a todos, presente em mais de 80 países e estabelecida no Brasil; do Instituto Coalizão Saúde (ICOS), formado por representantes da cadeia produtiva do setor de saúde; da Sociedade Brasileira de Auditoria Médica (SBAM) e da Associação Brasileira dos Enfermeiros Auditores (ABEA).
FILIAL FATURA R$ 12 MILHÕES
A filial cearense da Tecnogera, de fornecimento de soluções de energia temporária e segurança no trabalho em altura, declara-se feliz com a praça, onde atua desde 2022. No País, a empresa declara ter batido a receita de R$ 320 milhões no ano passado. Do Ceará, fala em R$ 12,8 milhões do total. Tem 100 empregados diretos e indiretos. A empresa segue modelo no qual mobiliza pequenas e médias empresas (PMEs) locais. A chamada Universidade Tecnogera, centro de capacitação gerido pela empresa, faz qualificação e homologação técnica para PMEs integrarem a rede de atendimento. No Ceará, são 10 empresas homologadas. Um dos focos no Ceará é a segurança energética de backup para complexos siderúrgicos e redução de tempos de comissionamento de complexos de energia renovável, além de grandes eventos.
FOTOVOLTAICA
O Brasil superou a marca de 12 gigawatts (GW) de potência operacional nas grandes usinas solares, de acordo com o mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Segundo a entidade, desde 2012, o segmento já trouxe mais de R$ 54,3 bilhões em novos investimentos e mais de 365,2 mil empregos verdes acumulados. Cita ainda cerca de R$ 19 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. Hoje, usinas solares de grande porte operam em todos os estados, com liderança, em termos de potência instalada no Nordeste, com 59,95%. Depois vêm Sudeste, com 38,85%; Sul, com 0,27%; Norte, com 0,33%; e Centro-Oeste (mais DF), com 0,36%.
CULPA DA CHUVA
O resultado do Carnaval para os bares e restaurantes brasileiros foi além da conta. É o que dizem as informações preliminares da Abrasel, a associação dos bares e restaurantes. Em cidades como Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, o setor faturou 15% a mais que em 2023. No Nordeste, como Natal e São Luís, algo como 22%. Maceió seria uns 13%. Recife 30% e até 50%, conforme a região. Até Curitiba teve casos de 20% de alta. Já Fortaleza, um desarranjo. Queda de 30% no faturamento, em virtude das fortes chuvas que afetaram a cidade durante o Carnaval. Fora da rota de Carnaval, a maioria dos estabelecimentos em Florianópolis (Santa Catarina), também registraram faturamento menor que o mesmo período em 2023.
PESQUISA
O Inteligência de Mercado (Iemi) e a Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração e Celebração (ABCasa) revelaram dados sobre o maior número de empresas atacadistas e de mão de obra empregada no País. Entre 2021 e 2022, as micro (até 19 funcionários) e médias empresas (20 a 40 funcionários) foram as únicas que apresentaram crescimento no pessoal ocupado e incremento na participação geral de pessoal empregado no nicho de artigos para casa. O diretor executivo da ABCasa, Anderson Passos, põe o aumento na conta do crescimento do mercado de casa e decoração e da profissionalização do setor. O Sudeste representa a maior parcela, com 60% da mão de obra empregada no País no segmento. O Nordeste pesa 15,7% do total, empregando mais de 25 mil pessoas.
7 cursos de graça - O Instituto Atlântico está com inscrições abertas para sete cursos gratuitos oferecidos pelo Avanti Bootcamp, programa de Capacitação Tecnológica. É promovido em convênio com a Softex e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Na lista: User Experience, Ciência de Dados, Quality Assurance, Liderança, Desenvolvimento Full Stack, Machine Learning e DevOps. Carga horária de 80 horas, entre aulas ao vivo, estudo independente e atividades práticas. Ao todo, 336 vagas - 48 para cada curso.
Aula inaugural - Nesta segunda-feira, 19, o desembargador federal do Tribunal Regional Federal da 5ª Região - TRF5, Roberto Wanderley, ministrará a aula inaugural do curso de Direito da Faculdade Cecape. O evento terá início às 19h, na Unidade Triângulo, em Juazeiro do Norte (CE). Falará sobre "Direito inclusivo e a cidadania das pessoas com deficiência na contemporaneidade".
70 anos - A sexta-feira foi de uma efeméride muito relevante para quem vive da agriultira no Ceará. Chegou aos 70 anos a Ematerce. Fundada em 16 de fevereiro de 1954, como Serviço de Extensão Rural do Ceará recebeu, inicialmente, a denominação de Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural (Ancar). Naquele ano, os trabalhos de campo começaram pelos municípios de Maranguape, Redenção e Quixadá. Em 1976, o Governo do Estado criou então a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). É viunculada à Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA).
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