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Em crise, Santa Casa de Fortaleza tem repasses do SUS defasados há vinte anos
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Em crise, Santa Casa de Fortaleza tem repasses do SUS defasados há vinte anos

O equipamento filantrópico de saúde lançou campanha de arrecadação em decorrência de déficit nas contas; segundo o órgão, SUS paga 10 reais por cada consulta médica
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 03-04-2024: Entrevista com Vladimir Spinelli, provedor Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza que fala um pouco a história da Santa Casa e como ela está atualmente. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 03-04-2024: Entrevista com Vladimir Spinelli, provedor Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza que fala um pouco a história da Santa Casa e como ela está atualmente. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

A Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza lançou campanha de arrecadação em suas redes sociais na última sexta-feira, 6, devido a dívidas acumuladas pelos atendimentos. Conforme vídeo publicado pela entidade, 78% da receita provém do Sistema Único de Saúde (SUS), mas nos últimos 20 anos os valores não são capazes de suprir os custos dos serviços.

Além dos repasses do SUS, cerca de 20% da receita do equipamento vem de atendimentos particulares, doações, convênios de ensino e do Cemitério São João Batista. Ainda de acordo com a entidade, os valores não suprem as despesas das consultas e cirurgias, mesmo com os atendimentos privados.

“O SUS paga apenas dez reais por uma consulta médica e R$ 996,34 por uma cirurgia de vesícula, que custa à Santa Casa R$ 2.413,20, uma diferença de 242%. Esse tipo de déficit se repete em todos os atendimentos de média complexidade. Assim, quanto mais pacientes atendemos, maior fica o desequilíbrio financeiro”, informa vídeo de campanha.

A divisão dos recursos ocorre com 40% dos valores direcionados ao pagamento de profissionais de saúde. Já o restante é utilizado com exames, cirurgias, medicamentos, energia, água e demais despesas essenciais. “Nada sobra para investir e ainda se contraem dívidas”, esclarece.

“A saúde pública no Brasil é responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal. Mas quando o principal repasse do governo federal via SUS está congelado há duas décadas, o sistema caminha para um colapso. Alguns estados já criaram programas próprios para apoiar os hospitais filantrópicos”, diz o hospital.

O hospital, por sua vez, irá se reunir na manhã desta segunda-feira, 9, às 10 horas, com os órgãos públicos de saúde. O provedor da Santa Casa de Fortaleza, Vladimir Spinelli, e representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) estarão presentes.

por Camila Maia - Especial para O POVO

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