O consignado do Auxílio Brasil foi liberado no dia 10 de outubro, segunda-feira, e até o dia 18 de outubro já havia sido liberado R$ 1,8 bilhão a 700 mil beneficiários. Diante do volume, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) fez um mapeamento de páginas do Instagram, Facebook, Youtube, páginas de reclamação e canais oficiais, como o consumidor.gov.br, e encontrou cerca de 2 mil reclamações de usuários, entre os dias 11 e 17 de outubro. A mais comum nos primeiros três dias foi acesso aos canais dos bancos.
A venda casada, a oferta de um produto condicionado à aquisição de outro, é outra reclamação comum de ser encontrada nos canais de atendimento ao consumidor. “No caso específico do crédito consignado, o que estamos observando é a venda do seguro prestanista para trazer bens patrimoniais.”, diz Ione Amorim, coordenadora do programa de serviços financeiros do Idec.
Com parcelamento máximo de 24 meses, juros de até 3,50% ao mês e com até 40% descontado da fonte(ou R$ 160 dos R$ 400 do benefício Auxilio Brasil) podem causar reações negativas na avaliação dela. “Populações que vivem com recursos de transferência de renda do governo já não têm emprego ou condições mínimas de sobrevivência. A concessão de crédito com valor descontado diretamente na renda do beneficiário coloca essa parcela da população em situação mais agravante e com possibilidade de alto endividamento”, explica.
Apesar da proposta do governo de apresentar uma taxa de juros menor do que as oferecidas normalmente, nota-se que as taxas de juros oferecidas a outros sistemas de consignados são inferiores às dos empréstimos do programa do governo. “Uma taxa de juros de 3,45% ao mês, uma taxa extremamente elevada, quando comparamos a outros beneficiários do crédito consignado, como aposentados e pensionistas do INSS, tem uma taxa de 2,14% ao ano.”
A presidente do Idec aponta algumas atitudes que podem evitar o superendividamento: “A melhor forma de evitar esse problema é com planejamento e educação financeira. Você entender que para tomar crédito é preciso saber se terá como pagar. Urgências também devem ser planejadas, para que não se viva em um ciclo permanente de uso desses mecanismos.”
Onde reclamar?
Procon - CE:
R. Major Facundo, 869 - Centro, Fortaleza
Segunda-feira a sexta-feira das 08h às 17h
Telefones: (85) 3105-1138
Decon - CE:
R. Barão de Aratanha, 100 - Centro, Fortaleza - CE
Telefones: 127 / (85) 3452-3780
E-mail: ouvidoria@mpce.mp.br
Consumidor.gov:
www.consumidor.gov.br
Idec:
(11) 3874-2150
De segunda a sexta-feira, das 9h às 13h e das 14h às 18h.
Av. Marquês de São Vicente, 446 - Várzea da Barra Funda
Banco Central:
Telefone 145.
De segunda a sexta-feira, de 8h às 20h (custo de ligação local).
bcb.gov.br