Com a falta de empregos formais no mercado de trabalho e as novas tendências do mundo corporativo, cresce no Brasil o empreendedorismo em diferentes áreas. No Ceará, a vocação criativa e para negócios da população somam-se ao momento e o número de novos empreendimentos vem crescendo. Mas ter um novo negócio vai muito além de um registro. É preciso estudo, pesquisa, investimento adequado e um plano de negócios viável para que a vida útil da empresa seja saudável e apresente bons números.
De acordo com a Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), apenas na Capital foram registrados 4.573 novos empreendimentos no mês de março, mantendo a média de 2022, contabilizando todos os formatos de empresas e os Microempreendedores Individuais MEIs. Entre os principais setores estão o de serviços (3013); comércio (1145); e indústria (415).
Para auxiliar nessa pesquisa sobre as melhores conjunturas, o Sebrae disponibiliza a plataforma de coleta Radar Sebrae de Oportunidades. Intuitiva, ela traz muitos dados e informações sobre ramos de atividades, sugestões de locais para instalação, perfis dos bairros e potenciais de determinados negócios e da concorrência. As informações socioeconômicas utilizam como fonte de dados o Censo Demográfico 2010 e o banco de dados de empresas reflete o ambiente empresarial de abril de 2020.
De acordo com o analista de Negócios da Gestão do Cliente, Robson Rabelo Rangel, a partir do acesso ao ambiente, o empreendedor se cerca de várias informações para abrir seu negócio.
“Ele pode consultar a interpretação da análise mercadológica para os empreendimentos, acessar análise estratégica do mercado e verificar indicadores empresariais e socioeconômicos. Além de ter à disposição um mapa de viabilidade, indicação de melhores pontos pelo ramo de atividade, orientações do Sebrae e análise da concorrência, entre outras oportunidades”, detalha o analista.
Entre os bairros em Fortaleza com maior número de pontos comerciais estão Centro, Meireles, Praia de Iracema, Cocó, Aldeota, José Bonifácio, Joaquim Távora, Dionísio Torres, São Gerardo e Jacarecanga. Entre os três principais negócios em Fortaleza estão comércio de roupas e confecções com 16.280 estabelecimentos; seguido por salões de beleza, 15610; e minimercados, mercados e armazéns.
Durante a pandemia, os negócios precisaram se reinventar, principalmente devido a impossibilidade de atendimento presencial. Com isso, surgiram várias oportunidades em que os empreendedores pudessem se diferenciar dos seus concorrentes, principalmente por meio dos canais digitais. A principal característica que se identificou nesse período foi a criatividade.
Para Rangel, o cenário enfrentado serviu de alerta para os empreendedores, pois eles perceberam que devem estar antenados às ferramentas tecnológicas e preparados para cenários de crise. “Acredito que as mudanças vieram para ficar, pois os empreendedores tiveram que se adaptar e evoluir. Os empreendedores acabaram se tornando, de maneira forçada, a aderir a várias ferramentas tecnológicas e abriram a mente para outras possibilidades de negócio”, avalia.
O setor do delivery realmente merece um espaço à parte, pois assim como o mercado de trabalho, os hábitos criados nesses últimos dois anos vieram para ficar. A segurança, o conforto e a praticidade de receber uma refeição ou produto em casa permanecem.
O analista destaca que a área de delivery está bastante aquecida, principalmente depois da pandemia, quando a entrega passou a ser fundamental para vários tipos de negócio se manterem no mercado.
“Quem tem no delivery uma estratégia para se diferenciar no mercado, tem que atentar para alguns pontos, tais como, custo da entrega, qualidade do atendimento pelo telefone, WhatsApp, Instagram e na entregar, o tipo de embalagem e logística de entrega, levando em consideração o tempo e a rota.
São vários itens que impactam tanto na viabilidade do serviço como na qualidade do atendimento ao cliente, pois o objetivo principal deste é desfrutar da experiência em receber o produto como se estivesse presencialmente na loja.
“Diversos outros segmentos de negócio, além dos já tradicionais relacionados a alimentos e bebidas, passaram a ter o delivery como mais um canal de venda, oferecendo mais comodidade e satisfação para este, como lojas de roupa, serviços de beleza, entre outros”, finaliza Rangel.
Bairros com maior número de pontos comerciais
1 - Centro
2 - Meireles
3 - Praia de Iracema
4- Cocó
5 - Aldeota
6- José Bonifácio
7 - Joaquim Távora
8 - Dionísio Torres
9 - São Gerardo
10- Jacareacanga
TOP 10 - Quais os segmentos que mais atraem investimentos
| Posição | Área | Quantidade |
| 1 | Comércio de roupas e confecções | 16.280 |
| 2 | Salões de beleza | 15.610 |
| 3 | Minimercados, mercearias e armazéns | 10.875 |
| 4 | Lanchonete | 6.412 |
| 5 | Bares e restaurante | 5.531 |
| 6 | Loja de material de construção | 4.638 |
| 7 | Oficinas para veículos | 4.043 |
| 8 | Delicatessen e padarias | 3.687 |
| 9 | Comércio de cosméticos | 3.515 |
| 10 | Armarinho | 3.360 |
Quatro passos para impulsionar os negócios no ambiente digital
1. Cadastre sua empresa no Google Meu Negócio
2. Comece a usar o WhatsApp Business
3. Entre nas redes sociais de forma estratégica - Facebook e Instagram
4. Crie sua própria loja virtual ou marketplace
Fonte: Sebrae
Raio-X do Comércio de Roupas e Confecções
Empresas ativas - 16.280
Investimento médio das empresas - R$90.000,00
Custo médio mensal - R$6.500,00
Quantidade de empresas fechadas em cinco anos* - 7086
Quantidade de empresas abertas em cinco anos* - 8201
Taxa de mortalidade - 50%
*Entre 2015 e 2019
A PUJANÇA DO CENTRO DE FORTALEZA PARA O SEGMENTO:
Empresas identificadas - 3.892
População no perímetro - 33.699
Renda média da população - R$ 1.379,22
Idade média das empresas - 9
Pessoal empregado - 114.985
Classe de renda predominante - D/E
Porte predominante de empresas - MEI
Principais pontos: Rua José Avelino; Rua Dr. João Moreira; Rua Senador Almir Pinto
Fonte: Sebrae - CE