
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará, Deodato Ramalho, divulgou em suas redes sociais, na última quinta-feira, 15, um vídeo-denúncia sobre o uso de drones para desmatamento ilegal no Sertão Central e na Região do Cariri. Na gravação, ele apresenta imagens de vegetação atingida e classifica o ato como “um crime ambiental muito grave", já sob investigação do órgão.
Em entrevista à Vertical, o superintendente afirmou que os casos ocorreram em pelo menos três municípios cearenses, com delações feitas pelos próprios civis. O órgão está na fase inicial da operação, mapeando os locais exatos e planejando ações de fiscalização para a próxima semana. Os nomes dos municípios, por sua vez, ainda não foram divulgados.
As queixas e pedidos de fiscalização apontam a utilização dos equipamentos aéreos com agrotóxicos para desflorestamento dessas regiões, o que difere da supressão vegetal permitida por lei. Além do prejuízo para a vegetação, a prática também estaria prejudicando a criação de animais, como no caso dos apicultores.
“O desmatamento tradicional, realizado com autorização, é quando se usa máquina ou mesmo quando é feito por trabalho braçal. Não há essa possibilidade com a utilização de produtos químicos, por uma razão óbvia: ele é indiscriminado e acaba com a flora”, explica o superintendente. O chefe estadual do Ibama ainda pontua: “é completamente ilegal, não existe nenhuma probabilidade de autorização”.
O superintendente destaca que esse tipo de pulverização é ilegal, pois, ao contrário do que foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Ceará em 2024, ocorre em áreas que não são de cultivo. “Aquela (lei) que foi aprovada pela assembleia diz respeito à pulverização de plantações, ou seja, onde já há produção de gêneros alimentícios e de fruticultura. Esse se difere, é um desmatamento da mata, provavelmente para a transformação em área de pasto ou de futuros plantios”, afirma.
As fiscalizações em andamento podem resultar na “aplicação de multas, apreensão de equipamentos ou comunicação ao Ministério Público, por se tratar de crime ambiental”, informa Deodato. Em caso de novas denúncias ao Ibama, recomenda-se que sejam feitas por meio do sistema Fala BR, do Governo Federal.
por Camila Maia - Especial para O POVO
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