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Feiras Itinerantes retornam com prejuízos acumulados de até R$ 2,55 milhões
Economia

Feiras Itinerantes retornam com prejuízos acumulados de até R$ 2,55 milhões

|DURANTE A PANDEMIA| Apesar do quadro, expositores demonstram otimismo com retorno e calculam aumento de até 40% na movimentação de clientes ao longo do mês de julho
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Primeira grande feira do tipo a voltar a expor na Capital, a Auê Feira Criativa retomou no último fim de semana (Foto: THAIS MESQUITA)
Foto: THAIS MESQUITA Primeira grande feira do tipo a voltar a expor na Capital, a Auê Feira Criativa retomou no último fim de semana

Completando hoje uma semana que as feiras livres foram autorizadas a retornar atividades no Ceará, outra modalidade desse tipo de comércio também começou a dar os primeiros passos no processo de recuperação econômicas, as feiras itinerantes.

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A primeira grande feira do tipo a voltar a expor na Capital, a Auê Feira Criativa retomou no último fim de semana. Já a Feira Negra de Fortaleza, embora ainda não tenha voltado ao seu modelo convencional de exposição, apostou em parcerias com shoppings para se manter em atividade por mais tempo durante a pandemia. Outras feiras itinerantes tradicionais, como a Babado Coletivo, a Mana a Mana e a Navegano ainda não confirmaram data de retorno.

Ficando praticamente 15 meses sem funcionar, só a Auê Feira Criativa deixou de movimentar R$ 2,55 milhões, durante os períodos de restrições mais severas da pandemia. “Teve um impacto bem grande sobre quem fazia esse trabalho de exposição em feiras. Somente aqui havia uma movimentação de cerca de R$ 150 mil por fim de semana. Esse dinheiro que deixou de circular na economia criativa acabou migrando para o comércio de rua ou de shopping que sofreu menos paralisações”, explica Mariana Marques, uma das criadoras da feira.

Ela destaca que “essas pessoas são, em sua maioria, empreendedores individuais, microempresários e artesãos, então, eles estão voltando com tudo agora”. Mariana conta que “a ideia é a gente seguir nesse formato de dois fins de semana por mês, aqui no Cocó, até o fim do ano. Antes da pandemia, a gente fazia um por mês e, apenas nos meses de julho e dezembro realizava duas edições da feira”.

A organizadora da Auê calcula que em média 700 pessoas circularam pelo espaço durante o fim de semana e projeta que esse número chegue a 1.000 até o fim do mês, um aumento de 42,8% na circulação de potenciais consumidores. Já o número de expositores deve passar de 42 para 47. Embora comemore os números, Mariana lembra que antes da pandemia a feira chegava a reunir até 120 expositores.

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Para quem já passou pela feira nesse fim de semana, foi uma oportunidade não só de poder comprar produtos autorais diretamente de quem produz, mas também uma possibilidade a mais de interação social, ainda que limitada.

A dentista Isabela Pacheco, de 37 anos, foi à feira com a família. “É um sentimento de felicidade. A gente se sente mais seguro com a vacinação avançando. Pude trazer minha mãe e as minhas tias que são idosas”, exalta.

Acompanhando a mãe, a estudante Isabelle Reinbold, de 18 anos, comemora o retorno desse tipo de comércio. “É muito libertador e, além disso, é uma oportunidade de a gente colaborar comprando do pequeno”, ressalta.

Por sua vez, os organizadores da Feira Negra de Fortaleza, embora esperem retornar à Praça da Gentilândia, se dizem satisfeitos pelas parcerias realizadas durante a pandemia com dois grandes shoppings de Fortaleza.

Aliciane Barros, uma das coordenadoras da feira, conta que a alternativa surgiu em novembro do ano passado. “O Shopping Benfica convidou a gente para passar 15 dias lá e acabamos ficando até dezembro”, lembra.

Reunindo uma série de expositores que comercializam produtos ligados à cultura afro, a Feira Negra de Fortaleza acabou atraindo atenção, posteriormente, do grupo JCPM, inicialmente no Shopping Rio Mar Kennedy.

“Depois fomos para a unidade do Papicu, onde devemos ficar, pelo menos, até o dia 17 de julho. Foi bom para todo mundo porque a gente está levando o movimento negro para os shoppings”, comemora.

