A importação da Petrobras de gasolina e óleo diesel estourou no segundo trimestre deste ano. A da gasolina disparou 950% em relação a igual período do ano passado, e a do diesel, 548,1%. A explicação está no crescimento do mercado doméstico, diz a Petrobras. O crescimento das importações está no centro do embate da Petrobras com distribuidoras.
No início deste mês, a petrolífera estatal avisou às suas clientes que não vai fornecer uma parcela dos pedidos para novembro. Para fazer frente à toda demanda nos postos, as distribuidoras vão ter que importar por conta própria.
 Algumas das empresas não gostaram da notícia e foram reclamar à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A possibilidade de desabastecimento também foi levantada pela BrasilCom, que representa o setor. A ANP, no entanto, afastou o risco.
Esse aumento de importação aconteceu ao mesmo tempo em que a Petrobras ampliou a produção nas suas refinarias. O fator de utilização da capacidade, no terceiro trimestre, ficou em 85%, mesmo porcentual de igual período de 2020, e 10 pontos porcentuais acima do trimestre anterior.
Em outubro, o fator de utilização já chegou em 90%. Com esse crescimento expressivo da importação de gasolina e diesel, a exportação líquida da empresa caiu 49,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2020. As exportações totais foram de 813 mil barris por dia (queda de 17,3%) e as importações, de 415 mil bpd (alta de 116%). A maior parcela importada foi de diesel (175 mil bpd) e a exportada foi de petróleo (604 mil bpd).
No terceiro trimestre deste ano, a produção comercial de petróleo e gás natural da Petrobras fechou em 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) no terceiro trimestre deste ano. Esse volume representa um decréscimo de 5% em comparação a igual período do ano passado Ao todo (incluindo a parcela que não é comercializada), a produção foi de 2,83 milhões de boe/d.
Apenas no Brasil, a Petrobras extraiu 2,79 milhões de boe/d de petróleo e gás, uma retração de 3,9% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. A produção brasileira de petróleo foi de 2,269 milhões de barris por dia (bpd), o que representou uma queda de 4% ante o terceiro trimestre de 2020. A produção interna de gás natural foi de 520 mil boe/d (queda de 3,7%). No pré-sal, foram extraídos 1,67 milhão de bpd.
Em setembro, a produção total de petróleo e gás no Brasil foi de 3,839 milhões de boe/dia, menos 0,4% do que em agosto (3,856 milhões de boe/dia), segundo os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP). A produção de gás natural caiu 2,36%, para 133,3 milhões de metros cúbicos por dia.
O pré-sal contribuiu com 74,10% da produção, atingindo 2,845 milhões de boe/dia, sendo 2,255 milhões de barris diários de petróleo e 93,7 milhões de metros cúbicos diários de gás.
O campos de Tupi, ex-Lula, continua sendo o mais produtivo, registrando 948 mil barris diários em setembro, alta de 2,85% contra o mês anterior.