O terceiro milênio é afeito aos apocalipses. Já na virada do século, de 1999 para os 2000, o mundo sofreu o temível bug do milênio. A sociedade que dava os primeiros passos à internet para as massas viu todos os antigos sistemas operacionais voltando no tempo para 1900, em vez de 2000. De solução simplíssima e nenhum dano colateral, o “tilt” dos computadores marcou o imaginário social.

Doze anos depois, o fim do mundo foi sentenciado pelo calendário maia. Responsáveis pela criação do calendário que usamos até hoje, os maias só “desenharam” o futuro até o dia 21 de dezembro de 2012, interpretada pelas mentes conspiracionistas como a profecia do fim do mundo. Para os cosmos, foi apenas um dia normal em que o Sol nasceu no leste e se pôs no oeste, mas dentro da atmosfera terrestre a sensação foi de caos total.

Sentindo falta de apocalipses, a segunda década dos anos 2000 inaugura talvez o maior terror moderno: em 2024, vem aí o apocalipse da internet. Ou será que não?

Em novembro de 2023, diversos portais de notícias publicaram a manchete: Cientista alerta para possível colapso da internet após tempestade solar. Baseados em informações da Fox, canal estadunidense, os portais trouxeram falas do pesquisador Peter Becker, da Universidade George Mason (Virgínia, EUA), cravando o apocalipse da internet em 2024. Supostamente. Possivelmente. Potencialmente.

Apesar de o pesquisador não ter mentido sobre o que pode acontecer em casos de tempestades solares, o peso dado pelos jornais à gravidade do fenômeno foi exagerado. Não é dessa vez que o apocalipse vai chegar (pelo menos não por culpa do Sol).

Para desembaraçar o ultimato da internet na Terra, precisamos entender três coisas: 1. o que são tempestades solares; 2. como elas influenciam a Terra e 3. o que nós podemos fazer quando somos atingidos por elas.