Corporate Venture Building: Mais Building, menos Venture
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Mentor e conselheiro de startups há mais de quatro anos, formado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e com especializações pela UFRJ e Unyleya. Hoje, atua como diretor de Operações da Casa Azul Ventures, já tendo mentorado mais de 100 startups e avaliado mais de 1.000 em diversos programas nacionais e internacionais. Também atua como gerente de Novos Negócios no Grupo de Comunicação O POVO.
Corporate Venture Building: Mais Building, menos Venture
Na volta das férias, a coluna discute que é preciso investir mais na construção em conjunto com startups e outras organizações
Foto: Peter H/Pixabay
Vamos construir juntos?
O termo Corporate Venture Building vem sendo disseminado nos útimos anos juntamente com as inovações e novas soluções apresentadas no mercado. E muitas delas ancoradas por organizações que não querem ficar para trás na nova economia.
Corporate Venture Building poderia até ser o novo nome das unidades de negócio que antes se chamavam "Novos Negócios".
Entretanto, existem algumas diferenças, sutis, mas que mudam a forma de se conduzir e fazer acontecer.
Assim como Filipe II da Macedônia, vamos dividir pra conquistar. Cada termo, em sua tradução:
Corporate: esse termo não é muito novo, e é associado a corporações. Mas diferentemente de apenas usar a visão literal, precisamos entender que essas estratégias são comumente conduzidas por grandes organizações.
Pois estas possuem ja uma solidez no mercado em que atuam e conseguem investir recursos para desenvolver coisas novas.
Além disso, essas grandes organizações que lideram esses movimentos já entenderam o risco de serem "devoradas" por novas tecnologias ou novas soluções, fazendo com que essas unidades de Corporate Venture Building (CVB) sejam estratégicas.
Venture: na tradução literal, entende-se como "risco". Mas eu gosto de ir na profundidade e pensar na etimologia, associando muito ao termo "Aventurar".
Quando se navega em novos mercados, novas soluções, novas tecnologias, com certeza existe risco na equação.
Mas também tem a descoberta, o desafio, a aventura. Nesse aspecto, um pouco diferente de outros conceitos que se usa o termo "Venture" (Venture Capital, principalmente), aqui não se pensa em risco e retorno, o pensamento anda em "descobertas e aprendizados".
Building: o principal é falar em construção, que é a tradução. Em estratégias de CVB, existe um desafio muito maior na construção, onde se entende que não dá pra comprar (investir) tudo o que se deseja para desenvolver uma tecnologia.
A construção se associa à necessidade constante de conectar e movimentar os múltiplos atores no entorno do problema, para que a construção se torne coletiva, e os riscos sejam desenvolvidos (em coletivo).
Não há uma leitura simples de risco, investimento e retorno, pois muitas das construções e motivações daqueles que estão à sua volta não podem simplesmente ser compradas com dinheiro.
Nesse aspecto, pensar nessa estratégia, que aparenta ser nova no mercado, é pensar diferente e entender que precisa de pessoas que "FAZEM ACONTECER", que executam e movimentam-se no ambiente.
Não adianda escrever um cheque e mostrar para o parceiro, ele precisa estar convencido que precisa estar dentro.
Não dá pra simplesmente fazer uma conta de ROI, pois alguns recursos utilizados (ou otimizados) não são fáceis de quantificar.
Mesmo assim, o caminho é necessário. As grandes empresas estão começando a entender, que a questão não era se conectar com startups (e esperar que o pó mágico da inovação fosse contaminar o ambiente).
A questão sempre foi em entender que o jogo é outro, e que precisa construir JUNTO com startups e outras organizações.
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