As tuneladoras, conhecidas também como tatuzões, voltarão a operar na Linha Leste do Metrô de Fortaleza em junho, de acordo com o titular da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Antônio Nei.
Logo após a volta das operações, a perspectiva é "continuar a perfuração até a Estação do Colégio Militar, na Santos Dumont, que é em torno de 800 metros", informou.
Ainda segundo o secretário, um dos problemas que estão impactando o andamento da obra é justamente o fato das tuneladoras estarem paradas. "Você pode trabalhar, com as tuneladoras funcionando, fazendo as escavações. E, em seguida, fazendo outros serviços, inclusive nas estações. Ou seja, é uma situação que muda completamente o cenário."
Outro ponto considerado por ele como importante para destravar o projeto foi o realinhamento da tabela de custos da Seinfra que entrou em vigor em agosto do ano passado.
"Era preciso fazer um realinhamento de preço justo, inclusive, levando em consideração o período da pandemia, quando uma série de itens aumentou. E nós precisávamos de uma tabela, a tabela Seinfra, que é a terceira tabela mais importante do Brasil. Estava há dois anos sem reajuste também."
 Além disso, Antônio Nei destacou ao O POVO que a renovação do contrato com o Consórcio FTS, responsável pelas obras da Linha Leste, firmado em outubro do ano passado, somente ocorreu pela segurança que as novas cláusulas inseridas no texto trouxeram para o Estado.
"Trouxe muita segurança para o Estado na medida em que o acordo determinava que o consórcio tinha que ter um depósito de R$ 50 milhões. Ou seja, para estar ali como uma reserva e não deixar a obra parar", explicou.
Também houve a ampliação de 102 para mais de 600 trabalhadores na obra, além da atuação em cinco frentes de serviços em andamento, nos canteiros das estações Chico da Silva Leste; Colégio Militar; Papicu; Fábrica de Aduelas e Nunes Valente.
O secretário afirmou ainda que o cronograma da obra está sendo cumprido à risca pelo consórcio. "Se analisarmos, em um mês e meio, nós conseguimos fazer de obra o que não fizemos em 2023 inteiro".
Pelo novo contrato, o tempo para conclusão do projeto será em 2 anos e oito meses. No total, o Estado deve aplicar R$ 1,4 bilhão para a conclusão dos 7,4 quilômetros de metrô da Linha Leste.
Quando da concepção da ideia, a previsão era a de que a Linha Leste chegasse até a Messejana, sendo posteriormente o projeto enxuto para chegar até o bairro Edson Queiroz.
Em relação a este ponto, o secretário da Infraestrutura afirmou que há uma discussão em andamento com o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e que ainda não se chegou a um denominador comum. Portanto, qualquer alteração entraria na segunda fase do projeto.
Com obras iniciadas oficialmente há cerca de dez anos, a Linha Leste já sofreu uma série de alterações em seu planejamento, incluindo a mudança de executores do projeto em 2016.
Na gestão passada, o então titular da Seinfra, Lúcio Gomes, chegou a recomendar que houvesse quebra de contrato e fosse realizada uma nova licitação por parte do Estado. Mas, a atual gestão decidiu negociar com o Consórcio FTS para retornar a construção com novas garantias e cronograma.
No texto, assinado junto à Procuradoria-Geral do Estado do Ceará (PGE) e à Casa Civil, estão previstos, além do reinício dos trabalhos e dos sistemas de alimentação de energia elétrica, telecomunicações, sinalização e controle, bilhetagem, ventilação e equipamentos de oficina. (Colaborou Samuel Pimentel)