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Franquias descobrem potencial do Interior e alcançam 56% dos municípios do País
Economia

Franquias descobrem potencial do Interior e alcançam 56% dos municípios do País

Fatores como menor concorrência, digitalização e aumento do poder aquisitivo em cidades de médio porte ajudam a explicar expansão desse modelo de negócio para além dos grandes centros
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Segmento que segue como carro-chefe do chamado franchising é o de alimentação, atraindo o interesse de cerca de 31% dos potenciais compradores (Foto: ABF/Divulgação)
Foto: ABF/Divulgação Segmento que segue como carro-chefe do chamado franchising é o de alimentação, atraindo o interesse de cerca de 31% dos potenciais compradores

As franquias têm apostado forte na interiorização para ganhar escala e consolidar esse modelo de negócio no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), nada menos que 56% dos municípios do País já contam com a presença de alguma marca franqueadora.

Excluídas as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal, são 3.097 cidades com as mais diferentes vocações econômicas a contarem com alguma unidade franqueada. Na outra ponta da relação, 48,2% das franquias existentes no Brasil têm alguma representação em municípios com menos de 500 mil habitantes.

Para o consultor e especialista em franquias, Heitor Viana, esse movimento de interiorização das franquias que já vem forte no interior de outros estados, há pouco mais de uma década, só mais recentemente começou a ganhar fôlego no Ceará.

“Se você for comparar com o resto do País, esse movimento é relativamente novo por aqui, mas as empresas franqueadoras despertaram para essa questão da interiorização. Aqui no Estado, nós temos cidades que cresceram bastante como Quixadá, Juazeiro do Norte, Crato, Sobral, Tianguá, nessa direção”, cita.

Inúmeros fatores explicam esse movimento na visão do especialista, mas os principais são: o aumento no poder aquisitivo das famílias em cidades do Interior; a menor concorrência; os custos reduzidos de implantação e manutenção em relação aos grandes centros e a digitalização crescente desse formato de negócio, que o permite chegar mais longe e de forma mais simples, às vezes até sem a necessidade de loja física.

“Enxergo realmente como uma tendência. Com todos esses elementos de atração, os dois lados olham o interior com bons olhos: tanto o franqueador quanto aquela pessoa que busca investir em um novo negócio com mais segurança”, analisa.

Por falar em segurança, esse é um aspecto que pesa tanto para quem pensa em investir em uma franquia na Capital quanto no Interior, segundo Viana.

“Uma pesquisa recente do Sebrae aponta que a mortalidade das empresas independentes no primeiro ano de vida é de 25% ou uma em cada quatro. Já quando é franquia esse número cai para 5%, ou uma em cada 20. Então, isso pesa muito na hora de se optar por esse modelo”, destaca.

“Outra diferença entre investir no Interior e na Capital é o tempo de retorno (payback), que tende a ser maior em cidades menores”, observa.

Como já apontado, o custo médio para abrir uma franquia é menor no Interior, em torno de R$ 150 mil, variando de R$ 5 mil a 350 mil. Nos grandes centros, esse custo médio pode passar de R$ 400 mil, podendo chegar a R$ 2 milhões de investimento inicial, embora também esteja crescendo o número de microfranquias (abaixo de R$ 105 mil).

Na ABF Expo, realizada entre os últimos dias 22 e 25 de julho, em São Paulo, foi criado um espaço exclusivo para esse tipo de negócio de menor porte. Há casos em que é possível abrir uma franquia com menos de R$ 3 mil.

O presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), André Friedheim, além da interiorização, o segmento tem se diversificado e contemplado novos ramos de atividade.

“Temos franquias no agronegócio, na área de vacinação, no mercado pet. Essa diversidade nos faz presentes em quase 60% dos municípios. A gente costumava muito fazer esse elogio ao setor bancário que estava presente em todo o País. Hoje, a gente faz às franquias. Inclusive, tem muito local que antes era agência bancária e agora abriga franquias de perfumaria a chocolate”, exalta.

Contudo, o segmento que segue como carro-chefe do chamado franchising é o de alimentação, atraindo o interesse de cerca de 31% dos potenciais compradores, segundo a ABF.

E esse ramo também passa por um processo muito forte de interiorização.

Conforme Gabriel Concon, fundador e CEO da Pizza Prime “o interior cresce três vezes mais que os grandes centros. Por conta disso, a gente procura levar o mesmo nível de competitividade de uma cidade como São Paulo, por exemplo, para uma cidade interiorana”.

“Não é apenas levar uma boa pizza mas levar um conceito de negócio e de marketing”, conclui o empresário. A rede de pizzaria com mais de 70 lojas, está presente em, pelo menos, 24 municípios do Interior do País. (O repórter viajou a convite da Associação Brasileira de Franchising - ABF)

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