SERVIÇO

Auê Feira Criativa – Edição “Miudinha”

Próxima edição: 10 e 11 de julho
Local: Praça do Bem – Rua Bento Albuquerque, 2010 – Cocó
Horário: 16h às 22h

Feira Negra de Fortaleza

Período: até 17 de julho
Local: Shopping RioMar Fortaleza, Piso E2, próximo à Caixa Econômica (R. Des. Lauro Nogueira, 1500 – Papicu)
Horário: 10h às 22h

FORTALEZA, CE, BRASIL, 31-05.2021: Reabertura da Feira da Beira Mar, movimentação de permissionários montando as barracas e pessoas comprando peças de artesatanos e comidas tipicas. em epoca de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/ Jornal O POVO)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 31-05.2021: Reabertura da Feira da Beira Mar, movimentação de permissionários montando as barracas e pessoas comprando peças de artesatanos e comidas tipicas. em epoca de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/ Jornal O POVO)

Feirantes da Beira-Mar esperam funcionar com capacidade máxima até o fim do mês

Com autorização para abrir apenas metade das barracas por dia e trabalhando em sistema de rodízio, os pequenos comerciantes da tradicional Feirinha da Beira-Mar negociam com o Governo do Estado a possibilidade de voltar a funcionar com capacidade máxima já na segunda quinzena de junho.

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De acordo com Sérgio Gonçalves, presidente da Associação dos Feirantes de Artesanato da Beira-Mar, a feira reunia 672 expositores antes da pandemia, mas agora só podem abrir 336 barracas por dia. Esse número, contudo, não foi alcançado desde a permissão excepcional de retorno, concedida pelas autoridades municipais e estaduais no último dia 31 de maio.

“O dia que abriu mais tinha 265 barracas. Em média, estão abrindo 225. Apesar disso, saímos confiantes desse primeiro mês após a reabertura. Foi um recomeço para muitos de nós e queremos que todos os feirantes possam abrir todo dia. Muitos não reabriram porque estão esperando isso, alguns procuraram outras ocupações e teve gente que foi tentar a vida no Interior. Tanto que nossa previsão é que mesmo com autorização para voltar 100% não devemos ter mais que 450 feirantes retornando agora”, projeta Sérgio.

Ele acrescenta que mesmo com as restrições e com a queda na atividade turística por conta da pandemia, o mês de julho tende a ser positivo para os feirantes. “Estamos com fé que nesse mês, por ser um período de férias e de alta estação, possamos nos reerguer e que muita gente possa voltar também. Muitos feirantes também estavam esperando aumentar o fluxo de turistas para reabrir suas barracas. Pena que, para agosto, ainda não devemos ter a volta do turista europeu”, avalia.

O presidente da Associação dos Feirantes de Artesanato da Beira-Mar destaca, contudo, a força do turismo nacional nesse pouco mais de um mês de retorno da feirinha. “O pessoal do Sul, do Sudeste, do Pará, do Amazonas, está vindo em número melhor do que eu esperava. Aí, até essa parte de abrir com 50% de capacidade acabou de certa forma ajudando a deixar o cliente mais seguro nesse primeiro momento e, também, reduziu a concorrência nos dias em que abrimos”, ponderou.

Sobre os produtos mais vendidos, Sérgio Gonçalves afirma não ter havido muitas mudanças. “A castanha é sempre destaque. Aí temos também os artesanatos em madeira, em areia colorida, as bijuterias feitas com sementes, os bordados e rendas, principalmente nos itens de cama e mesa, a moda praia. Fora isso, tem um tipo novo de artesanato feito com canecas, mas em linhas gerais têm saído bem o que já vendia antes”, explica.

SERVIÇO

Auê Feira Criativa - Edição "Miudinha"

Próxima edição: 10 e 11 de julho

Local: Praça do Bem - rua Bento Albuquerque, 2010 - Cocó

Horário: 16h as 22h

 

Feira Negra de Fortaleza

Período: até 17 de julho

Local: shopping RioMar Fortaleza, Piso E2, próximo à Caixa Econômica (rua Des. Lauro Nogueira, 1500 - Papicu)

Horário: 10h as 22h

 

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