
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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Com o anúncio do novo Data Center e da linha de transmissão no Porto do Pecém, a Prefeitura de Caucaia tem a expectativa da gerar até 15 mil empregos na região. Em entrevista à Vertical, o titular da Secretaria de Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Machidovel Trigueiro Filho, informa que as tratativas para a implantação estão em estágio avançado, aguardando apenas “trâmites de licenciamento ambiental, urbanístico e as definições de infraestrutura junto aos órgãos competentes”.
O projeto da empresa Casa dos Ventos, com o investimento estimado em R$50 bilhões, atualmente, possui licença prévia emitida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e autorização concedida pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para uma carga inicial de 300 MW, com possibilidade de expansão para até 900 MW.
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“Estima-se a geração de aproximadamente 15.000 empregos ao longo das fases de construção que deve durar dois anos –esse seria a somatória dos empregos em todas as fases da obra – até a implantação e operação do data center, que deve ocorrer até o final do ano de 2027”, diz Machidovel.
Segundo o secretário, com as obras predominarão vagas para engenheiros civis, técnicos em edificações, eletricistas, operadores de máquinas e serviços gerais. Durante a operação, haverá contratação de profissionais de tecnologia da informação, engenharia elétrica e refrigeração. Já dentro do Data Center a expectativa é de 300 a 500 empregos diretos.
Para as contratações em massa, o prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (PSD), determinou parcerias com os centros educacionais e a pasta de tecnologia, segundo o titular. O foco da área é montar o plano estratégico Caucaia 2040, com objetivo de atrair investimentos de empresas privadas.
“O prefeito Naumi Amorim já determinou que nossa Secretaria, em parceria com a FIEC (laboratório da indústria), Secretaria de Educação, UFC, UNIFOR, IFCE, outras universidades, instituições privadas e Instituto Atlântico, desenvolva o maior programa de capacitação técnica e de inovação da história de Caucaia”, destaca.
Atualmente, big techs como ByteDance/TikTok, Google, Amazon e Apple demonstraram interesse ao desenvolvimento da infraestrutura da Região Metropolitana de Fortaleza. O secretário aponta que “o reforço da rede elétrica cria as condições ideais para atrair empresas com alta demanda energética e extremamente sensíveis a qualquer tipo de instabilidade".
O anúncio da instalação de projeto vinculado ao TikTok gerou debate sobre o licenciamento ambiental, assim como o consumo hídrico do Estado. A argumentação da Casa dos Ventos e da Prefeitura de Caucaia ressalta o “mínimo impacto ambiental”, por meio da implementação de um circuito fechado.
“No caso específico do Data Center da Casa dos Ventos/Tik Tok, a refrigeração se dará por um circuito fechado de água, com mínimo impacto ambiental”, informa. “A empresa responsável, em conjunto com o poder público municipal e estadual, avaliou soluções tecnológicas que reduzam drasticamente o consumo de água potável, incluindo sistemas de resfriamento por ar e uso de água de reuso, além de tecnologias de economia hídrica já empregadas em data centers modernos ao redor do mundo”, pontua.
Está em curso o processo de licenciamento ambiental junto à Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) e ao Instituto do Meio Ambiente do Município de Caucaia (IMAC). A análise qual inclui a realização de estudo de impacto ambiental e relatórios técnicos que avaliam os aspectos da contrução.
O secretário enfatiza a utilização de fontes renováveis de energia no processo. O Data Center funcionará “exclusivamente com fontes renováveis, como parques eólicos e solares, com conexão inicial em 230 kV e futura ampliação para 500 kV, incluindo a construção da Subestação Pecém III”, garante.
Ele ainda complementa: “O mundo caminha para um cenário em que armazenar, processar e alimentar dados com energia limpa será uma necessidade básica. Caucaia já está nesse mapa global, emergindo como um território que vai oferecer justamente essas duas respostas: fornecimento de energia renovável em larga escala e infraestrutura de processamento de dados de alto desempenho”.
por Camila Maia - Especial para O POVO
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