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Sobre as águas turquesa: meu descanso em Fiji
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Com formação em desenvolvimento mobile pelo IFCE e pela Apple Academy, junto ao seu conhecimento em Design e Animação, atuação em UI|UX e experiência na criação de aplicativo móveis, fundou a Startup Mercadapp. É amante dos livros, da música, do teatro e do ballet. Tudo isso sempre junto e misturado a tecnologia e inovação. Escrever sempre foi seu refúgio dentro dessa jornada tão desafiadora, que é ser uma jovem mulher empreendedora

Larissa Lima comportamento

Sobre as águas turquesa: meu descanso em Fiji

Essa viagem foi meu reencontro com a ideia de pausa. Enquanto em outros destinos vivo intensamente a cultura local, faço longas caminhadas ou busco aprender com as pessoas, em Fiji eu aprendi algo diferente: o valor de apenas estar
Fiji é formado por mais de 300 ilhas (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Fiji é formado por mais de 300 ilhas

Viajar sempre foi para mim a chance de viver mundos diferentes do meu. Mas algumas viagens não são sobre explorar intensamente ou sobre correr de um ponto a outro. Algumas são sobre parar, respirar e simplesmente sentir. Fiji foi exatamente isso: um convite ao descanso, um mergulho em águas transparentes e na calmaria que só um arquipélago perdido no Pacífico pode oferecer.

Fiji é formado por mais de 300 ilhas, espalhadas como pequenas esmeraldas sobre um mar azul profundo. Localizado a cerca de 3 mil quilômetros da Austrália, o país já foi colônia britânica, tem forte influência das culturas fijiana, indiana e europeia, e é conhecido mundialmente pelo seu povo acolhedor.

O “Bula!” que se ouve ao chegar não é apenas uma saudação; é quase um mantra de boas-vindas, carregado do significado de vida, saúde e alegria. Essa energia está em cada encontro, em cada sorriso genuíno que os locais oferecem.

Minha estadia foi na Mamanuca Islands, uma das regiões mais procuradas por viajantes que buscam cenários paradisíacos. É ali que estão algumas das praias mais fotogênicas do Pacífico, e também os hotéis sobre a água, símbolos do luxo simples que Fiji proporciona. As cabanas, conhecidas como "overwater bungalows", foram meu lar durante alguns dias.

E não há como descrever a sensação de acordar e ver o mar não só à frente, mas também abaixo de mim, literalmente debaixo da cama. Até as tarefas mais comuns, como escovar os dentes, se transformavam em experiências únicas, acompanhadas pelo azul cristalino.

A rotina foi leve e perfeita. Pela manhã, eu já mergulhava de snorkel diretamente da escadinha da cabana. Bastava alguns movimentos para me encontrar dentro de um aquário natural, cercada por corais, peixes coloridos e a sensação de estar em um mundo que segue intocado.

A visibilidade no mar de Fiji é impressionante, muitas vezes chegando a mais de 30 metros. Essa clareza revela um dos ecossistemas marinhos mais ricos do planeta, o que torna o país um dos principais destinos de mergulho do mundo.

Em um dos dias, troquei o snorkel pelo stand up paddle. Deslizar sobre aquelas águas tranquilas foi como pintar lentamente a paisagem com cada remada.

O silêncio do mar só era cortado pelo som da prancha, e a cada vez que eu olhava para trás, via a ilha ficando pequena, enquanto à frente se abria apenas o infinito do oceano Pacífico. Um contraste entre imensidão e paz.

Mas Fiji não é só mar. É também cultura. Os fijianos mantêm tradições que passam de geração em geração. Uma das mais conhecidas é a cerimônia do Kava, bebida feita a partir da raiz de uma planta local, servida em encontros comunitários. Outra é a música polinésia, marcada por danças e cânticos que celebram a vida em comunidade.

Há também influências indianas fortes: cerca de 40% da população tem ascendência indiana, o que se reflete na culinária, nos templos hindus espalhados pelas ilhas e até nas festas religiosas.

As Mamanuca Islands, onde fiquei, são um conjunto de cerca de 20 ilhas vulcânicas e de coral, famosas não apenas pela beleza, mas também por terem sido cenário de filmes como O Náufrago, com Tom Hanks. Cada pedacinho desse arquipélago carrega a essência da vida tropical: coqueiros, praias desertas, lagunas de cor inacreditável.

Os meus dias se dividiam entre contemplar o mar, explorar os corais, descansar na varanda com o som das ondas e brindar o pôr do sol. Em certo momento, percebi que estava experimentando algo raro: a ausência completa da pressa.

Essa viagem foi meu reencontro com a ideia de pausa. Enquanto em outros destinos vivo intensamente a cultura local, faço longas caminhadas ou busco aprender com as pessoas, em Fiji eu aprendi algo diferente: o valor de apenas estar. Foi uma viagem de descanso, mas também de autoconhecimento.

Foto do Larissa Lima

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