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Volta das aulas nas universidades públicas será remota
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Volta das aulas nas universidades públicas será remota

Não há previsão para aulas presenciais. Das sete instituições públicas de ensino superior que funcionam no Estado, UFC e IFCE retomam obrigatoriamente este mês o calendário letivo
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 21-02-2017: Fachada e entrada da Uece. Árvore solar gera energia para abastecer as baterias de bicicletas elétricas, no Campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Itaperi. (Foto: Mateus Dantas/O POVO) (Foto: MATEUS DANTAS 21-02-2017)
Foto: MATEUS DANTAS 21-02-2017 FORTALEZA, CE, BRASIL, 21-02-2017: Fachada e entrada da Uece. Árvore solar gera energia para abastecer as baterias de bicicletas elétricas, no Campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Itaperi. (Foto: Mateus Dantas/O POVO)

Após mais de três meses com atividades presenciais suspensas devido à pandemia de Covid-19, instituições públicas de Ensino Superior no Ceará programam retorno de aulas. Sem um calendário unificado, os cursos convergem em um ponto: voltarão majoritariamente por meios remotos. Entretanto, não há consenso entre instituições, professores e estudantes sobre as possibilidades e os benefícios dessa decisão.

Das sete instituições presentes no Estado, o Instituto Federal do Ceará (IFCE) é o único que já retoma as aulas. Segundo a Reitoria, vários campi retornaram no início do mês e "a grande maioria vai iniciar na última semana de julho ou começo de agosto". O retorno é descentralizado, considerando a realidade de cada curso e a "diminuição do impacto da evasão escolar". "Isso tem transformado a instituição numa verdadeira Babel. As notícias que temos recebido dão conta de que a adesão estudantil tem sido inferior ao esperado", avalia David Moreno, integrante da Diretoria do Sindicato dos Servidores do IFCE.

Na Universidade Federal do Ceará (UFC), as aulas não chegaram a ser suspensas por completo e algumas disciplinas continuaram suas atividades remotamente. De acordo com assessoria de comunicação, na última quarta-feira, 2, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade aprovou o Plano Pedagógico de Emergência, que prevê o retorno obrigatório em 20 de julho, por meio remoto. A medida vale para os cursos de graduação, pós-graduação e Casas de Cultura Estrangeira.

A possibilidade híbrida de aula, de forma presencial e remota, também é prevista. Será preciso, porém, autorização da administração superior da UFC, que considerará as orientações sanitárias e a evolução da pandemia. Professores e estudantes questionam o plano e a forma como foi aprovado, sem participação estudantil na reunião e desconhecendo as distintas realidades dos cursos. "Entendemos que a proposta de retorno é necessária, mas não pode ser imposta e muito menos sem diálogo", afirma Bruno Rocha, presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc).

Já na Universidade Federal do Cariri (UFCA), a proposta é de um Período Letivo Especial facultativo que duraria três meses. A oferta de disciplinas seria opcional, com contabilização de carga horária, e a adesão estudantil também seria livre, sem necessidade de trancamento do semestre. Apesar de buscar uma solução democrática, a proposta da UFCA não agrada a todos.

Alunos de Medicina se manifestam contra a demora da decisão e por não considerar especificidades. "Esse período abrange exclusivamente as disciplinas teóricas e nosso curso é indissociável da prática ", expõe Samuel Átila Rodrigues, coordenador geral do Centro Acadêmico do curso. "Ao mesmo tempo que alunos moram em locais sem acesso à internet, têm os que vivem em aluguel para estar no curso e estão tendo que se manter mesmo sem ter aulas."

Diferente das demais instituições, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) ainda não terminou o último semestre letivo de 2019. Em março, 75% da carga horária estava cumprida; matérias teóricas conseguiram fechar os conteúdos remotamente, mas cerca de 400 disciplinas seguem abertas. A previsão é concluir o semestre a partir de um retorno em agosto. "Por enquanto temos mais perspectivas que certezas e as possibilidades estão sendo construídas interna e externamente. Nesse movimento externo, a Uece caminha alinhada à Urca e à Uva", explica a reitora pro tempore, Josete Castelo Branco. As três universidades estaduais elaboram um plano de retorno conjunto.

