Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.
Mas o que significa feminismo, machismo e femismo?
Radicalidade. Ousei reclamar, em tom baixo, cordial e amigo, sobre uma fala que me incomodou e de pronto fui taxada de “radical”. “Não quero conviver com essa radicalidade”, ouvi. Na mesma semana em que, mais uma vez, causei climão ao me expressar como mulher, ouvi um programa de rádio em que se falava sobre feminismo, machismo e femismo. Mas o que é o quê, afinal?
A necessidade em explicar vem da minha compreensão de que, se eu fui chamada de radical, imagino que tenha sido dentro do espectro do feminismo. Se um homem acha que sou uma feminista radical porque reclamei de uma fala machista, isso mostra que as pessoas - inclusive eu mesma - não sabem bem sobre causas e conceitos de movimentos sociais importantíssimos.
Essa realidade mudou, mas a base de um sistema patriarcal e machista, onde o homem manda e a mulher obedece, ainda persiste. Nas altas taxas de feminicídios, de violência contra a mulher, na desigualdade de gênero no mercado de trabalho, nas relações conjugais, na fila do pão.
O feminismo, diferente do que muita gente pensa, não é o contrário do machismo. Na verdade, o movimento feminista, que teve origem em movimentos sociais pelo mundo na década de 1770, busca direitos políticos e sociais iguais. Para termos ideia, no Brasil, foi só nos anos de 1950 que a mulher conseguiu o direito de trabalhar sem a autorização do marido.
A busca feminista, que hoje também é diversa, tem como essência a equiparação ao homem quanto a todos os direitos individuais e coletivos. É a luta para manter o que já foi conquistado, para discutir as desigualdades e opressões cotidianas, a objetificação das mulheres, a invisibilidade do trabalho feminino… é a luta para diminuir os casos de violência, para que a mulher tenha mais direito ao seu corpo. São tantas lutas…
O machismo, por sua vez, prega a hierarquia entre homem e mulher, na qual o homem sempre se encontra numa situação superior em relação à mulher. E isso vale para quem acha que tem o direito de matar por posse e ciúme e para quem acha que pode falar o que quer ou pegar onde quer em uma mulher.
Fato é que a desigualdade entre homens e mulheres é algo inconstitucional. E todos nós precisamos entender mais sobre as transformações pelas quais passam a nossa sociedade. Entender conceitos, se informar, fazer diferente.
Os homens, principalmente, precisam ser integrantes desse processo de mudança, onde uma mulher pode sim falar sobre o que a deixou desconfortável sem ser taxada. E seguir em frente, sem a culpa que ele acha que a impôs.
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