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Mais que formar jovens, falemos sobre aqueles que não conseguem
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Mentor e conselheiro de startups há mais de quatro anos, formado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e com especializações pela UFRJ e Unyleya. Hoje, atua como diretor de Operações da Casa Azul Ventures, já tendo mentorado mais de 100 startups e avaliado mais de 1.000 em diversos programas nacionais e internacionais. Também atua como gerente de Novos Negócios no Grupo de Comunicação O POVO.

Mais que formar jovens, falemos sobre aqueles que não conseguem

Recentemente foi dito a níveis nacionais, que tem dois iPhones por pessoa no Brasil. Mas essa conta é errada. E nas periferias, o celular não está na mão dos jovens. E alguns, com dificuldade usam os dos pais para ter acesso a internet.
Tipo Opinião
Muitas empresas têm investindo na capacitação de jovens para suprir a demanda por profissionais de tecnologia (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil Muitas empresas têm investindo na capacitação de jovens para suprir a demanda por profissionais de tecnologia

Quando avaliamos o contexto atual, é fácil imaginar o quanto que as empresas vem buscando profissionais de tecnologia para compor o quadro de profissionais. E buscar pessoas antes mesmo da formação completa vem sendo um estratégia para muitas empresas e startups.

 

 

Vejo por aí, um conjunto de cursos gratuitos, programas de formação, planos de bolsas e pagamento por parte da empresa para formar jovens. Entretanto, será que isso democratiza o acesso às oportunidades? Tenho receio de afirmar com veemência que essas ações são completamente efetivas.

Acredito que melhoram a condição de muitos. Mas principalmente daqueles que já possuem algum acesso tecnológico. Por mais que o raciocínio natural seja pensar que a maioria dos jovens possuem um computador em casa pra acessar os cursos, mas infelizmente não possuem.

Recentemente foi dito a níveis nacionais, que tem dois iPhones por pessoa no Brasil. Mas essa conta é errada. E nas periferias, o celular não está na mão dos jovens. E alguns, com dificuldade usam os dos pais para ter acesso a internet.

 

Além do que, pensando numa perspectiva da Pirâmide de Maslow, um curso desses, por ser a médio prazo, é categorizado na mente dos jovens como uma questão de bem estar social ou até autoestima (os últimos níveis). Se a base (alimentação, saúde e segurança) são frágeis, os jovens irão despriorizar os cursos para buscar rendas imediatas para atender suas necessidades básicas.

Pensar em uma equalização do acesso de jovens ao mundo de tecnologias, quaisquer que sejam, precisam navegar por um conjunto de visões sistêmicas: o ambiente familiar e social do jovem; sua condição para acessar o curso; e suas necessidades básicas atendidas.

A discussão é densa, longa e requer ações integradas de toda a cadeia que se preocupa com isso. Entidades públicas e empresas privadas, precisam se unir para entregar contextos mais adequados... para que aí sim, se formem os jovens.

Bem, adoraria aprofundar mais...: mauricio.cardoso@casaazul.vc

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