A proporção de funcionários licenciados por síndromes respiratórias no Comércio de Fortaleza já chega a 15%, segundo levantamento divulgado ontem pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL Fortaleza). Seja por casos de Influenza ou da variante Ômicron da Covid-19, o número de afastamentos está no pico também na Indústria e no setor de Serviços. Mesmo assim, entidades empresariais entendem que não deve haver redução do horário de funcionamento, mas focar na atenção aos protocolos.
O presidente da CDL Fortaleza, Assis Cavalcante, destaca que ao primeiro sinal de sintomas, os funcionários já estão instruídos a buscar atendimento médico e se afastar do trabalho. Segundo ele, a situação no Ceará é bem diferente do Rio de Janeiro, em que os lojistas de shoppings solicitaram a redução do horário de atendimento ao público por conta da extensa lista de funcionários afastados. Lá está faltando gente para atender ao público.
Apesar do aumento gradativo dos casos de síndromes respiratórias desde o fim de 2021, Assis aponta que a situação é bem menos grave na Capital. "Temos a consciência muito grande do nosso papel como instituição, de orientar o varejo no que diz respeito a esse momento que estamos passando. Neste momento, não pensamos em diminuir horário de funcionamento, tampouco fechar lojas. O que estamos fazendo é controlar o contato, remanejar escalas com os funcionários que estão saudáveis".
Ele pondera que há diferenças também em relação ao início da pandemia. "Esse tempo de licença dos afastamentos tem sido curto, entre quatro e cinco dias, bem diferente de 2020, quando chegava a 15 dias. Existe toda uma corrente também de que devemos suprir o decreto governamental no sentido de que ele possui todas as diretrizes de como devemos operar, então estamos cumprindo todos", afirma.
Setor que também está sofrendo com mais um pico de contaminações entre os funcionários é o de Serviços, como o segmento de alimentação fora do lar. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel-CE), Taiene Righetto, o pior momento foi entre a última semana de dezembro e os primeiros dias de janeiro. Ele conta que em muitos estabelecimentos, empresários e família tiveram que "colocar a mão na massa e trabalhar" para não desfalcar o atendimento. Ainda assim, a capacidade de atendimento foi reduzida por falta de mão de obra.
Taiene destaca que o grande problema no setor foi relacionado à Influenza, mas que agora, “monitoram de forma atenta o avanço da nova variante de covid”. Ele ainda destaca que, como 100% dos funcionários atuantes nos estabelecimentos estão totalmente vacinados, entende que os problemas de afastamento por covid devem ser menores.
Na indústria, a preocupação também predomina entre alguns empresários. Após contato com alguns executivos, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), André Montenegro, destaca que tem recebido relatos de que, em algumas empresas, até 50% dos funcionários foram afastados. Ele diz que na própria empresa também tem enfrentado problemas e a recomendação é afastar o funcionário com sintomas e a volta só é permitida após testes de covid.
"Nos primeiros sintomas pedimos que os funcionários consultem o médico, enviem atestado e se cuidem em casa. Esse mês de janeiro deve ser crítico. Há prejuízo, sim. Afastamentos geram prejuízo financeiro, sobre cronograma buscamos fazer horas extras com os funcionários remanescentes".