Os números assustam: mais de 100 horas de trabalho do Corpo de Bombeiros, 300 mil litros de água usados e o equivalente a 14 campos de futebol como o Castelão atingidos pelo fogo registrado no Parque do Cocó. As investigações para saber a causa do incêndio - já com a hipótese de ter sido criminoso - foram iniciadas nessa segunda-feira, 22, com levantamento de dados topográficos e imagens de drones dos 10 hectares atingidos pelas chamas.
A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) explica que a extensão atingida ainda é um dado preliminar e que é preciso considerar ainda que parte dessa área já era degradada.
Segundo o comandante-geral do CBMCE, coronel Cláudio Barreto, o incêndio foi considerado de grandes proporções, o que justifica o uso de mais de 300 mil litros de água. Começou na quinta-feira passada,18 e só foi contido no domingo, 21. Com ajuda da aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), foi utilizado um Bambi Bucket.
O equipamento em formato de cesta é feito de lona e consegue despejar grande quantidade de água em focos de queimadas. Ele tem 500 litros de capacidade e foi despejado aproximadamente 80 vezes, segundo o coronel.
Como as viaturas da corporação são muito largas para adentrar a mata, a água levada por elas até o Cocó foi distribuída para carros menores com bombas de água e para bombas costais, equipamentos que são usados como uma mochila pelos bombeiros. Abafadores e espuma de resfriamento também foram ferramentas adotadas.
Segundo o comandante-geral do CBMCE, a principal estratégia empreendida foi o trabalho braçal dos Bombeiros. "Aqueles locais que a gente não consegue chegar porque não tem condições, vai ser braçal, vai ser o bombeiro com a bomba costal, com as pás", afirma.
Os caminhos estreitos foram o motivo pelo qual não foi usado o tanque Firebull Aircore. Adquirida em 2022, a tecnologia promete ventilação com nebulização de água ou espuma, garantindo maior absorção de calor, controle do fogo mais rápido e redução do uso de água. No entanto, o uso do tanque no incêndio do Cocó não foi viável, segundo o comandante Barreto.
"Ele é um tanque de guerra, pesa 30 toneladas quando abastecido e tem nove metros e meio de largura. Para entrar aqui, eu teria que provocar um desmatamento. Se fosse um local aberto, não teria problema [usar o tanque]", afirma.
Barreto diz ainda que não há mais focos de fogo, mas é preciso observar e prevenir para que não haja reincidência. O comandante comemora o céu nublado de Fortaleza, pois isso significa que o tempo não será tão quente, o que poderia favorecer o ressurgimento de fogo.
O comandante-geral dos Bombeiros explica que é estudada a possibilidade de implantação de um batalhão de combate a incêndios florestais em Fortaleza. "A ideia é colocar uma companhia especialista nessa área na Capital", diz. Há um batalhão desse tipo em Quixadá, no Sertão Central.
Nem todos os bombeiros presentes no combate ao incêndio do Cocó têm especialização para atuar em incêndios florestais, mas Barreto explica que o conhecimento é repassado no momento da ocorrência para os colegas sem o treinamento.
Em 2020, a primeira turma do Curso de Prevenção e Combate à Incêndio Florestal (CPCIF) foi formada com 16 alunos. A segunda turma foi iniciada em setembro de 2023, com mais 19 estudantes, sendo 14 do Corpo de Bombeiros do Ceará, um da Paraíba, um do Piauí, dois do Rio Grande do Norte e um da Polícia Militar do Ceará.
Cocó: Perícia Forense inicia investigações para definir extensão de área atingida e causa das chamas
Com o intuito de averiguar a extensão da área exata atingida pelo incêndio do Parque Estadual do Cocó, em Fortaleza, e identificar as possíveis causas da ocorrência, a Perícia Forense iniciou, na manhã desta segunda-feira, 22, o levantamento de dados da topografia e de imagens de drones do terreno afetado pelas chamas.
O Parque continua sendo monitorado por equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), bem como pelas Secretarias do Meio Ambiente, de Proteção Animal e da Polícia Militar do Ceará (PMCE).