 

Panorama no Ceará

As instituições de ensino superior no Estado estão com as atividades presenciais suspensas; a maioria delas, desde o dia 16 de março. Mais de três meses depois, algumas discutem possibilidades de um retorno com aulas remotas que seja inclusivo enquanto outras já elaboram planos de retorno presencial.

Universidade Estadual do Ceará (Uece) | Em março, a Universidade estava prestes a terminar o semestre 2019.2 - iniciado em dezembro. Segundo a Reitoria, a maioria das 3.600 disciplinas ofertadas foi finalizada por meio remoto e restam cerca de 400 em aberto. Calendário proposto indica retorno em agosto e início do período 2020.1 em setembro. Entretanto, ainda não há decisão institucional sobre qual será a alternativa metodológica adotada.

Universidade Federal do Ceará (UFC) | Há três realidades: turmas que continuaram por meio online; turmas que começaram online e foram interrompidas; e turmas que não iniciaram desde a suspensão. Na última quinta-feira, 2, foi aprovada proposta de reinício, prioritariamente remoto, em 20 de julho. Não há previsão para um retorno presencial.

Instituto Federal do Ceará (IFCE) | Desde o início do mês, o Instituto vem implantando o ensino remoto. De acordo com a Reitoria, “vários campi já retomaram as aulas de forma remota e a grande maioria vai iniciar na última semana de julho ou começo de agosto”. Não há previsão para um retorno presencial.

Universidade Federal do Cariri (UFCA) | Discute as possibilidades de um Período Letivo Especial. A ideia é que haja um semestre remoto não obrigatório para docentes e discentes com 12 semanas de aulas. Não há previsão para um retorno presencial.

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) | Em 4 de maio foi instituído um grupo de trabalho para elaborar proposta de oferta de aulas e de atividades de pesquisa de forma remota ou híbrida. Agendas das Pró-reitorias e demais setores foram continuadas remotamente e assistências estudantis estão mantidas. Atividades acadêmicas presenciais devem ocorrer somente a partir de janeiro de 2021.

Universidade de Fortaleza (Unifor) | Funciona em regime de manutenção essencial e com aulas remotas. Disciplinas teóricas que foram virtualizadas encerraram o semestre 2020.1 no dia 6 de julho. Atividades práticas serão repostas somente após autorização do Governo estadual, seguindo um plano de retorno e protocolo de biossegurança.

Instituições particulares | Cada instituição vem seguindo planejamento próprio e a maioria manteve seus calendários, suspendendo atividades práticas e aplicando aulas remotas para as disciplinas teóricas. De acordo com o Sinepe, foi realizado um requerimento que propõe retorno antecipado das aulas práticas para os alunos concludentes. A volta dos demais alunos está prevista para 20 de julho.

* A Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e a Universidade Regional do Cariri (Urca) foram consultadas, mas não responderam até o fechamento da matéria

O Ensino Superior no Estado

O Estado tem 88 instituições de Ensino Superior, instaladas em 101 municípios. São três universidades estaduais (Uece, Urca e UVA) e três federais (UFC, Unilab e UFCA). Além destas, a população conta com o Instituto Federal do Ceará (IFCE), uma universidade particular (Unifor), 15 centros universitários e 65 faculdades.

Ministério da Educação

Em 16 de junho, o MEC publicou a portaria nº 544 autorizando aulas remotas no sistema federal de ensino até 31 de dezembro. Já em 1º de julho, a pasta anunciou um protocolo de biossegurança que orienta medidas coletivas, como escalonamento de expedientes e ventilação dos espaços, e medidas individuais, como uso de máscaras e não compartilhamento de objetos pessoais. Apesar da divulgação do documento, não há data prevista para o retorno presencial em todo o País.

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