É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
Esta semana, O POVO publicou uma matéria sobre uma decisão da Justiça do Trabalho cearense que reduziu 35% da jornada de trabalho de uma mãe solo que cuida de um filho com transtorno do espectro autista – TEA. Essa decisão é um alento para muitas mães atípicas que precisam cuidar de seus filhos e não podem prescindir de trabalhar.
A relevância da decisão ultrapassa o caso específico da mãe em questão, pois expõe a precariedade dos equipamentos públicos imprescindíveis ao desenvolvimento de crianças autistas, que necessitam de acompanhamento multidisciplinar focado em terapias com fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo e neurologistas.
A decisão da justiça do trabalho também reconhece a importância do trabalho de cuidado que, quando exercido na esfera privada, recebe o verniz da invisibilidade, da desimportância social e da gratuidade.
À vista disso, a decisão tem um significado para a discussão da desigualdade de gênero dado que esse trabalho é exercido majoritariamente por mulheres.
Vale ressaltar que a notícia veiculada pelo jornal traz à lume arranjos e composições familiares diversas da família com pai, mãe e filhos e as que, atualmente, são reconhecidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, como é o caso das famílias monoparentais compostas por genitor e descendente(s).
A importância da decisão analisada aqui traz esperança para muitas mulheres e para os trabalhadores, em geral, que sofrem com os desmontes dos direitos trabalhistas escondidos sob o discurso da autonomia privada e do empreendedorismo, que escamoteiam precarização, exploração e desamparo.
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