
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
Há duas semanas, na 80ª Assembleia Geral da ONU, a primeira-dama do Brasil apareceu vestida com um casaco palestino. A ocasião não poderia ser melhor, dado que nesta reunião um dos temas debatidos foi a questão da Palestina. Vale ressaltar que muitos países já reconhecem o Estado Palestino como um país soberano dentro das Nações Unidas.
Apesar da beleza e da exuberância da peça, sua grandeza está em ser um meio para difundir a identidade e a cultura palestina.
O bordado que reveste o casaco é conhecido como Tatreez e foi incluído em 2021, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no rol do patrimônio cultural imaterial da humanidade.
A feitura do Tatreez é uma prática intergeracional e, sem dúvida, uma prova da resistência palestina. Sabemos que tudo é política e que roupa é uma linguagem. Desse modo, a moda pode e deve ser utilizada como um meio para trazer à tona questões relevantes e urgentes como a guerra, por exemplo.
O genocídio em Gaza, a fome de toda aquela população e a indiferença de parte da humanidade com todo esse estado de coisa encontram um contraponto no casaco de Janja.
A divulgação do bordado palestino na assembléia da ONU promoveu, também, uma rachadura na visão de roupa e de moda como algo supérfluo e banal.
O casaco de Tatreez operou visibilidade para a causa palestina, fazendo-se audível e com potência para ressignificar dor e sofrimento em beleza e resistência.
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