Segundo o perito criminal da Perícia Forense do Ceará, Fernando Viana, nesta segunda-feira, 22, o trabalho girou em torno do mapeamento da área. "Hoje realizamos uma análise macro da região atingida, com captação de imagens por meio de drones para buscar dimensionar a extensão afetada", diz.
Ao longo dos próximos dias, ele aponta que será realizada uma análise micro, na qual serão feitas apurações com entrada na mata para tentar localizar vestígios de onde as chamas podem ter sido iniciadas. O incêndio começou na noite de quarta-feira passada e já dura mais de 100 horas.
“Em ocorrências dessas proporções, não há como prever um prazo para conclusão da perícia e das conclusões do laudo. No momento, as equipes dos bombeiros estão realizando o monitoramento da área atingida. Amanhã, a Perícia Forense deve realizar uma análise micro, com entrada na mata, para buscar vestígios do local de origem do incêndio”, afirma.
Estima-se que, pelo menos, dez hectares de terra foram atingidos pelas chamas do incêndio. A informação foi obtida em entrevista realizada pelo jornalista do O POVO, Demitri Túlio, ao capitão Fábio Ximenes Plutarco, do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), na manhã de sexta-feira, 19.
"Teríamos apenas estimativas. Depois que o incêndio for encerrado é que vamos conseguir, com perícia, avaliar melhor esses dados. Mas temos um dado aproximado de dez hectares que foram atingidos, esse número pode aumentar após fazermos uma análise mais aprofundada", afirma o capitão Plutarco.
A Secretaria de Proteção Animal, bem como a pasta estadual do Meio Ambiente, permanecem no local para auxiliar no resgate de espécies encontradas no Parque. Além de cobras, tatus e roedores — os principais afetados pelo incêndio —, foram encontrados vivos gatos, cachorros e uma raposa. Ainda não há, contudo, um levantamento de quantos animais foram mortos e resgatados.
Conforme a pasta, os animais domésticos resgatados no local serão levados para que sejam tomados os devidos cuidados de saúde e, após isso, serão disponibilizados para adoção. Já os animais silvestres também receberão os atendimentos necessários e serão levados de volta à natureza.
Perícia Forense inicia investigações para definir causa das chamas
Com o intuito de identificar as causas do incêndio do Parque Estadual do Cocó, em Fortaleza, a Perícia Forense iniciou, na manhã dessa segunda-feira, 22, o levantamento de dados da topografia e de imagens de drones do terreno afetado pelas chamas.
Segundo o perito criminal da Perícia Forense do Ceará, Fernando Viana, nessa segunda-feira, o trabalho girou em torno do mapeamento da área. "Hoje realizamos uma análise macro da região atingida, com captação de imagens por meio de drones para buscar dimensionar a extensão afetada", diz.
Ao longo dos próximos dias, ele aponta que será realizada uma análise micro, na qual serão feitas apurações com entrada na mata para tentar localizar vestígios de onde as chamas podem ter sido iniciadas. O incêndio começou na noite de quarta-feira passada.
“Em ocorrências dessas proporções, não há como prever um prazo para conclusão da perícia e das conclusões do laudo. No momento, as equipes dos bombeiros estão realizando o monitoramento da área atingida. Amanhã, a Perícia Forense deve realizar uma análise micro, com entrada na mata, para buscar vestígios do local de origem do incêndio”, afirma.
"Teríamos apenas estimativas. Depois que o incêndio for encerrado é que vamos conseguir, com perícia, avaliar melhor esses dados. Mas temos um dado aproximado de dez hectares que foram atingidos, esse número pode aumentar após fazermos uma análise mais aprofundada", afirma o capitão Plutarco.
A Secretaria de Proteção Animal, bem como a pasta estadual do Meio Ambiente, permanecem no local para auxiliar no resgate de espécies encontradas no Parque. Além de cobras, tatus e roedores — os principais afetados pelo incêndio —, foram encontrados vivos gatos, cachorros e uma raposa. Ainda não há, contudo, um levantamento de quantos animais foram mortos e resgatados.
Conforme a pasta, os animais domésticos resgatados no local serão levados para que sejam tomados os devidos cuidados de saúde e, após isso, serão disponibilizados para adoção. Já os animais silvestres também receberão os atendimentos necessários e serão levados de volta à natureza.